Eletromobilidade

ENTREVISTA e ESTUDO: Risco de São Paulo ficar sem ônibus para atender à população em caso de apagão é real, diz prefeito Ricardo Nunes em resposta ao DIÁRIO DO TRANSPORTE 3x376e

Adamo Bazani , repórter e editor do Diário do Transporte

Preocupação foi demonstrada pelo prefeito em entrega de 115 ônibus novos elétricos. Viações não podem renovar mais com modelos a diesel. Estudo mostra que atual rede de trólebus é subutilizada e poderia ser usada para carregar os ônibus elétricos verdinhos e que há linhas que poderiam receber o E-Trol, que reúne duas tecnologias

ADAMO BAZANI

Colaborou Arthur Ferrari

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Adamo Bazani

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A cidade de São Paulo pode ter um apagão nos transportes e não está preparada para um avanço maior na frota de ônibus elétricos porque a ENEL continua sem aumentar a capacidade da rede de distribuição e não faz a ligação para as garagens carregarem as baterias dos veículos.

A fala é do prefeito Ricardo Nunes, em apresentação de 115 novos coletivos elétricos movidos com baterias nesta última quinta-feira.

O problema, que foi apontado em primeira mão pelo Diário do Transporte está mais grave à medida que a indústria avança na entrega destes ônibus. No evento, Nunes disse que em vez de 115 poderiam ser 165 apresentados, mas existem 50 desse lote novo, recém fabricados, que estão prontos, mas não conseguem carregar e vão ficar parados nas garagens, fora os 80 nessa condição que o Diário do Transporte mostrou.

O prefeito disse que é verdadeiro o risco de a população ficar sem transporte em caso de apagão.

O Diário do Transporte procurou a ENEL, mas não obteve resposta.

Para o novo período de gestão, entre 2025 e 2028, a prefeitura estima 2,2 mil ônibus em substituição aos modelos a diesel, *mas com mudanças em relação à meta anterior: além do número ser menor, em vez de falar não poluente, fala MENOS poluentes e, considera outras alternativas textualmente, como o biometano (gás obtido da decomposição de resíduos) e o GNV (Gás Natural Veicular). Um ônibus convertido de diesel para biometano/GNV deve rodar no segundo semestre de 2025 em testes e há uma estimativa de 500 unidades em dois anos, mas a rede de distribuição de gás será analisada pela prefeitura para evitar que problemas de infraestrutura semelhantes aos que ocorreram com os elétricos se repitam com o GNFV/biometano. O HVO, um combustível que pode substituir o diesel até mesmo em motores antigos e zerar as emissões de gás carbônico, também é estudado*.

VEJA TAMBÉM:

Estudo mostra que rede de trólebus pode ajudar a carregar baterias de ônibus elétricos em São Paulo

VÍDEOS: Ainda faltam mais opções de micros, mídis e articulados no mercado de ônibus elétricos. A questão não é só infraestrutura 6t54v

Prefeito de São Paulo itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, capital paulista corre risco de ter “apagão no transporte”, mas também SPTrans ainda não aprovou uma gama maior de modelos de ônibus e também a oferta por parte da indústria é mais ampla nos padrons

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

VÍDEOS E FOTOS AO FIM DA REPORTAGEM

Todos os 115 ônibus elétricos zero quilômetro apresentados nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, pela prefeitura de São Paulo e por empresas da cidade, apesar de diferentes marcas, têm uma coisa em comum: todos são dos tipos básico ou padron, de 12 metros a 13,5 metros na versão de dois eixos e de 15 metros na versão de três eixos.

Também é o tipo de ônibus mais presente na frota até agora dos 527 ônibus elétricos da capital paulista.

Entretanto, formada por diferentes subsistemas de transportes, a malha de linhas da cidade de São Paulo carece de modelos de ônibus variados, desde os micros e mídis (micrões) para linhas de bairros mais afastados (subsistema local) até articulados e biarticulados para os corredores (subsistema estrutural).

Ocorre que, tirando os padrões, há ainda poucas ou nenhuma opção aprovada pela SPTrans de modelos nos dois extremos: na ponta dos menores e entre os maiores. O mesmo vale para todo o mercado brasileiro. Não é que não existam opções, mas tanto as empresas de ônibus (operador de transportes), como o gestor (secretarias, prefeituras, empresas públicas e mistas de gerenciamento), querem e precisam de uma oferta maior, ter um leque maior.

E a questão tem a ver com o custo das duas pontas: um ônibus menor tem menos capacidade de transportes e menor retorno financeiro, fora que pouco espaço para as baterias. Os maiores precisam de mais baterias, o que encarece mais ainda, já que é o item de maior valor, muito embora, a capacidade de transporte justificaria.

No caso dos micros e mídis há testes na cidade de São Paulo, como da brasileira Eletra e das chinesas Ankai, Higer e BYD, mas nenhum aprovado definitivamente.

No caso dos elétricos articulados, estão aprovados ou em aprovação pela SPTrans, modelos da BYD e da Eletra. Ainda neste ano, a Mercedes-Benz também coloca um articulado para homologar.

A Volvo também ou a apresentar um articulado/biarticulado para corredores, como os que testa em Curitiba.

Ainda oferecem opões de padrons de dois eixos nos portifólios de modelos, as fabricantes Volkswagen, Volvo e Scania, ou seja, quase todas as fabricantes que têm plantas ou representantes no Brasil. A Iveco, no exterior, oferece modelos elétricos, mas no Brasil ainda só fez apresentação de conceitos em eventos e feiras.

Ou seja, apesar da falta de infraestrutura da rede de energia para recarga de baterias ser o principal entrave para o avanço da eletrificação dos ônibus em São Paulo (e em todo o Brasiol somada aos baixos recursos financeiros, o fato de ainda haver carência de mais opções de modelos de ônibus também deve ser considerado

Da nova frota de padrons apresentada pela prefeitura e por viações de São Paulo nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, a maioria, é de tecnologia Eletra com carroceria Caio.

ELETRA + CAIO E-MILLENNIUM: 60 ônibus, dos quais:

– 16 para a Viação Campo Belo, da zona Sul:

– 17 para a Express Transportes Urbanos, da zona Leste;

– 10 NorteBuss, da zona Norte;

– 04 MoveBuss, da zona Sudeste;

– 01 Transcap, da zona Sul.

(12 para a Ambiental Transportes, da zona Leste, vão ser incluídos ainda).

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + MARCOPOLO ATTIVI

– 30 para a Sambaíba Transportes Urbanos, da zona Norte.

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + CAIO E-MILLENNIUM

– 16 para a Viação Metrópole Paulista, da zona Leste

BYD + CAIO E-MILLENNIUM:

– 17 novos, com apresentação da maior parte deles neste dia 03 de abril de 2025, para Movebuss, da zona Sudeste; Norte Buss, da zona Norte, Pêssego Transportes, da zona Leste; e Transcap, da zona Sul.

INFRAESTRUTURA E ENEL:

Como já mostrou o Diário do Transporte, o prefeito itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, São Paulo corre risco de ter “apagão no transporte”.

Segundo Nunes, a distribuidora de energia não realizou as adequações necessárias ampliando a capacidade da rede dos bairros de baixa para média ou alta tensão e não faz as ligações para as garagens.

O prefeito disse que, para esta quinta-feira, 03 de abril de 2025, deveriam ter sido apresentados 165 ônibus elétricos em vez de 115, mas que 50 veículos deste novo lote estão prontos e entregues, mas que não podem operar porque não há energia suficiente.

Se a situação não se resolver, Nunes disse que não será possível ampliar mais a frota de ônibus elétricos. Além destes 50 ônibus, já havia outros 80 parados, como também tinha noticiado o Diário do Transporte, que percorreu garagens e viu dezenas de veículos sem operar, bem como carregadores e transformadores internos já instalados e sem uso. Em alguns casos, empresas com ônibus elétricos precisam carregar em outras garagens por falta de infraestrutura.

Relembre:

/2025/03/23/exclusivo-transuniao-e-obrigada-a-carregar-onibus-eletricos-em-garagem-de-outra-empresa-express-por-falta-de-infraestrutura-da-enel/

Com a nova entrega, sobe para 527 o total de ônibus com baterias na cidade, e 728 não poluentes, se forem considerados os trólebus (conectados á fiação em operação já há bastante tempo). O número é bem abaixo da meta de 2,6 mil ônibus não poluentes que deveria ter sido alcançada entre 2021 e 2024.

Para o novo período de gestão, entre 2025 e 2028, a prefeitura estima 2,2 mil ônibus em substituição aos modelos a diesel, *mas com mudanças em relação à meta anterior: além do número ser menor, em vez de falar não poluente, fala MENOS poluentes e, considera outras alternativas textualmente, como o biometano (gás obtido da decomposição de resíduos) e o GNV (Gás Natural Veicular). Um ônibus convertido de diesel para biometano/GNV deve rodar no segundo semestre de 2025 em testes e há uma estimativa de 500 unidades em dois anos, mas a rede de distribuição de gás será analisada pela prefeitura para evitar que problemas de infraestrutura semelhantes aos que ocorreram com os elétricos se repitam com o GNFV/biometano. O HVO, um combustível que pode substituir o diesel até mesmo em motores antigos e zerar as emissões de gás carbônico, também é estudado*.

Pelo fato de as empresas de ônibus não poderem desde 17 de outubro de 2022 comparem modelos a diesel e a infraestrutura para os elétricos não avançar, a SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia os transportes na cidade, ampliou o limite de idade da frota de 10 anos para 13 anos. Isso tem gerado desconforto para os usuários, já que os ônibus mais velhos não têm ar-condicionado, têm menor ibilidade, fazem mais barulho e tendem a quebrar mais. Atualmente, são cerca de 2,7 mil ônibus com dez anos ou mais rodando na cidade, entre os aproximadamente 13 mil que compõem a frota.

FOTOS E ABAIXO OS VIDEOS:

Nos ouça na Rádio Bandeirantes

Adamo Bazani

Prefeito de São Paulo. Ricardo Nunes, presidente da Viação Metrópole Paulista e filha, Marco Abreu

Ao centro, presidente da empresa de ônibus Sambaíba, César Fonseca

Presidente da Eletra Industrial, Milena Braga Romano, motorista de ônibus; e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes

Da esquerda para a direita: secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Celso Jorge Caldeira; presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo; e secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, Gilmar Pereira Miranda.

Presidente da Associação da Ex-funcionários da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos – antiga empresa pública de São Paulo), Washington Carvalho, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e ao fundo, em seguida, secretário municipal de Segurança Urbana. Orlando Morando; secretário de Mobilidade e Transportes, Celso Caldeira (de óculos) e presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo Borges

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Estudo mostra que rede de trólebus pode ajudar a carregar baterias de ônibus elétricos em São Paulo 1s1m30

Além disso, levantamento do “Respira São Paulo” relaciona linhas de ônibus comuns que am sob a rede aérea e que poderiam receber E-Trol, um tipo de veículo que funciona com bateria e conectado à fiação

ADAMO BAZANI 

Ouça aqui o que diz um dos responsáveis pelo estudo, Jorge Françoso

A rede de trólebus da capital paulista, que soma 168 km, pode ajudar a carregar as baterias de novos ônibus elétricos que chegam ao sistema de transportes da cidade. Em torno de 200 ônibus poderiam ser alimentados, além dos 201 trólebus em operação.

É o que conclui um estudo realizado por técnicos em eletrificação que integram o “Respira São Paulo”, uma ONG (Organização Não Governamental), que reúne especialistas em meio ambiente e sistemas eletroeletrônicos, ligados à academia e ao setor de tecnologia para transportes.

Assinado pelo projetista de infraestrutura de Rede de Contato para Tração Elétrica e consultor,  Jorge Françozo de Moraes, e pelo especialista em transportes eletrificados, Norberto Steven Pollak, o trabalho  denominado *“Utilização da Malha de Rede de Trólebus para Recarga das Baterias de Ônibus Elétricos”*, mostra que a atual rede é subutilizada na cidade e as adaptações nas subestações e na infraestrutura já existente seriam mais baratas, de rápida implantação e dependeriam de menos mão de obra da ENEL que ajustar a tensão nas redes de distribuição nos bairros das garagens, um dos grandes entraves ao avanço das metas de redução de poluição.

O Diário do Transporte revelou que há cerca de 80 ônibus elétricos zero km parados e várias garagens com carregadores e transformadores sem funcionar porque, segundo as empresas de transportes e o próprio prefeito Ricardo Nunes, a ENEL não faz as ligações.

Relembre:

/2025/04/02/as-contas-sobre-a-poluicao-gerada-pelos-onibus-estao-sendo-mal-feitas-acompanhe-alguns-exemplos-reais/

*_Somente 50% da potência instalada na atual malha de rede, 30.000 kW, é utilizada pela frota de 201 trólebus em operação, demostrando que existe uma folga para servir de fonte de carregamento das baterias de, pelo menos, 200 veículos_*. – diz trecho do estudo concluído no *fim de março de 2025*, ao qual o *Diário do Transporte* teve o.

Além disso, levantamento do “Respira São Paulo” relaciona linhas de ônibus comuns que am sob a rede aérea e que poderiam receber o E-Trol, um tipo de veículo que funciona com bateria e conectado à fiação. Este tipo de ônibus E-Trol tem menos baterias custa *30% mais barato* que os ônibus somente com baterias que têm sido comprados e vão ser subsidiados pela prefeitura.

São ao menos sete linhas, mas outras podem ser adaptadas.

*_Essas são as linhas principais que trafegam em grande parte sob as redes aéreas. Na simulação do documento, as linhas de trólebus atuais usariam a rede na parte da manhã e na parte da tarde quando a rede estaria mais disponível, outras linhas usariam a infraestrutura. A SPTrans informa que essa operação seria complexa, mas no ado, haviam três operadores que usavam a rede e a conta de energia e manutenção era dividida proporcionalmente*_ – diz ainda o trabalho.

Este tipo de ônibus é produzido no Brasil e deve rodar no sistema de corredores que está sendo construído entre São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e a capital paulista, o BRT-ABC.

Veja a relação das linhas:

TRÓLEBUS E E-TROLL

4315-10: Terminal Vila Carrão/Terminal Parque Dom Pedro II;

390E-10: Terminal Penha/Terminal Parque Dom Pedro II;

3139-10: Jardim Vila Formosa/Praça João Mendes;

407R-10: Terminal Vila Carrão/Metrô Belém;

507T-10: Terminal Sapopemba/Metrô Carrão;

2552-10: Vila Mara/Terminal Parque Dom Pedro II;

3301-10: Terminal São Miguel/Terminal Parque Dom Pedro II;

e também: /2025/04/05/entrevista-o-risco-de-sao-paulo-ficar-sem-onibus-para-atender-a-populacao-em-caso-de-apagao-e-real-diz-prefeito-ricardo-nunes-em-resposta-ao-diario-do-transporte/

Veja o estudo completo: 4n2p70

VÍDEOS: Ainda faltam mais opções de micros, mídis e articulados no mercado de ônibus elétricos. A questão não é só infraestrutura 6t54v

Prefeito de São Paulo itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, capital paulista corre risco de ter “apagão no transporte”, mas também SPTrans ainda não aprovou uma gama maior de modelos de ônibus e também a oferta por parte da indústria é mais ampla nos padrons

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

VÍDEOS E FOTOS AO FIM DA REPORTAGEM

Todos os 115 ônibus elétricos zero quilômetro apresentados nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, pela prefeitura de São Paulo e por empresas da cidade, apesar de diferentes marcas, têm uma coisa em comum: todos são dos tipos básico ou padron, de 12 metros a 13,5 metros na versão de dois eixos e de 15 metros na versão de três eixos.

Também é o tipo de ônibus mais presente na frota até agora dos 527 ônibus elétricos da capital paulista.

Entretanto, formada por diferentes subsistemas de transportes, a malha de linhas da cidade de São Paulo carece de modelos de ônibus variados, desde os micros e mídis (micrões) para linhas de bairros mais afastados (subsistema local) até articulados e biarticulados para os corredores (subsistema estrutural).

Ocorre que, tirando os padrões, há ainda poucas ou nenhuma opção aprovada pela SPTrans de modelos nos dois extremos: na ponta dos menores e entre os maiores. O mesmo vale para todo o mercado brasileiro. Não é que não existam opções, mas tanto as empresas de ônibus (operador de transportes), como o gestor (secretarias, prefeituras, empresas públicas e mistas de gerenciamento), querem e precisam de uma oferta maior, ter um leque maior.

E a questão tem a ver com o custo das duas pontas: um ônibus menor tem menos capacidade de transportes e menor retorno financeiro, fora que pouco espaço para as baterias. Os maiores precisam de mais baterias, o que encarece mais ainda, já que é o item de maior valor, muito embora, a capacidade de transporte justificaria.

No caso dos micros e mídis há testes na cidade de São Paulo, como da brasileira Eletra e das chinesas Ankai, Higer e BYD, mas nenhum aprovado definitivamente.

No caso dos elétricos articulados, estão aprovados ou em aprovação pela SPTrans, modelos da BYD e da Eletra. Ainda neste ano, a Mercedes-Benz também coloca um articulado para homologar.

A Volvo também ou a apresentar um articulado/biarticulado para corredores, como os que testa em Curitiba.

Ainda oferecem opões de padrons de dois eixos nos portifólios de modelos, as fabricantes Volkswagen, Volvo e Scania, ou seja, quase todas as fabricantes que têm plantas ou representantes no Brasil. A Iveco, no exterior, oferece modelos elétricos, mas no Brasil ainda só fez apresentação de conceitos em eventos e feiras.

Ou seja, apesar da falta de infraestrutura da rede de energia para recarga de baterias ser o principal entrave para o avanço da eletrificação dos ônibus em São Paulo (e em todo o Brasiol somada aos baixos recursos financeiros, o fato de ainda haver carência de mais opções de modelos de ônibus também deve ser considerado

Da nova frota de padrons apresentada pela prefeitura e por viações de São Paulo nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, a maioria, é de tecnologia Eletra com carroceria Caio.

ELETRA + CAIO E-MILLENNIUM: 60 ônibus, dos quais:

– 16 para a Viação Campo Belo, da zona Sul:

– 17 para a Express Transportes Urbanos, da zona Leste;

– 10 NorteBuss, da zona Norte;

– 04 MoveBuss, da zona Sudeste;

– 01 Transcap, da zona Sul.

(12 para a Ambiental Transportes, da zona Leste, vão ser incluídos ainda).

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + MARCOPOLO ATTIVI

– 30 para a Sambaíba Transportes Urbanos, da zona Norte.

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + CAIO E-MILLENNIUM

– 16 para a Viação Metrópole Paulista, da zona Leste

BYD + CAIO E-MILLENNIUM:

– 17 novos, com apresentação da maior parte deles neste dia 03 de abril de 2025, para Movebuss, da zona Sudeste; Norte Buss, da zona Norte, Pêssego Transportes, da zona Leste; e Transcap, da zona Sul.

INFRAESTRUTURA E ENEL:

Como já mostrou o Diário do Transporte, o prefeito itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, São Paulo corre risco de ter “apagão no transporte”.

Segundo Nunes, a distribuidora de energia não realizou as adequações necessárias ampliando a capacidade da rede dos bairros de baixa para média ou alta tensão e não faz as ligações para as garagens.

O prefeito disse que, para esta quinta-feira, 03 de abril de 2025, deveriam ter sido apresentados 165 ônibus elétricos em vez de 115, mas que 50 veículos deste novo lote estão prontos e entregues, mas que não podem operar porque não há energia suficiente.

Se a situação não se resolver, Nunes disse que não será possível ampliar mais a frota de ônibus elétricos. Além destes 50 ônibus, já havia outros 80 parados, como também tinha noticiado o Diário do Transporte, que percorreu garagens e viu dezenas de veículos sem operar, bem como carregadores e transformadores internos já instalados e sem uso. Em alguns casos, empresas com ônibus elétricos precisam carregar em outras garagens por falta de infraestrutura.

Relembre:

/2025/03/23/exclusivo-transuniao-e-obrigada-a-carregar-onibus-eletricos-em-garagem-de-outra-empresa-express-por-falta-de-infraestrutura-da-enel/

Com a nova entrega, sobe para 527 o total de ônibus com baterias na cidade, e 728 não poluentes, se forem considerados os trólebus (conectados á fiação em operação já há bastante tempo). O número é bem abaixo da meta de 2,6 mil ônibus não poluentes que deveria ter sido alcançada entre 2021 e 2024.

Para o novo período de gestão, entre 2025 e 2028, a prefeitura estima 2,2 mil ônibus em substituição aos modelos a diesel, *mas com mudanças em relação à meta anterior: além do número ser menor, em vez de falar não poluente, fala MENOS poluentes e, considera outras alternativas textualmente, como o biometano (gás obtido da decomposição de resíduos) e o GNV (Gás Natural Veicular). Um ônibus convertido de diesel para biometano/GNV deve rodar no segundo semestre de 2025 em testes e há uma estimativa de 500 unidades em dois anos, mas a rede de distribuição de gás será analisada pela prefeitura para evitar que problemas de infraestrutura semelhantes aos que ocorreram com os elétricos se repitam com o GNFV/biometano. O HVO, um combustível que pode substituir o diesel até mesmo em motores antigos e zerar as emissões de gás carbônico, também é estudado*.

Pelo fato de as empresas de ônibus não poderem desde 17 de outubro de 2022 comparem modelos a diesel e a infraestrutura para os elétricos não avançar, a SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia os transportes na cidade, ampliou o limite de idade da frota de 10 anos para 13 anos. Isso tem gerado desconforto para os usuários, já que os ônibus mais velhos não têm ar-condicionado, têm menor ibilidade, fazem mais barulho e tendem a quebrar mais. Atualmente, são cerca de 2,7 mil ônibus com dez anos ou mais rodando na cidade, entre os aproximadamente 13 mil que compõem a frota.

FOTOS E ABAIXO OS VIDEOS:

Prefeito de São Paulo. Ricardo Nunes, presidente da Viação Metrópole Paulista e filha, Marco Abreu

Ao centro, presidente da empresa de ônibus Sambaíba, César Fonseca

Presidente da Eletra Industrial, Milena Braga Romano, motorista de ônibus; e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes

Da esquerda para a direita: secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Celso Jorge Caldeira; presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo; e secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, Gilmar Pereira Miranda.

Presidente da Associação da Ex-funcionários da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos – antiga empresa pública de São Paulo), Washington Carvalho, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e ao fundo, em seguida, secretário municipal de Segurança Urbana. Orlando Morando; secretário de Mobilidade e Transportes, Celso Caldeira (de óculos) e presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo Borges

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Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários 72495v

  1. Santiago disse:

    A Enel tem sim a sua parcela da culpa…Porém não a culpa principal, e menos ainda a culpa toda!!!
    Não foi a Enel que decidiu sair por aí doidamente encomendando ônibus à bateria sem qualquer estudo preliminar.
    Não foi a Enel que proibiu da noite para o dia a compra de ônibus à diesel, e sem qualquer estudo preliminar.
    Não é a Enel que faz a gestão de São Paulo, e não é ela que promulga as decisões para o futuro da cidade. Isso cabe ao prefeito, da cidade!

    – Sr Ricardo Nunes, chega dessa cantilena “culpa da Enel”! Isso já deu! Nunca colou!!!
    – As decisões erradas foram tuas, sr prefeito.
    – Cabe agora ao senhor corrigir o rumo que as coisas tomaram; antes que cheguemos ao caos.
    – Tenha um mínimo de humildade, reverta decisões equivocadas, e trate de limpar a bagunça que o senhor nesmo fez!

    1. laurindojunqueira disse:

      Apoiado, Santiago!

  2. J. Alberto disse:

    Pessoal, acredito que esse “apagão”, pelo menos num estágio inicial, já está ocorrendo. As empresas já estão radicalizando o processo de “racionalização” de linhas, ou seja, de encurtamento, cancelamento, fusão de linhas, entre outras medidas, há algum tempo, pra reduzir a frota acima da idade desejável. Inclusive, penso que esse assunto rende uma boa reportagem, principalmente se compararmos essa prática, que está literalmente desatendendo ruas e bairros que antes tinham mais opções de linhas, com os subsídios que só aumentam mais e mais, e com esse decreto da proibição de ônibus novos a diesel que é responsável direto por esse cenário. É brincadeira o que essa condução desastrosa do setor está provocando.

    1. laurindojunqueira disse:

      As empresas de ônibus brasileiras sempre se valeram de um artifício para manter sua lucratividade: exportavam seus ônibus mais velhos para cidades interioranas, ou mesmo de outros países (Paraguai, Bolívia, Cuba). Acontece que os ônibus elétricos não têm condição de ser transferidos para locais que não dispõem de infraestrutura compatível para suprimento elétrico. Algo idêntico aconteceu com os biarticulados, que têm grande dificuldade de circulação em ruas estreitas e onduladas. Alguém ignorou esse fato e, falando em bom português da terrinha da qual a maioria deles provêm, esse alguém agora “está a dar c’os burros n’água”…

  3. ROBSON CARDOSO OLIVEIRA disse:

    Uma dúvida em caso de queda de energia como será feita a recarga do ônibus.

    1. SERGIO A P SANTOS disse:

      Simplesmente não será feita e esses veículos não poderão rodar.

    2. J. Alberto disse:

      Simplesmente não será feita e os veículos que não estiverem carregados não poderão rodar.

      Isso não significa que uma queda de energia reduzirá a frota carregada a zero veículos. É perfeitamente possível manter uma frota elétrica de contingência que evite isso. A questão é que tamanho de frota de contingência podemos ter, e a que custo – operacional e energético.

      Muito pertinente seu comentário, pois por ele lembramos porque o corredor ABD não é 100% movido a energia elétrica.

  4. Ligeiro disse:

    O Nunes não era vice do Dória na prefeitura? Se a gente pegar o tempo de Dória + Nunes + Nunes (atual), veremos que tempo ele teve. Engraçado alguém que “odeia vitimização” se vitimizar pelos próprios erros, na verdade nem só dele mas do grupo político dele.

    “Ah, mas a pandemi…” tá, a pandemia ou e poderia ter retomado serviços e projetos para a eletrificação. Tem pessoas procurando trabalho, tem pessoas querendo ajudar a cidade.

    Isso cansa. Pena que a população vota mais pelo bolso com dinheiro, pelo carguinho ou pela amizade para ser um aspone do que vota por algo para todos…

    1. Rodrigo Zika disse:

      Então você preferia o Boulos pelo jeito, que piada.

  5. Édson disse:

    A prefeitura sempre ditando regras sem pensar nas consequências, claro né…. Prefeitos, subprefeitos, vereadores, conselheiros e todos esses inúteis pagos com dinheiro público que não produzem nada,não usam transporte público,tem seus carros oficiais a disposição, desconhecem a situação do usuário do transporte público,aí fica fácil impor regras como essa de padronizar e tirar os veículos a diesel.
    Isso é mente doentia,são Paulo e o Brasil não tem estrutura,não tem rede não tem vias adequadas para tal,um parte até é aceitável,mas a frota inteira,para seguir padrões estrangeiros,me poupe né…
    Pago para ver quando houver aqueles comuns apagões,se o prefeito vai disponibilizar seu veículo oficial para atender a população,pois imagine num situação de falta de energia,como vão carregar a frota inteira???
    Fora autonomia,valores que com certeza vão refletir no valor da agem e até mesmo o descarte dos veículos atuais que diga se de agem,ainda tem garagem pagando carros ao qual a prefeitura quer invalidar.

Deixe uma resposta para SERGIO A P SANTOSCancelar resposta 4o1h3j

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