Sambaíba, da zona Norte de São Paulo, recebe mais ônibus elétricos Marcopolo Attivi/Mercedes-Benz de um lote total de 97 unidades 645dm

Compra faz parte de renovação de frota da companhia para alcançar metas de emissão zero de CO2 pelos coletivos da capital paulista. Empresa também estuda gás natural na transição e HVO – SAIBA O QUE É O HVO

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

VEJA ABAIXO DO TEXTO MAIS FOTOS, MAS É IMPORTANTE LER A REPORTAGEM PRIMEIRO

A Sambaíba Transportes Urbanos, que atua na zona Norte da capital paulista, informou ao Diário do Transporte nesta terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, a chegada de mais ônibus 100% elétricos com baterias.

Foram mais sete unidades, com carroceria Marcopolo modelo Attivi, e chassis e tecnologia Mercedes-Benz, modelo eO500U, de um lote total de 97 veículos comprados com estas configurações.

Além de não poluírem durante as operações e terem um nível de ruído bem menor em comparação com os modelos a diesel, os novos ônibus seguem os padrões determinados pela gerenciadora SPTrans (São Paulo Transporte), com itens como ar-condicionado, tomadas USB para carregamento de celulares, piso baixo com rampa para ibilidade e assentos especiais para pessoas com mobilidade reduzida.

Os veículos vão ar por ajustes finais, instalação de validadores para leitura do Bilhete Único e em algumas semanas já devem estar em operação na zona Norte.

O Diário do Transporte já havia mostrado que a empresa tem planos de adquirir cerca de 300 ônibus elétricos na fase em curso de descarbonização.

Relembre

/2023/11/14/sambaiba-vai-trazer-300-onibus-eletricos-metropole-paulista-vira-com-180-e-mobibrasil-vai-colocar-mais-68-coletivos-deste-tipo-ate-2025-na-cidade-de-sao-paulo/

METAS DA CIDADE:

As metas da prefeitura de São Paulo de 2,6 mil ônibus elétricos entre todas as empresas da cidade rodando até o fim de 2024 não foram alcançadas principalmente pela falta de infraestrutura de recarga e distribuição de energia da ENEL para dar conta da demanda. Em toda a cidade, são atualmente, em fevereiro de 2025, pouco mais de 500 unidades não poluentes.

No fim de 2024, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei, de autoria do ex-presidente da Casa, Milton Leite, que permitiria a volta da compra de 50% da frota a diesel Euro 6. Por causa da falta de infraestrutura para elétricos, a frota geral de ônibus da cidade tem envelhecido, uma vez que as viações estão proibidas de comprar modelos a diesel desde 17 de outubro de 2022. A SPTrans ampliou a idade máxima permitida dos ônibus de 10 anos para 13 anos.

O prefeito Ricardo Nunes aprovou apenas parcialmente o projeto de lei, vetando a possibilidade da volta de compra de modelos a diesel, mas sancionou outros pontos, como um que abre mais segurança para a busca de outras alternativas menos poluentes, como GNV (Gás Natural Veicular) e biometano (gás obtido pela decomposição de resíduos). As empresas de ônibus devem apresentar em 90 dias as necessidades de infraestrutura para a ENEL, no caso dos elétricos, ou para a COMGÁS, no caso do GNV. Estas distribuidoras têm  90 dias para concluir os projetos, mas não há prazo para execução e entrega das obras.

As metas intermediárias foram ajustadas, mas as finais, como zerar as emissões de CO2 até 2038 foram mantidas. Com isso, as alternativas que não sejam eletricidade ou hidrogênio são encaradas como para o momento de transição.

GÁS NATURAL PARA ÔNIBUS:

A própria empresa Sambaíba estuda aderir projetos de GNV para ônibus e, como mostrou o Diário do Transporte, preparou um modelo a diesel para ser convertido.

O prefeito Ricardo Nunes disse em 11 de fevereiro de 2025, que determinou estudos para verificar a viabilidade da implantação de ônibus a gás natural na cidade.

Os trabalhos estão sob responsabilidade do Secretário Executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini, e as discussões serão no âmbito do Comfrota (Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas).

O Comitê é vinculado à Seclima (Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas).

Relembre:

/2025/02/11/ouca-nunes-determina-estudos-para-onibus-a-gas-natural-gnv-em-sao-paulo-e-vai-recorrer-de-decisao-que-atendeu-psol-e-suspendeu-nova-lei-de-troca-de-frota/

LEI BARRADA POR AÇÃO DO PSOL:

A nova lei sobre descarbonização da frota, Lei Municipal nº 18.225, de 15 de janeiro de 2025,  riunda do projeto de Milton Leite de dezembro de 2024 e aprovada parcialmente por Nunes em janeiro de 2025, no entanto, teve seus efeitos temporariamente suspensos por determinação do desembargador Mário Devienne Ferraz do Órgão e Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atendeu parcialmente Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo PSOL.

A lei não está anulada. A decisão, publicada em 10 de fevereiro de 2025, suspende a aplicação da lei até o julgamento final da ação.

Relembre:

/2025/02/10/justica-atende-psol-e-suspende-lei-que-altera-normas-para-onibus-menos-poluentes-na-capital-paulista-veja-a-decisao-na-integra/

Entre outras alegações, o partido alega que o Projeto de Lei 825/2024, de autoria do ex-presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, não apresentou estudo de impacto ambiental e que flexibiliza regras, reduzindo a obrigatoriedade da compra de modelos de ônibus menos poluentes.

HVO

A Sambaíba também estuda outras possibilidades de redução de emissões para cumprir as metas.

Uma das consideradas é o HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) é um óleo vegetal hidrotratado conhecido como diesel verde, diferentemente do biodiesel, não possui oxigênio em sua molécula.

A vantagem é que este tipo de combustível pode trazer reduções significativas de poluentes e pode ser usado em qualquer motor sem nenhuma adaptação, inclusive de ônibus mais antigos que poluiriam menos como os novos, segundo diferentes estudos, como este da Universidade Federal de Viçosa. Outra vantagem é poder usar as infraestruturas de abastecimento de diesel já existentes. O HVO pode ainda ser misturado ao diesel atual.

HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) é um óleo vegetal hidrotratado conhecido como diesel verde, diferentemente do biodiesel, não possui oxigênio em sua molécula. É um hidrocarboneto puro, por isso muito mais estável, considerado um combustível alternativo e renovável bastante promissor para a matriz energética nacional. Sua utilização praticamente zera a emissão de CO2 na atmosfera terrestre. Já ao longo do seu ciclo de vida ele emite de 50% a 90% a menos de GEE (gases de efeito estufa) em comparação com o diesel fóssil. Vale ressaltar que, o HVO reduz diversos poluentes emitidos quando o biodiesel é consumido, por exemplo: material particulado fino (MP) em 33%, hidrocarbonetos (HC) em 30%, monóxido de carbono (CO) em 24% e óxidos de nitrogênio (NO) em 9%.

Pela semelhança, o HVO pode ser misturado ao diesel comercial em qualquer quantidade, ou mesmo ser usado puro, sem prejudicar os veículos, sendo tão eficiente quanto o diesel fóssil. é ideal para ser utilizado em motores atuais sem a necessidade de adaptação. Além disso, para a produção do HVO, é possível utilizar a infraestrutura das refinarias de petróleo já existentes. A introdução do HVO pode aumentar a participação de fontes limpas e renováveis na matriz energética, colocando o Brasil em uma posição ainda mais privilegiada no cenário internacional. Por ser parafínico, um hidrocarboneto simples, ele libera energia de forma mais fácil e rápida na combustão e deixa menos resíduos. A diversidade e a ampla oferta de matéria-prima são outros aspectos positivos do uso do óleo vegetal hidrogenado como combustível.

ADAMO BAZANI, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Santiago disse:

    Ótima notícia saber que alguém nessa história está considerando o emprego do HVO! Um “diesel” totalmente orgânico e adaptável a qualquer veiculo diesel atual.
    E muito melhor ainda se for empregado em ônibus com tecnologia hibrida, infelizmente ainda ignorado aqui em SP.

  2. severino resende ferreira disse:

    Parabéns sambaíba que Deus abençoe sempre 🙌🙏🙏🙏

  3. Flavio Gonçalves rocha ROCHA disse:

    A sambaíba está de parabéns

  4. Rodrigo Zika disse:

    Acredito que no Brasil é o primeiro modelo comprado com chassi Mercedes e carroceria Marcopolo, isso é bem interessante.

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