ANIVERSÁRIO DE SÃO PAULO: Um dos primeiros validadores do Bilhete Único aceitava o bilhete Edmonson também 64i1z
Publicado em: 25 de janeiro de 2025 3e76d

Não é mais possível pensar na cidade sem o Bilhete Único, mas muita coisa precisa evoluir
ADAMO BAZANI
Quem tem menos de 20 anos não conheceu a cidade de São Paulo sem Bilhete Único, ou seja, de certa forma, não deixa de ser um privilegiado.
O bilhete ou a ser realidade em 2004 e, entre o principal benefício que trouxe, além da facilidade de pagamento, foi a inclusão das pessoas mais carentes e que moram mais longe no sistema de transportes e, consequentemente, na vida de cidadão.
Muita gente deixava de circular pela cidade, de trabalhar, de cuidar da saúde, de estudar e de procurar uma vida melhor porque não tinha condições de pagar mais de uma agem.
O sistema de bilhetagem, é verdade, precisa ser modernizado, principalmente em relação à segurança, já que há muitas fraudes e vazamento de dados, além de ser necessário inovar na ampliação de opções de pagamento e recarga.
Também é urgente a criação de uma bilhetagem metropolitana, com um mesmo cartão ou outra mídia física sendo aceita em ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte) na capital paulista, ônibus intermunicipais metropolitanos (EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e nos ônibus municipais das outras 38 cidades da Grande São Paulo (além da capital).
É o que acontece no mundo e, tecnologicamente não seria impossível de acontecer na Grande São Paulo. Se o Bilhete Único “da SPTrans” é aceito nos trens e metrô desde 2006, por que não poderia há muito tempo ser “lido” pelos validadores das linhas da EMTU, dos ônibus de Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Osasco, Mogi das Cruzes, Taboão da Serra … ?
Mas é inegável o avanço não só na mobilidade, mas social que o Bilhete Único trouxe.
Por causa do Bilhete Único e das integrações que ele proporciona é que é necessária boa parte dos subsídios ao sistema de transportes com o dinheiro de impostos e dos cofres públicos.
E é justamente essa a função social. Todos, inclusive os mais ricos, contribuindo para o deslocamento de todos, inclusive os mais pobres.
Como não é mais possível pensar São Paulo sem o Bilhete Único, neste aniversário da cidade, como sempre faz lembrando fatos que relacionam a história da cidade com a dos transportes, o Diário do Transporte traz uma cena curiosa do início da bilhetagem. Muita gente vai se lembrar e muitos estão vendo aqui na reportagem pela primeira vez: um dos primeiros validadores do Bilhete Único, para possibilitar as integrações, também aceitava o bilhete tipo “Edmonson”, que é aquele de “cartolina” com uma tarja magnética no meio, muito famoso nos trens e metrô e, agora, com o QR Code, entrou para a história também.
Uma máquina enorme (para os padrões atuais) verde, com o gabinete de plástico: era este validador.
Ao centro, era possível encostar o cartão do Bilhete Único, mas havia uma entrada para a pessoa inserir o Edmonson.
Com o tempo os validadores e catracas foram se modernizando, mas com certeza, essa querida “monstrenga” foi muito importante na evolução da bilhetagem e, por isso, entra na homenagem a São Paulo neste dia especial.
Atualmente, cerca de 96% dos ageiros que andam de ônibus na cidade de São Paulo usam o Bilhete Único, segundo a SPTrans (São Paulo Transporte).
Em outras cidades da Grande São Paulo, a bilhetagem eletrônica só não é maior porque não há integrações entre os ônibus locais e poque os respectivos cartões não são aceitos nos trilhos, EMTU e ônibus da capital (SPTrans). Grande parte das pessoas que moram nas cidades vizinhas, trabalham, estudam ou cuidam da saúde na capital.
Ou seja, unificar as bilhetagens seria um outro o para a inclusão social que a Região Metropolitana ainda não conseguiu (ou melhor, não quis) fazer.
As regras do Bilhete Único em vigor (2025) são:
- A tarifa de R$ 5,00, paga com Crédito Eletrônico Comum • Ônibus, permite até quatro embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas.
- A tarifa Integrada Ônibus + Sistema Metroferroviário • Comum de R$ 8,90 permite até três embarques em ônibus diferentes, no período de 3 horas e um embarque no sistema de trilhos, nas duas primeiras horas.
- A tarifa de R$ 5,49, paga com Crédito Eletrônico Vale-Transporte (VT) • Ônibus, permite até dois embarques em ônibus diferentes, em período de 3 horas.
- A tarifa Integrada Ônibus + Sistema Metroferroviário • Vale-Transporte de R$ 10,71 permite um embarque em ônibus, em até 3 horas e um embarque no sistema de trilhos nas duas primeiras horas.
- A tarifa de R$ 2,50, paga com Crédito Eletrônico Estudante • Ônibus, permite até quatro embarques em ônibus diferentes, no período de 2 horas.
- A tarifa integrada Ônibus + Sistema Metroferroviário • Estudante considera a metade do valor da tarifa comum ônibus + metade do valor da tarifa comum sistema metroferroviário.
- A tarifa Mensal dá direito a 10 embarques / dia durante 31 dias corridos.
- A tarifa 24 horas dá direito a 10 embarques durante 24 horas corridas.
- O valor para emissão de segunda via dos cartões é de R$ 35,00, pago em dinheiro (valor equivalente a 7 tarifas de ônibus vigentes).
- É permitida a aquisição de apenas um Bilhete Único por pessoa, com cadastrado completo feito previamente no site da SPTrans. Apenas a 1ª via não tem custo e nem recarga mínima.
- *Aos domingos, não há cobrança de tarifa nos ônibus da rede de linhas noturnas e diurnas da Cidade de São Paulo, da 0h às 23h59. A gratuidade também vale nos feriados de Natal (25 de dezembro), Ano Novo (1º de janeiro) e Aniversário da Cidade (25 de janeiro).
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Na minha humilde opinião, a existência de um único cartão para transporte público não existe por “pura picuinha de partidos políticos”… Se aqueles que se dizem representantes do povo fizessem.realmente o seu trabalho de trazer melhorias para a população, hoje estaríamos comentando os 20 anos de criação do Bilhete Único que trouxe qualidade ao integrar uma região com milhões de pessoas que se locomovem entre as cidades da região metropolitana de SP.
Outro problema é que nenhum político local quer se meter a reorganizar os sistemas de ônibus que são controlados por empresários ricos e influentes. Uma solução seria o governo federal regulamentar o ente autoridade metropolitana de transporte e incentivar os estados a ativarem as suas.
Sim! É plenamente possível e necessário um sistema de bilhetagem que atenda todos os modais e todos os municípios da Região Metropolitana.
A tecnologia já permite isso faz tempo. Porém as nossas disfuncionalidades políticas o impedem!
Daí que eu defendo a criação das Agências Metropolitanas, tornando a Região Metropolitana um ente politico-istrativo diretamente subordinado ao governo do estado. Porém coordenando a gestão conjunta entre as prefeituras sobre as diferentes infraestruturas municipais, que na prática integram uma única e grande área urbana.
Cada Região Metropolitana seria coordenada por um intedente diretamente nomeado pelo governador, e as ações seriam ratificadas ou vetadas pelo colegiado diretamente formado pelos prefeitos dos respectivos municípios integrantes.
Um dos incontáveis benefícios seria exatamente uma adequada gestão pública e coordenada um unico Bilhete Metropolitano dos transportes , para todos os modais e todos os municipios.