Santo André (SP) realiza audiência pública sobre mobilidade nesta segunda (24) 2m1f6v

Encontro na Câmara Municipal vai debater mudanças de linhas de ônibus, frota de coletivos que está vencida, congestionamentos e calçadas

ADAMO BAZANI

Nesta segunda-feira, 24 de abril de 2023, a prefeitura de Santo André realiza a primeira audiência pública para debater o PMSI (Plano para a Mobilidade Segura e Inclusiva de Santo André), que deve alterar linhas de ônibus, prever ciclovias, implantação de faixas e corredores, melhorias em calçadas, além de mudança de tráfego em algumas regiões da cidade, com metas de redução de acidentes e dos congestionamentos.

O encontro vai ser realizado na Câmara Municipal das 19h às 21h.

A prefeitura, por meio de nota, diz que nesta audiência pública será realizada a leitura e apresentado o diagnóstico das condições atuais da mobilidade urbana em Santo André. Também será feita avaliação de prognóstico sobre o tema para os próximos anos na cidade.

O PMSI é parte do Programa de Mobilidade Urbana, financiado parcialmente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e desenvolvido por meio do Consórcio de Consultores e empresas Polo Planejamento, TIS.PT, Certare Engenharia e Consultoria, Concremat Engenharia e Tecnologia e Anton Engenharia e Urbanismo.

PONTOS DE ÔNIBUS EM SANTO ANDRÉ:

Segundo o relatório da prefeitura, Santo André possui atualmente 690 pontos intermunicipais, 1822 pontos municipais e quatro terminais.

MEIOS DE TRANSPORTES E VIAGENS:

A Prefeitura ainda mostra que dados da Pesquisa OD realizada pelo PlanMob revela que são realizadas 1.393.882 viagens com base domiciliar em Santo André. Dessas, 336.322 viagens (23,1%) são realizadas como modo principal o transporte coletivo. Dessa porcentagem, a maior parte das viagens (14,9%) são realizadas por Ônibus/ Micro-ônibus / Vans de outros municípios, 3,9% são realizadas por Metrô / Trem / Monotrilho, 3,6% por meio de Ônibus/ Micro-ônibus / Vans metropolitanas e 0,7% Ônibus/ Micro-ônibus / Vans de São Paulo

Atualmente o Sistema de Transporte Coletivo municipal de ageiros de Santo André conta com 49 linhas de ônibus. Estas operam por regime de subconcessão dividido entre um consórcio de empresas (Consórcio União Santo André), que é responsável por 33 linhas, e a Suzantur, que opera as demais linhas por meio de uma permissão temporária. Porém, há conexões com sistemas metropolitanos de alta capacidade como o trem metropolitano (TM) e o Corredor ABD (ônibus e trólebus NEXT Mobilidade).

REDUÇÃO DE FROTA DE ÔNIBUS EM OPERAÇÃO:

A prefeitura mostra no relatório que houve redução da frota de ônibus com a queda no número de ageiros por causa da pandemia. A frota ainda está menor em relação ao período anterior à pandemia.

Em 2019 a frota era de 393 veículos. Já em 2022 a frota de veículos deste sistema, cadastrados junto à SATRANS, é composta por 318 veículos sendo destes, 16 ônibus articulados (5,0%), 193 ônibus convencionais (60,7%) e 109 miniônibus (34,3%). Porém, a forte redução da demanda de usuários consequente da pandemia afetou o sistema de transporte coletivo, de todos o país de também da cidade de Santo André. Nesse caso, segundo o PlanMob, as empresas aram a adequar a oferta a essa redução do número de ageiros. A partir de meados de 2020 ou se a operar com apenas 80% da frota, essa porcentagem chegou à 40% em determinados mesmos e se estabilizou em 60% no segundo semestre do mesmo ano. Em 2021 houve uma nova redução que se manteve entre 40% e 60% da frota programada.

CONCORRÊNCIA ENTRE ÔNIBUS DE SANTO ANDRÉ E NEXT MOBILIDADE:

A prefeitura de Santo André se queixa no relatório de uma concorrência entre os ônibus municipais e os metropolitanos gerenciados pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) operados pela empresa NEXT Mobilidade.

Cabe ressaltar que há uma sobreposição da rede metropolitana à municipal, que ao invés de complementaram acabam por gerar uma concorrência entre os sistemas, criando sobreposições de itinerários, reduzindo a eficiência e produtividades dos mesmos. Além do mais, o município deve ampliar medidas que promovam a integração de diferentes modos de transporte coletivo, como por exemplo, ao ampliar a infraestrutura cicloviária próximo as estações e pontos de paradas mais estruturantes, estabelece como consequência incentivo à modos de transporte ativos a “última milha” dos percursos diários da população

QUASE 40% DA FROTA DE ÔNIBUS ESTÁ COM IDADE VENCIDA:

O relatório que será apresentado mostra que quase 40% da frota de ônibus municipais de Santo André está com idade vencida

Segundo os dados do cadastro junta à SATrans, conforme apontado no PlanMob, 121 veículos (38%) da frota ônibus já ultraaram a idade limite e, portanto, precisam ser substituídos. Segundo o Plano, é dever das empresas manter a idade média das frotas até cinco anos, em casos que utilizam combustíveis de origem fóssil e, em até seis anos, para veículos que utilizem combustíveis de baixa emissão. Em caso de veículos que utilizam fontes não poluentes e renováveis, as idades máximas permitidas variam a depender do tipo de veículo e energia utilizada. Manter as frotas de veículos dentro da idade, ajuda a garantir a segurança dos usuários dos veículos e das vias. Os veículos fora do tempo determinado, acabam por não estar modernizados em termos de equipamentos e tecnologias mais seguras, além de gerarem maiores problemas de manutenção também impactam no meio ambiente, pois são mais poluentes.

CORTES DE LINHAS:

No dia 17 de agosto de 2022, em audiência preliminar sobre o Plano de Mobilidade, a prefeitura declarou que, em curto prazo, pretende reduzir o trajeto de ao menos 37 linhas. A previsão exata ainda vai ser definida.

A maior parte destas ligações unem diferentes bairros ando pelo centro.

A ideia é que as linhas saiam dos bairros de maior demanda e parem no centro.

Caso o ageiro precise seguir para outro bairro, por meio do Bilhete Único Andreense, deve pegar outro ônibus sem pagamento de tarifa.

Se uma linha bairro a bairro via centro tiver alta demanda nas duas pontas, ela pode ser transformada em duas.

Um exemplo é a linha B11, que hoje liga o Bairro Paraíso à Vila Guiomar. Ela vai ser transformada em duas linhas, uma entre o Paraíso e o Centro e a outra, entre o Centro e a Vila Guiomar.

Já a linha T15, hoje estação Mário Covas até a Estação de Santo André, só vai virar Jardim do Estádio/Centro, reduzindo significativamente sua área de atendimento.

Outras 11 linhas terão pontos iniciais e finais mantidos, mas vão ter os trajetos alterados.

A proposta ainda inclui a criação de duas novas linhas:

– Terminal Vila Luzita/Hospital Mário Covas

– Terminal Vila Luzita/Taioca/Fundação

As linhas também devem sofrer alterações por causa da implantação do BRT ABC (Bus Rapid Transit) e da linha 20-Rosa de Metrô.

Essas alterações serão de médio prazo no caso para o BRT ABC, que é prometido para 2023, e de longo prazo para a linha 20 Rosa, sem uma data definida de fato.

Para o BRT-ABC deve ser criado um miniterminal municipal junto à estação Abraão Ribeiro.

Haverá também mudanças em linhas por causa da construção da estação Pirelli da TM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

De acordo com a apresentação, em curto e médio prazos, em razão de mais linhas menores e da queda de demanda de ageiros, a quantidade de micro-ônibus e micrões deve aumentar.

A prefeitura diz ainda que deve conversar com as empresas de ônibus quanto à necessidade de trocar 40% da frota, que é mais antiga.

Em longo prazo, proposta é exigir nas linhas de maior demanda ônibus de piso-baixo e elétricos.

Veja mais em:

*Prefeitura de Santo André vai propor eliminação de linhas intermunicipais da EMTU que concorrem com ônibus municipais*

_Pela proposta, linhas de Ribeirão Pires e Mauá não iriam mais para o Sacomã e São Caetano do Sul, parando na TM e linhas entre Santo André e São Bernardo do Campo seriam descartadas na cidade_

*ADAMO BAZANI*

/2022/08/18/ouca-prefeitura-de-santo-andre-vai-propor-eliminacao-de-linhas-intermunicipais-da-emtu-que-concorrem-com-onibus-municipais/

 

As gratuidades da bilhetagem deixarão de ter a tecnologia digital. Hoje, o ageiro precisa colocar o dedo no validador da catraca para a liberação, mas este sistema dá muita falha. A tecnologia facial, ou seja, câmeras para captar o rosto do ageiro é a mais provável.

Outra proposta é aumentar o número de pequenos terminais por causa da necessidade de o ageiro fazer mais integrações.

São também previstos tratamentos viários em 16 rotas para priorizar a circulação dos ônibus, mas não significa que em todos estes pontos haverá corredores.

A prefeitura ainda quer procurar outras fontes de financiamento para bancar os custos dos ônibus revendo os modelos de concessão com mecanismos para que as empresas ampliem a qualidade e, consequentemente, a demanda.

O plano agora vai analisar as sugestões dos moradores para ser finalizado.

Veja algumas das apresentações:

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Rogério Martins disse:

    Não acho certo que acabem com as linhas bairro a bairro. Isso facilita muito o usuário, pois não precisa ficar descendo de ônibus e entrando em outro para chegar ao destino, que às vezes é de dois, três ou quatro pontos depois do centro.
    Acredito que, quem tem essa ideia não utiliza o ônibus.
    Eu pego o B21 lá no Campestre, ( moro no Bairro Siqueira) depois do SENAI eu desço, então vou ter que descer do ônibus lá no centro e pegar outro? Atrasando o meu percurso e tirando o meu conforto.
    Realmente quem teve essa ideia NÃO anda de ônibus.
    Desce jeito é melhor usar o meu carro.
    Ou seja, menos ageiros no ônibus e mais carros nas vias.
    Definitivamente um retrocesso.
    Péssima istração.

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