Prefeito Ricardo Nunes inicia processo de desapropriação de áreas para construção do BRT Aricanduva 6b722w
Publicado em: 29 de setembro de 2021 4r425x

Imóveis particulares nos Distritos de Vila Matilde, Aricanduva e São Mateus tiveram declaração de utilidade pública decretada nessa terça-feira (28)
ALEXANDRE PELEGI
O BRT Aricanduva, que deverá contar com 13,6 km de vias exclusivas para ônibus, está a cada dia mais próximo de se tornar realidade.
Em decreto publicado no Diário Oficial desta quarta-feira, 29 de setembro de 2021, o prefeito Ricardo Nunes declarou de utilidade pública, para desapropriação, imóveis particulares situados nos Distritos de Vila Matilde, Aricanduva e São Mateus, necessários à implantação do corredor de ônibus.
Apesar do decreto não citar nominalmente o BRT, a prefeitura, em nota ao Diário do Transporte, confirmou tratar-se deste projeto.
“A Prefeitura da cidade de São Paulo, por meio da SPObras, informa que o Decreto de Utilidade Pública DUP nº 60587 é referente às desapropriações de imóveis necessárias para implantação do Corredor BRT Aricanduva. Com extensão aproximada de 13,6 km, o trajeto do corredor tem início na intersecção da Avenida Radial Leste com a Avenida Aricanduva, seguindo pelo traçado do Rio Aricanduva e posteriormente pela Avenida Ragueb Chohfi até o Terminal São Mateus, localizado na Praça Felisberto Fernandes da Silva. Atualmente, estão sendo desenvolvidos os projetos do BRT, com previsão de conclusão em julho de 2022. Após elaborados os projetos, as obras serão licitadas”, diz a nota.
Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 22 de julho de 2021 foi firmado o contrato entre a SPObras e empresa que será responsável pela elaboração do projeto de corredor BRT (Bus Rapid Transit).
A empresa responsável terá um prazo de 12 meses para concluir o projeto e apresentar para a prefeitura, contando da emissão da ordem de serviço.
O novo projeto viário voltado para o transporte público e mobilidade urbana realizará uma conexão direta entre a Avenida Alcântara Machado (Radial Leste) e o Terminal São Mateus, mais a Zona Leste.
Desta forma o usuário do transporte público terá nas extremidades do corredor a possibilidade de ar o sistema de ônibus e trólebus intermunicipais da EMTU em São Mateus (Metra) e o sistema sobre trilhos com a Linha 15-Prata de monotrilho, Linha 3-Vermelha de metrô e 11-Coral de trens metropolitanos, uma vez que as estações ficam bem próximas.
A expectativa é de beneficiar de forma direta 290 mil ageiros e promover uma diminuição no tempo de viagem.
Para isso, um novo Centro de Controle Operacional deverá ser construído para fazer o gerenciamento do corredor.
Natural dos sistemas de BRT, o ageiro efetuará o pagamento da tarifa na estação de embarque e não no interior do coletivo, também promovendo um ganho de tempo na viagem.
Atualmente, na cidade de São Paulo há apenas um sistema com características de BRT, o Expresso Tiradentes, com oito quilômetros entre o Terminal Sacomã e a Estação-Terminal Mercado, na região do Parque Dom Pedro II, no centro.
Há a estimativa também de que a partir de 2023, um BRT Metropolitano com ônibus elétricos, partindo do ABC Paulista e circulando em São Paulo pelas regiões do Tamanduateí, Ipiranga e Sacomã.
De acordo com a SPObras, o projeto do BRT Aricanduva também prevê a construção de uma ciclovia na sua extensão, criando conexões com outras vias exclusivas de bicicletas presentes nas proximidades das pontas do corredor na Radial Leste e na Avenida Sapopemba, junto ao terminal de São Mateus.
SOBRE O CORREDOR DO ARICANDUVA
(por Adamo Bazani)
O BRT-Corredor Aricanduva tem previsão para ligar a região de São Mateus, conectando o monotrilho da linha 15-Prata e o Corredor de Ônibus e Trólebus ABD até o outro extremo da região junto à Avenida Radial Leste, possibilitando a chegada ao Metrô Carrão (linha 3-Vermelha).
O trajeto, que também deve fazer conexão com as linhas 11 e 12 da TM, por meio do contato com a linha 3-Vermelha ainda na zona Leste, contará com aproximadamente 13,6 km de extensão em pavimento rígido e estações de embarque e desembarque.
A região engloba 1,1 milhão de usuários e, somente pelo corredor, devem ar em torno de 300 mil ageiros por dia.
As obras do corredor foram prometidas em 2011 com previsão inicial de entrega em 2014.
Em 2014, a data de entrega foi alterada. No dia 11 de setembro de 2014, o então o Secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto, da gestão Fernando Haddad, prometeu a obra para 2016, o que não se concretizou também.
Relembre: /2014/09/11/brt-radial-e-corredor-aricanduva-ficam-prontos-ate-2016/
O projeto também enfrentou questionamento no TCM/SP – Tribunal de Contas do Município de São Paulo.
Somente em dezembro de 2019, foi aberta uma licitação para escolher a empresa ou consórcio responsável pela elaboração do projeto.
No dia 24 de abril de 2020, prefeitura de São Paulo por meio da Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT) informou que o Banco Mundial aprovou o empréstimo para a cidade no valor de US$ 97 milhões que será destinado par a construção do corredor.
Relembre: /2020/04/24/banco-mundial-vai-emprestar-us-97-milhoes-para-a-construcao-do-brt-aricanduva/
O empréstimo tem garantia do Governo Federal e prazo de 15 anos de amortização, ou seja, quitação desta dívida com pagamentos periódicos em valores pré-fixados.
Parte do dinheiro será destinada também a modernização do Centro de Controle Operacional (CCO) da SPTrans, permitindo uma melhor análise e controle da operação na cidade.
O BRT-Aricanduva será um corredor com estações (paradas) para embarque e desembarque, contará com 14km e tem previsão para atender 300 mil pessoas por dia.
A SMT informou ao Diário do Transporte, na ocasião, que ainda haverá a licitação deste corredor. Não há data oficializada para o início e fim das obras.
“A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, informa que o Banco Mundial aprovou um empréstimo de US$ 97 milhões para a construção do BRT Aricanduva. O projeto, que prevê 14km de percurso e deverá atender 300 mil ageiros, ainda será licitado.”
No dia 20 de junho de 2020, a São Paulo Obras, da prefeitura de São Paulo, assinou Acordo de Cooperação Técnica com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) objetivando a cooperação técnica na implementação das atividades do Projeto “Programa De Melhoria Da Mobilidade Urbana Universal – Corredor Aricanduva”, conforme Contrato de Empréstimo firmado entre o Município de São Paulo e o Banco Internacional para Reconstrução de Desenvolvimento – BIRD. O prazo foi estipulado em 60 meses.
Caberá a esta UGP, de acordo com o decreto 59.615, o planejamento, a coordenação e a execução das etapas de preparação, negociação e execução do projeto.
Ainda de acordo com a publicação oficial, a obra tem “o objetivo de ampliar a capacidade de operação do transporte coletivo para grande parte da população da região Leste da Cidade de São Paulo, notadamente os moradores de baixa renda, melhorando a ibilidade para os usuários.”
Em 22 de julho de 2021, foi assinado o contrato entre a SPObras e empresa que será responsável pela elaboração do projeto de corredor BRT (Bus Rapid Transit) no Aricanduva.
A empresa recebeu um prazo de 12 meses para concluir o projeto e apresentar para a prefeitura, contando da emissão da ordem de serviço.

Ponderando o conjunto de infraestruturas planejadas no entorno da área, o Corredor Aricanduva, quando implantado, terá uma função fundamental de conectar, ao Sul, a Linha 15 Prata do Metrô (em implantação), o futuro Corredor Perimetral Itaim Paulista – São Mateus (SPTrans) e o Corredor Metropolitano ABD no Terminal São Mateus. No trecho intermediário, o corredor ligará o planejado Corredor Vilanova Artigas/Afonso Sampaio (SPTrans), o Corredor Itaquera ‐ Líder (SPTrans, em construção) e a futura extensão da Linha 02 Verde do Metrô (em projeto). As linhas da porção Norte do corredor se conectarão com a Linha 03 Vermelha do Metrô e com as Linhas 11 Coral e 12 Safira da TM. O corredor também se conectará ao futuro corredor Radial Leste (SPTrans). (Fonte: SPObras)
Alexandre Pelegi e Adamo Bazani, jornalistas especializados em transportes
Ué, fala em criação de ciclovia na Av. Aricanduva, mas ela já foi construída. Pra ligar às de São Mateus, pelo que eu sei, só falta o trecho abaixo do monotrilho, que já deve sair (se é que já não saiu e eu nem sei). Por que isso está na conta do BRT?