Mercedes-Benz lança o primeiro chassi elétrico com produção no Brasil: eO500U 6t555h
Publicado em: 25 de agosto de 2021 6o636z

De São Bernardo do Campo, haverá exportações; autonomia é de 250 km e operadores de São Paulo já mostraram interesse
ADAMO BAZANI/JESSICA MARQUES
A Mercedes-Benz anunciou na manhã desta quarta-feira, 25 de agosto de 2021, o lançamento do seu primeiro chassi de ônibus elétrico de produção no Brasil.
Trata-se do modelo eO500U, de piso baixo, para carrocerias de até 13,2 metros. As baterias terão recarga total entre duas horas e meia e três horas. Segundo a Mercedes-Benz, a autonomia será de 250 quilômetros. Com seis packs de bateria, será possível chegar a 300 quilômetros. Há versão de quatro packs.
As baterias representam em torno de 50% do valor total do ônibus e a previsão é de uma troca a cada 15 anos.
O sistema de carregamento será Plug-In, ou seja, recarga com conectores em pontos fixos. O preço deste veículo pode ser entre três e quatro vezes maior que um simular a diesel.
VENDAS
Os operadores da cidade de São Paulo já têm interesse de compra do produto. Em Vitória (ES) e Salvador (BA), também há interessados.
Para a capital paulista, já há um mercado previsto para ser iniciado com cerca de 150 unidades.
A produção será na planta de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, tanto para o mercado nacional como para exportações. As primeiras unidades devem operar em 2022.
DETALHES DO CHASSI
“O eO500U foi criado, desenvolvido e será produzido no Brasil, para as condições brasileiras, para a América Latina, países da Europa e Oceania, para onde será exportado. É um produto do Brasil para o mundo”, disse em entrevista coletiva, com participação do Diário do Transporte, o vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda de Caminhões e Ônibus, da Mercedes-Benz, Roberto Leoncini.
Os testes foram feitos em parceria entre os centros de desenvolvimento no Brasil e na Alemanha.
“O chassi eO500U é um modelo padron 4×2 de piso baixo para carrocerias de até 13,2 metros de comprimento. Como grandes diferenciais, o eO500U terá autonomia de 250 quilômetros, a maior autonomia de ônibus elétricos no Brasil, além da maior capacidade de transporte de ageiros deste segmento. Com o motor elétrico integrado ao eixo traseiro, o eO500U virá equipado com freio eletrônico EBS e sistema de regeneração de energia. O de instrumentos é novo para se adequar às novas necessidades de controle e trazem informações específicas do motor elétrico, das baterias e dos demais sistemas eletrônicos”, explicou o diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa.
Os motores são acoplados aos eixos, não havendo eixo cardan, rendendo uma potência equivalente a 250 cavalos.
“O sistema de recarga das baterias é do tipo plug-in, no mesmo padrão tecnológico utilizado pela Daimler em seus ônibus elétricos, e leva de duas horas e meia três horas de duração para recarga completa”, completou.
Em resposta a um questionamento do Diário do Transporte, Barbosa esclareceu ainda que a partir do começo do ano que vem os encarroçadores vão desenvolver carrocerias para esse produto.
Além disso, o executivo detalhou especificações técnicas do produto. “Em relação ao O500U diesel, ele tem aproximadamente 2.100 kg a mais, é de 14.800 kg considerando chassi + carroceria, contra 12.800 kg de um veículo a diesel, com carroceria similar. Só do chassi, a tara é de 8.100 kg contra 6.000 kg do O500U”, explicou. O chassi possui capacidade para 29 assentos e possibilidade de 83 ageiros.
Com relação à bateria, são dois packs na parte traseira e até mais quatro na parte superior do veículo. Pode ser até seis packs, mas a produção atualmente está sendo feita para atender a necessidade atual do mercado, portanto será para quatro, dois em cima e dois embaixo.
Detalhes sobre a composição da bateria ainda não podem ser divulgados pela fabricante.
TESTES
Também em coletiva, o gerente de Desenvolvimento de Produto, Arno Pruellage, contou que os protótipos foram enviados do Brasil para a Alemanha. Entre os itens testados estão acústica, freios, ar-condicionado e sistemas de tensão elétrica veicular.
No próximo mês devem começar os primeiros testes de campo mais severos pelas ruas brasileiras.
CARROCERIAS
O modelo de testes recebeu a carroceria brasileira Caio, modelo Millennium IV.
Segundo Walter Barbosa, já há tratativas com outras fabricantes nacionais.
No Brasil, além da Caio, produzem carrocerias urbanas as marcas Marcopolo e Neobus (do mesmo grupo), Mascarello e Comil.
INVESTIMENTOS E MERCADO
Para o desenvolvimento do modelo, a Mercedes-Benz diz que investiu R$ 100 milhões em parte de preparação da linha, em testes, protótipos, engenharia, capacitação e redes de fornecedores.
Para Walter Barbosa, o momento de lançamento deste produto atualmente é o mais adequado.
“Há cinco anos, o mercado não estava ainda preparado para ônibus elétricos. Hoje começa outra realidade, um começo”
O executivo diz ver mercado para estes ônibus em municípios que separam tarifa pública da tarifa técnica, ou seja, onde há subsídios.
Por isso que a capital paulista deve ser um dos principais mercados, uma vez que há uma lei que determina frota limpa sendo inserida de forma gradativa até que em 2037 as emissões de CO2 sejam zeradas pelos ônibus da capital.
A Mercedes-Benz está avaliando veículos maiores e menores elétricos para atender diversos segmentos, inclusive de piso alto.
O modelo testado e apresentado segue as especificações da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema da capital paulista.
Confira as imagens de apresentação do modelo:
Adamo Bazani e Jessica Marques
Aloooo, Transwolff!! Ja prepara o money ai
Notícia sensacional.
Infelizmente ainda duvido muito da adoção destes veículos elétricos pelas operadoras, já que custam até 4 vezes mais que um diesel tradicional. As empresas estão aí é pra lucrar…
Muita curiosidade também em saber como este se compara aos modelos da BYD.
Agora sim ficou interessante, assim o grupo Ruas que domina quase todas as viações majoritárias das empresas de ônibus de SP, podem ter um interesse maior por ser filiada a Caio com parcerias que deram certo há anos com a Mercedes, veremos e promissor, tenho mais esperança de um futuro corredor BRT com elétricos.
Todos preocupados com a emissão de CO2 (o gás da vida para o mundo vegetal) mas ninguém sabe como (e a que custo!) reciclar as baterias ao final dos seus 15 anos de vida útil. A industrialização de baterias de Lítio gera lixo tóxico do qual todos silenciam. Que tal dar nome aos bois?