Multas a motoristas do sistema BRT do Rio: a culpa é do projeto ou da imperícia dos profissionais? 663k13
Publicado em: 3 de agosto de 2017 1y7c

A istração anterior rejeita tese do atual secretário dos transportes do Rio, que alega que projeto original do BRT não levou em conta variáveis como tamanho do veículo, peso, capacidade e tempo de frenagem…
ALEXANDRE PELEGI
Conforme noticiamos ontem (dia 2), as multas recebidas por motoristas do sistema BRT do Rio de Janeiro foram canceladas pela prefeitura do Rio de Janeiro. Relembre:
/2017/08/02/secretario-do-rio-cancela-multas-de-motoristas-de-brt-por-avanco-de-sinal/
A alegação para tal decisão foi explicitada em nota pelo secretário dos Transportes do município Fernando Mac Dowell, para quem o projeto do BRT não levou em conta variáveis importantes, a saber o tamanho do veículo, peso, capacidade e tempo de frenagem. “Os motoristas não podem ser castigados por um erro de projeto. A falha não é deles”, escreveu Mac Dowell, em nota, como justificativa para o cancelamento de 962 multas.
À nota da atual istração seguiu-se nota em resposta da istração anterior, repelindo a afirmação de erro no projeto do BRT.
Alexandre Sansão, ex-secretário municipal de Transportes (SMTR), lembrou que o sistema BRT opera desde 2012, ao o que as reclamações surgiram somente em 2015. Ainda em nota, Sansão relembrou que analisou o pedido da categoria um mês antes de findar o mandato de Eduardo Paes (novembro de 2016), e suspendeu preventivamente as multas de avanço de sinal, mas reativou outras infrações cometidas pelos motoristas de BRT. Segundo ele, a condição era que as multas por avanço de sinal (962, no total) ariam por uma sindicância com prazo de 180 dias para apresentação de parecer final. Sansão afirma não saber o fim desse processo.
Os motoristas, através de seu sindicato (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio – Sintraurb), alegam em sua defesa que o problema todo estaria no tempo dos semáforos. Ônibus articulados são compridos, e quando am pela luz amarela não há tempo para concluir a ultraagem antes do vermelho, eles afirmam. Como solução, o Sintraurb pede a instalação de temporizadores na rede semafórica do sistema BRT.
Se o problema é de temporização, ou de imperícia, não se sabe. A sindicância instituída na gestão ada continua desconhecida, e a prefeitura do Rio não alterou a sinalização semafórica, apesar de informar que desenvolve um estudo técnico para definir o tempo do sinal amarelo para compatibilizar com o funcionamento do BRT.
CRESCIMENTO ACELERADO DE IMPLANTAÇÃO DE BRTs:
No intervalo de 2004 a 2014 houve um crescimento acelerado de implantação de corredores de BRT ao redor do mundo. Calcula-se que existam atualmente perto de 2.600km de BRTs operacionais em vários países, sendo que 72% destes foram construídos neste intervalo de 10 anos.
No Brasil a onda de BRTs também conheceu um ritmo acelerado, impulsionada que foi pelos eventos internacionais (Copa e Olimpíadas), com a existência de verbas federais providas por programas como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal. Isso levou a extensão de corredores de BRT a praticamente dobrar em relação a 2004.
Em função desse crescimento organizações internacionais, como o ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento – da sigla em inglês para Institute for Transportation and Development Policy), criaram um “Padrão de Qualidade BRT”, com maior peso à avaliação de aspectos operacionais e de segurança viária dos corredores. São métricas específicas utilizadas para identificar e avaliar os corredores com base em práticas documentadas e disseminadas por um Comitê Técnico internacional.
À base de um sistema de pontuação que varia de 0 a 100 o ITDP classifica um corredor. Aqueles com as mais altas pontuações são classificados como Ouro (maior a 85 pontos), Prata (maior que 70 pontos) e Bronze (maior que 55 pontos).
O ITDP avaliou alguns corredores de BRT do Rio de Janeiro. Veja nos links o selo conferido a cada um, e perceba que os três principais tiveram boa pontuação:
Avaliação BRT TransOlímpica (Prata) – RJ: http://itdpbrasil.org.br/avaliacao-brt-transolimpica-rj/
Avaliação BRT TransOeste (Prata) – http://itdpbrasil.org.br/brt-transoeste/
Avaliação BRT TransCarioca (Ouro ) – http://itdpbrasil.org.br/brt-transcarioca/
Resta saber, portanto, se o padrão de qualidade dos corredores de BRT do Rio de Janeiro vem se mantendo, ou se estes perderam qualidade com o tempo. Como qualquer sistema de transporte (ou de serviços públicos), sem manutenção a qualidade despenca.
O coordenador de Transporte Público do ITDP Brasil, Gabriel Oliveira, embora o BRT TransOeste foi classificado como um corredor padrão Ouro, em sua primeira avaliação, em 2013. Porém, frente a diversos desafios operacionais que vinham sendo enfrentados, em especial a superlotação no trecho Santa Cruz-Alvorada e manutenção precária das vias de asfalto do corredor, foi reavaliado e caiu para o padrão Prata. “Os corredores de BRT do Rio de Janeiro apresentam, na maior parte de sua extensão, uma infraestrutura robusta, com centro de controle completo e estações com faixas de ultraagem. Porém, a operação do sistema ainda é um grande desafio que revela oportunidades de melhoria em diversos aspectos. Vale lembrar que alguns corredores estão transportando menos da metade do que a demanda para a qual foram projetados. Em nossas avaliações, já fizemos diversas recomendações, como para o ajuste de frequência nos corredores e de um controle mais inteligente da oferta. Uma semaforização inteligente ajudaria a minimizar este problema de multas a motoristas do sistema que vem agora à tona, por exemplo.”
De acordo com o especialista, provavelmente uma nova avaliação revelaria padrões de serviço similares aos outros corredores da cidade que o faria cair de padrão.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte
Nada melhor que o próprio motorista explicar, seria simples se o radar fotografasse pela frente.
https://m.youtube.com/watch-?v=SYDTKRzzeg8
Daniel Duarte, boa noite.
Informo que eu não consegui abrir o vídeo.
Pode verificar o que ocorreu.
Ou postar outro, deve ser interessante.
Abçs,
Paulo Gil
Paulo Gil, bom dia.
Segue o link novamente, caso não abra eu achou no You Tube com o título Expresso Penha x Santa Efigênia – Saindo da Penha
https://m.youtube.com/watch-?v=SYDTKRzzeg8
Amigos, boa noite.
Lembrando:
Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988
CAPÍTULO VII
DA ISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
“Art. 37. A istração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ”
Também quero o cancelamento das minhas multas, principalmente uma de farol vermelho em Guarulhos, que eu tenho certeza que não avancei o vermelho.
E como todos são iguais perante a lei, que todas as multas de todos os brasileiros também sejam canceladas.
Por que esse privilégio ??
Quem cancelar que pague, ou o RJ não está mais falido ???
Lei pra que ??
Pra ser descumprida na cara dura.
Melhor voltar o FARWEST.
MUDA BARSIL OU MORRE, ALIÁS JÁ MORREU FAZ TEMPO.
Att,
Paulo Gil
Os direitos não são iguais porque seu carro não mede 28mts
E o que tem aver a crise no estado com este processo dos profissionais do BRT no município do RJ? É cada uma rsrs
Se achas que esta sendo prejudicado de alguma forma, busque seus direitos..
Agora não faça comparações,até porque não tem lógica ok
Em lugar de se adaptar semáforos para evitar multas em veículos articulados, deveriam se preocupar em criar sistemas para semáforos sincronizados com os ônibus dos BRT, evitando assim suas paradas e esperas inúteis. Só assim trariam ganhos à mobilidade.
Antes era assim meu querido mas as constantes falhas no piso e a falta de manutenção assim como o término de contrato da empresa que fazia a manutenção do sistema eletronico do tráfego deixaram o sistema a deriva resultando assim no problema com as multas.