Frota de ônibus de Curitiba envelhece e pode chegar ao fim de 2017 com 1/3 dos coletivos com mais de 10 anos de vida útil 2l4cs

Pelo contrato de concessão os ônibus não podem operar com idade acima do limite de dez anos de vida. Idade média da frota, que por contrato deve ser de cinco anos, está hoje em 8,4 anos

ALEXANDRE PELEGI

A quantidade de ônibus com mais de dez anos de uso tem crescido no sistema de transporte coletivo urbano de Curitiba. A previsão é de que até o fim deste ano o total alcance 529 veículos com a vida útil vencida, caso a prefeitura não consiga que as empresas concessionárias façam a substituição por modelos novos. Pelo contrato de concessão, os ônibus não podem operar com idade acima do limite de dez anos de vida.

O aumento da tarifa para R$ 4,25, promovido pela prefeitura em fevereiro deste ano já sob a gestão Rafael Grecca, foi justificado pela istração municipal como suficiente para viabilizar a compra de novos ônibus, e assim diminuir a idade média da frota. Na época, 410 ônibus estavam com idade acima de 10 anos; hoje, quase 5 meses depois, já são 424.

Perto de alcançar um terço da frota rodando com veículos acima da idade limite – 529 ônibus numa frota de 1.656 veículos – outro fator estabelecido em contrato também está sendo desrespeitado pelas empresas: a idade média dos ônibus em operação. Estabelecida contratualmente em cinco anos, hoje ela já alcança 8,4 anos.

O contrato de concessão dos transportes públicos de Curitiba prevê a existência de uma frota reserva. De acordo com dados da Urbs, se forem excluídos os ônibus que integram esta frota emergencial, a cidade tem atualmente 239 coletivos com a vida útil vencida. Por este critério, até o fim do ano serão 305 ônibus caso não haja nenhuma ação para renovar a frota.

As empresas concessionárias se justificam, alegando que a maioria dos veículos com idade acima do permitido só são postos na rua em situações emergenciais, como eventuais problemas com os ônibus da frota principal. Seguindo este argumento, tem-se que dos 424 ônibus com idade acima de 10 anos, um terço deles (cerca de 130) circulam regularmente pelas ruas da capital paranaense.

EMPRESAS PROTEGIDAS POR LIMINAR:

A frota de ônibus que serve o transporte público urbano de Curitiba não é renovada desde 2013. As empresas foram desobrigadas de cumprir o contrato que as obriga de renovar a frota graças a uma decisão judicial em caráter liminar. À época as empresas entraram na Justiça alegando desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão.

Em nota à imprensa, o sindicato das empresas de transporte coletivo (Setransp) afirma que o desequilíbrio dos contratos resulta de uma série de decisões feitas em gestões anteriores da Urbs, somado à forte queda de ageiros no período.

“Diante desse quadro, as empresas buscaram a Justiça, pois estavam sendo prejudicadas e acabaram sem fôlego para realizar a renovação de frota, embora fosse do interesse delas fazer esse tipo de investimento”, afirma a nota do Setransp.

O Setransp alega ainda que a situação melhorou com a mudança na gestão da prefeitura em 2017, o que significou um avanço nas conversas para a renovação de frota. “No entanto, como a renovação terá como contrapartida um impacto na tarifa técnica, os detalhes têm de ser estudados a fundo para que não volte a ocorrer um desequilíbrio econômico-financeiro no futuro, e isso acaba levando um certo tempo”, diz a nota.

A prefeitura, através do presidente da Urbs, José Antonio Andreguetto, tem explicações semelhantes. Andreguetto cita dois problemas que impediram a renovação da frota: a falta de dinheiro e a judicialização da questão, fruto da liminar obtida pelas empresas. O primeiro quesito foi atendido com o reajuste tarifário realizado em fevereiro, que equalizou o Fundo de Urbanização de Curitiba, FUC, permitindo que hoje se possa fazer a reposição da frota em  270 ônibus, segundo o presidente da Urbs.

Quanto à questão judicial, a prefeitura está negociando com as empresas para que retirem o pedido judicial.

No entanto, nem prefeitura, nem o Setransp, falam em prazos para que a questão seja resolvida.

URBS AFIRMA QUE DINHEIRO PARA RENOVAÇÃO DA FROTA FOI GARANTIDO PELO AUMENTO TARIFÁRIO:

Para o presidente da Urbs o dinheiro para a renovação da frota está garantido com o aumento tarifário já concedido. Pelos cálculos da prefeitura, dos R$ 4,25 da tarifa paga pelo usuário, R$ 3,98 são reados às empresas, o que significa uma poupança a ser usada exclusivamente para remunerar o investimento das empresas.

Andreguetto se refere à compra de 270 ônibus em substituição aos veículos antigos, além da compra de mais 24 biarticulados para o Ligeirão Norte/Sul.

Neste ponto Andreguetto contesta o que dizem as empresas, que item a possibilidade de a renovação da frota trazer consequências negativas, provocando desequilíbrio financeiro no contrato. Ele garante que não há risco algum de isso acontecer.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte

Comentários

Comentários 72495v

  1. Thiago disse:

    Se houver vitória judicial o que acontece?

    1. Paulo Gil disse:

      Thiago, bom dia.

      Independentemente de quem ganhar na justiça, só uma coisa é certa.

      A tarifa vai aumentar; pois sem lucro não há como renovar frota de buzão, nem na lua.

      O puder quando precisa de dinheiro aumenta impostos, como o que foi feito por esses dias.

      As empresas de buzão são empacadas pelo puder o qual quer que as empresas renovem frota sem lucro.

      Conclusão; dá nisto que está ocorrendo em Curitiba.

      Abçs,

      Paulo Gil

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    A melhor solução para as empresas é vender os buzões velhos.

    Assim não serão multadas, os buzões novos andarão tuchados aumentando a eficiência da frota e quem sabe assim sai um lucrinho.

    Mas sem aumento de tarifa ou como dizem os economistas “sem equilíbrio financeiro” nenhuma empresa de buzão consegue renovar frota.

    A única saída é o puder largar de interferir, inferniza e empacar as empresas de buzão.

    Sigam o exemplo de Osasco.

    Att,

    Paulo Gil

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