FetransRio 2016: Ônibus grande para pagar a conta s3n4p

Chassi é para carroceira de 30 metros que pode atender 300 pessoas ao mesmo tempo

De acordo com montadoras que expam produtos na feira, veículos devem reunir capacidade e rentabilidade. Modelo de 15 metros rodoviário já tem procura antes mesmo da homologação ser concluída

ADAMO BAZANI

Os ônibus tanto rodoviários como urbanos têm transportado cada vez mais ageiros que contam com gratuidades totais e parciais. Além disso, os custos de operação, segundo os empresários, têm aumentado por diversos motivos, entre eles, a falta de prioridade no espaço urbano que faz com que os ônibus fiquem presos no trânsito e não consigam realizar o número adequado de viagens, o preço do óleo diesel e a pressão do custo da mão de obra.

Como não dá para ficar esperando do poder público políticas que financiem de forma satisfatória os transportes, inclusive, garantindo os direitos de gratuidade sem onerar ageiros e empresários, o jeito é encontrar soluções na redução dos custos e no aumento da produtividade de cada veículo.

Nessa linha, as duas principais montadoras que expam produtos na FetransRio disseram que um dos caminhos para isso é ampliar o tamanho e, consequentemente, a capacidade dos ônibus tanto rodoviários como urbanos.

Em relação aos urbanos, a Volvo apresentou um biarticulado de 30 metros de comprimento com capacidade para 300 ageiros e um articulado de 22 metros que pode atender a 210 pessoas e a Mercedes-Benz mostrou uma nova versão do superarticulado para 223 ageiros, com 23 metros de comprimento.

Ônibus Mercedes superarticulado para 223 ageiros e 23 metros com carroceria Marcopolo Viale (ACIMA) e Ônibus Volvo Superartic 210 para 210 ageiros e 22 metros de comprimento com carroceira Neobus (ABAIXO)

Ônibus Mercedes superarticulado para 223 ageiros e 23 metros com carroceria Marcopolo Viale (ACIMA) e Ônibus Volvo Superartic 210 para 210 ageiros e 22 metros de comprimento com carroceira Neobus (ABAIXO)

Ônibus Mercedes superarticulado para 223 ageiros e 23 metros com carroceria Marcopolo Viale (ACIMA) e Ônibus Volvo Superartic 210 para 210 ageiros e 22 metros de comprimento com carroceira Neobus (ABAIXO)

No segmento de rodoviários, o destaque foi para o veículo de 15 metros de dois andares que pode receber até 60 ageiros. Uma nova configuração interna da fabricante de carrocerias Marcopolo pode ampliar essa capacidade para 72 ageiros. O chassi exposto era da Volvo, mas a Mercedes já adiantou que pretende investir neste mercado.

ônibus 15 metros

Ônibus de 15 metros rodoviário já tem procura. Homologação em fase final

“O ônibus de 15 metros rodoviário é uma tendência interessante no setor. Hoje, por exemplo, as empresas rodoviárias já têm de ceder dois lugares gratuitos para idosos e o demais com 50% de desconto. Agora com o benefício para jovens de baixa renda, há também a obrigatoriedade nas linhas interestaduais de dois assentos gratuitos e outros com 50% de desconto. A nova configuração com elevador em vez de cadeira de transbordo para pessoas em cadeiras de rodas também vai tirar outros dois assentos. Enfim, será necessário ampliar a capacidade de atendimento dos ônibus para que eles recuperem os assentos para os ageiros pagantes. Inicialmente o ônibus de 15 metros será na linha 8X2 (quatro eixos), mas acreditamos que serão produzidos também num outro momento, ônibus rodoviários de 15 metros com um piso” –  disse o diretor de marketing vendas de ônibus da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, ao Diário do Transporte na feira.

“A gente acredita que cada vez mais os transportes terão de carregar mais ageiros para pagar a conta [das gratuidades e benefícios]. Por isso que a gente tem aumentado o tamanho dos veículos urbanos e rodoviários. O rodoviário de 15 metros já tem uma quantidade boa de interessados. O transporte precisa continuar com produtividade sem perder o conforto.” –  disse também ao Diário do Transporte,  o presidente da Volvo Bus Latin America, Fabiano Todeschini.

É claro que muitos de cara devem dizer que ônibus grande batendo lata dá prejuízo e que existem linhas em que são vistos biarticulados e superarticulados quase vazios nos horários de entrepico. Mas aí obviamente que não é só o produto. Junto com os ônibus deve entrar boa gestão.

No caso de urbanos os veículos de maior capacidade, por exemplo, podem ser utilizados para o reforço nos horários de pico. No caso dos rodoviários, a programação da viagem destes ônibus mais longos pode ser feita nos horários de maior procura.

O que os fabricantes empresários dizem é que o ônibus precisa voltar a ser eficiente. O produto é importante juntamente com políticas públicas e boa gestão, mas gestão e política pública sem produto também pode ser insuficiente.

ENTREVISTA COM PRESIDENTE VOLVO BUS LATIN AMERICA

ENTREVISTA COM  DIRETOR DA MERCEDES-BENZ

(Vídeo em ajuste)

 Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Só falta construirem os BRT´s para rodarem os “BIGBUZÃO”.

    Será que não dá para converter o Aerotrem em BRT BIGBUZÃO.

    Que os engenheiros civis nos ajudem com ideias inovadoras.

    Articuladinho trucadinho batendo lata em Sampa não é culpa do produto e sim de outros fatores operacionais.

    Mas uma coisa é certa, pode bater lata, mas PREJUÍZO NÃO DÁ.

    Att,

    Paulo Gil

  2. alexandrovl disse:

    Quando apareceu o trecho:
    “ônibus grande batendo lata ”
    Só lembrei do Paulo Gil! ahahahahahaah

    Gostei da matéria, um resumo da Fetransrio!
    Tomara que haja este evento em São Paulo futuramente!

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