Presidente da EMTU diz que licitação não vai permitir empresas pulverizadas de um mesmo dono no ABC 194b61

Ônibus do ABC, chegando a terminal na Capital Paulista, operando sem parte do para-choque.

Declaração foi dada em entrevista ao repórter Tiago Muniz, da Rádio Jovem Pan. Joaquim Lopes disse que serviços na região deixam a desejar

ADAMO BAZANI

A licitação das linhas intermunicipais que a EMTU- Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos deve realizar na Grande São Paulo, incluindo o ABC Paulista, não só deve trazer alterações na prestação dos serviços como também na organização empresarial do setor.

A audiência pública que vai mostrar o novo modelo de concessão será no próximo dia 19 de setembro. A Grande São Paulo é dividida em cinco áreas operacionais, todas licitadas pela primeira vez em 2006, com contratos de dez anos, menos a área 5 do ABC Paulista, que ainda opera por meio de permissões precárias.  O ABC possui a frota com idade mais elevada, quase dez anos, em média, e linhas desatualizadas, A EMTU tentou por seis vezes licitar os serviços, mas sem sucesso. Em cinco vezes os empresários da região esvaziaram o certame e em uma vez o empresário Baltazar José de Sousa barrou a licitação por meio de uma decisão da Justiça de Manaus dentro de um processo de recuperação judicial de uma das empresas do grupo que sequer operava no ABC: a Soltur – Solimões Transportes e Turismo Ltda, do Amazonas.

Em entrevista ao repórter Tiago Muniz, o presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, disse que a licitação dos ônibus intermunicipais deve ter um mecanismo para obrigar empresas de um mesmo dono a se fundirem.

Assim, não haverá mais pulverização de empresas. Hoje, uma mesma família ou empresário tem diversas viações.

Na semana ada mais uma vez empresas de Baltazar José de Sousa tiveram greve porque os funcionários não receberam os pagamentos em dia.

A paralisação envolveu a EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, Viação São Camilo, Viação Triângulo, Viação Riacho Grande, Viação Imigrantes EUSA – Empresa Urbana Santo André.

A realidade destas empresas, principalmente no aspecto da qualidade para o ageiro, é bem diferente de companhias de outros grupos, como as Rigras, de Rio Grande da Serra, e Auto Viação ABC, de São Bernardo do Campo, que possuem, por exemplo, certificações como ISO 9001.

Também há diferenças na qualidade de empresas do mesmo grupo, por exemplo.

Com o novo modelo pelo qual as empresas do mesmo grupo devem se fundir e de grupos diferentes formar consórcios, um dos objetivos é padronizar a qualidade dos serviços, além de facilitar a comunicação entre poder concedente e companhias de ônibus.

Joaquim Lopes da Silva Júnior disse que as empresas só vão poder participar da licitação se estiverem “saneadas” e sem pendências judiciais, o que  não é o caso das viações de Baltazar.

“Para participar, as empresas terão de estar saneadas…algumas têm pendências muito sérias, jurídicas, de atendimento à legislação. Algumas delas, por exemplo, só estão rodando por força de liminar. Estas empresas não vão poder participar deste processo, o que nos obriga a pensar que é aberto um mercado novo e que venham participar outros interessados na prestação de serviços na região” – disse Joaquim Lopes que ainda afirmou que os serviços de transportes no ABC “deixam a desejar”

Ele citou como exemplo positivo a Metra, que opera o Corredor Metropolitano ABD, considerada pela EMTU como operadora “exemplar”.

Acompanhe trechos da entrevista.

Ônibus com ar-condicionado e GPS devem ser exigências.

AS ÁREAS (ATUAIS) DA EMTU NA GRANDE SÃO PAULO:

ÁREA 1: Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra,Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista – Operadoras:  Consórcio Intervias – Viação Miracatiba Ltda, Viação Pirajuçara Ltda, Viação Raposo Tavares

ÁREA 2: Barueri, Cajamar, Caieiras, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba – Operadoras: Consórcio Anhanguera – Auto Viação Urubupungá Ltda, Auto Ônibus Moratense Ltda, Benfica Transporte e Turismo Ltda, Del Rey Transporte Ltda, Empresa de Transporte e Turismo Carapicuíba Ltda, Ralip Transporte Rodoviários Ltda, Viação Cidade de Caieiras Ltda,  Viação Cidade de Caieiras Ltda – Franco da Rocha, Viação Osasco Ltda, Viação Osasco Ltda – Filial

ÁREA 3:  Arujá, Guarulhos, Mairiporã, Santa Isabel. Operadoras: Empresa de Transportes Mairiporã Ltda,  Empresa de Ônibus Guarulhos S/A,  Empresa de Ônibus Pássaro Marron Ltda,  Empresa de Ônibus Vila Galvão Ltda,  Guarulhos Transportes S/A, Terminal Metropolitano Taboão – Guarulhos, Transmetro – Transportes Metropolitanos S/A, Viação Arujá Ltda, Viação Atual Ltda, Viação Transdutra Ltda, Vipol Transportes Rodoviários Ltda.

ÁREA 4: Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba,Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Suzano. Operadoras: Consórcio Unileste – CS Brasil Transporte de ageiros e Serviços Ambientais Ltda (Júlio Simões),  Radial Transporte Coletivo Ltda, Viação Jacareí

ÁREA 5: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires,  Rio Grande da Serra. Operadoras (não há consórcios): Auto Viação ABC Ltda, Auto Viação Triângulo Ltda,  Empresa Auto Ônibus Santo André Ltda, Empresa Expresso São Bernardo do Campo Ltda,  Empresa Urbana Santo André Ltda, Rigras – Transportes Coletivos e Turismo Ltda,  Trans-Bus Transportes Coletivos Ltda, Transportes Coletivos Parque das Nações Ltda,  Viação Imigrantes, Tucuruvi Transportes e Turismo Ltda,  VIPE – Viação Padre Eustáquio Ltda, Viação Riacho Grande Ltda,  Viação Ribeirão Pires Ltda,  Viação Santa Paula Ltda, Viação São Camilo Ltda,  Viação São José Transporte Ltda

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Agradecimentos a Tiago Muniz, repórter da Rádio Jovem Pan

Comentários

Comentários 72495v

  1. Anselmo Rosa disse:

    O presidente da EMTU diz na entrevista que as linhas da área 5 estão desatualizadas. Ele precisa estudar um pouquinho as linhas obsoletas da área 4 que chegam as vezes a ter intervalos de 2h espantando completamente a demanda.

    1. vagligeirinho disse:

      Na verdade todas as áreas tem linhas desatualizadas ou que tem problemas.

      Na área 2 por exemplo, não existem mais serviços seletivos na região entre Itapevi e Osasco. Fora a demora no corredor Butantã – Itapevi – Cotia e que linhas como Itapevi – Terminal Tietê agora só tem duas ou três partidas diárias.

      Parece que não há criação de “linhas eficientes”, que gerem intervalos baixos e abrangências que justifiquem a existência da linha. Ainda há já com 20 anos uma linha troncal (Osasco – Cotia) sem variações.

      A área 1 sofre com linhas ineficientes também, além da falta de serviços mais diretos a regiões como Vargem Grande Paulista por exemplo.

  2. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Essa questao sera bastante complexa tambem e vai dar muiiiiito trabalho.

    Mais uma previsivellllllllllllllllll.

    Para comcar o aquecimento:

    Como empresasa ” com pendencias muito serias, juridicas de atendimento a legislacao” continuam sendo concessionarias de servico publico.

    Essa questao da justica de Manaus interferir no ABC, ate hoje nao compreendo.

    Sanear empresas, isso nao existe nomundo real.

    Cria-se a Viacao New Santo Atrsao Ltda e pronto e so participar, pois a empresa esta 0 Km.

    O maior problema do Brasil e o excesso de leis que deixa tudo no surreal.

    Essa vai ser a bola da vez, a licitacao do ABC, com certeza mais complicada que a de Sampa.

    Att,

    Paulo Gil

  3. mobilidade.sa disse:

    Existe a possibilidade de o Grupo BJS novamente entrar com pedido de liminar na justiça de Manaus e barrar a licitação, como fez da última vez?

    Esta nova licitação não me parece apresentar algo de novo que impeça que o grupo interfira novamente no processo. A não ser um “acordão” por fora com o próprio dono do Grupo BJS.

    A situação de calamidade de suas empresas nestes últimos dias, com as consecutivas greves de funcionários por falta de pagamento, que não foi capaz de fazer a EMTU se mexer, somada com a insistência do grupo em manter empresas sucateadas me leva a crer que o ABC continuará renegado à um transporte intermunicipal do século ado, década de 80 mais especificamente.

  4. Claudio disse:

    Esse lance de haver só ter uma viação pra atender só aquela linha é injusto, por as empresas de onibus vão relaxa e bota poucos ônibus na linha e lotados.

    Deveria ser obrigado haver concorrência das viações pra ter espaço nas mesmas linhas, mas pra isso acontecer mais facil se segui-se esses planos.

    A ideia melhor se aceita melhor financeiramente se a nova proposta das todas viações intermunicipais atender as linhas existentes de tal area, zona e cidades proximas e cada empresa empresa de onibus escolher rotas de avenidas diferentes pra o mesmo destino sendo de cada mesma linha, acredito assim haveria mais numeros de onibus de cada mesma linha, mais opções de rotas e mais opções de desembarque e embarque nos pontos de onibus e mais retorno de dinheiro pra viações estando com mais linhas diferentes.

    E creio que viacões faturariam mais dessa maneira dividindo espaços junto com outras viacões com outras linhas.

    Do que atualmente estando com poucos linhas e só uma viação pertence aquela linha e perde grana a maos e sem em troca dividir mais linhas com outras viacões.

  5. Luis Carlos Dos Santos disse:

    Que tal a ambiental transpoTran assumir e ganhar a licitação por ai

  6. Nercilio disse:

    Entre as empresas faltou citar a Mobibrasil, que, ao meu ver, estaria interessada em devorar mais mercados.

  7. Raphael disse:

    Falando em MobiBrasil ela pode dominar começando a comprar empresas pequenas como a Expresso SBC e Parque das Nações. Conseguiria engolir as empresas de SCS (Tucuruvi e VIPE). As linhas BJS também poderia pegar algumas delas e por ai vai… o problema aí são os entraves judiciais do grupo. O problema é a operação ruim da MobiBrasil. Ônibus velho e manutenção deixa muito a desejar.

    A EMTU fala de empresas saneadas. Se tentar tirar ó Baltazar do jogo ele vai fazer pelas coxas outro CNPJ com sócios laranja como suas marionetes ou uma Suzantur da vida aparecer na parada e ainda pegar os ônibus da Riacho Grande (filé do grupo de sucatas) para operar. O Baltazar tropeçando com as próprias pernas é caminho aberto para a MobiBrasil e o grupo Setti Braga brigar pelo domínio da região. Rigras e Transbus seriam meras coadjuvantes nessa disputa.

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