GOVERNO VAI ESTIMULAR A COMPRA DE ÔNIBUS FLEX GNV-DIESEL 6v6r4i

ÔNIBUS FLEX

Caio Millennium II, o ônibus flex GNV – Diesel da Volkswagen-MAN e da Robert Bosch que atende ao Programa Rio Transporte Sustentável. Fabricantes garantem que justamente por ser flex, o ônibus terá desempenho semelhante aos veículos de transportes coletivos convencionais. Modelo é cerca de R$ 30 mil mais caro que um ônibus comum, mas operação é considerada econômica e governo estadual deve estimular a compra dos veículos. Foto: Volkswagem – MAN

Governo pretende estimular compra de ônibus flex GNV – Diesel
Meta é que metade da frota do Rio de Janeiro seja formada por este tipo de ônibus até as Olimpíadas de 2016

ADAMO BAZANI – CBN

Os grandes eventos internacionais de esportes previstos para ocorrerem no Brasil nos próximos anos, como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas dório de Janeiro em 2016 não só fizeram com que as istrações públicas se conscientizasse que a mobilidade no País enfrentava anos de atraso em relação ao atendimento direito à população como também às questões relacionadas ao meio ambiente.
Os projetos de transportes coletivos com emissão reduzida de poluentes não avam de ações extremamente pontuais e muitas vezes com mais esforços da iniciativa privada e com pouco apoio do poder público.
Prova é o sucateamento do sistema de trólebus da Capital Paulista. O meio de transporte completamente limpo, por ter tração elétrica, não recebe investimentos em modernização e nem espaços segregados, corredores, para que os veículos possam ter todo o potencial de serviços e conforto aproveitado.
Por sediar dois eventos, a Copa e as Olimpíadas, o Rio de Janeiro é uma das cidades com mais pressa para se ajeitar.
Tudo bem que a população brasileira precisa de melhorias nos sistemas de transportes e no meio ambiente independentemente da Copa do Mundo ou qualquer outro evento, mas não teve jeito, o setor começou a receber a atenção próxima ao que precisa depois dos anúncios destes eventos.
Ao apresentar nesta terça-feira, dia 10 de maio de 2011, o primeiro ônibus flex GNV – Diesel, desenvolvido pela MAN – Volkswagen e pela Robert Bosch, que vem atender o Programa Rio Transporte Sustentável, o Governo do Rio de Janeiro deixou claro que a intenção é sim deixar o ambiente mais saudável com a redução de poluentes, mas atender às demandas dos eventos internacionais, além claro, como conseqüência deixar uma boa imagem do Estado no mundo.
Assim, além de sustentabilidade, o assunto foi como o Brasil, em especial o Rio de Janeiro, será visto pelo mundo nestes eventos internacionais. E os transportes coletivos serão os principais alvos das atenções.
Tanto é que o ônibus tem já sido visto para estes eventos.
A presidente do Instituto do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Inea, Marilene Campos, afirmou na apresentação do veículo que a intenção é que metade da frota da região metropolitana tenha o modelo em circulação durante as Olimpíadas de 2016.
Para isso, não vão ser poupados esforços e recursos.
A Companhia Estatal de Gás prevê a instalação de postos de distribuição de GNV em 57 garagens de ônibus, um investimento de R$ 40 milhões.
O presidente da empresa, Bruno Armbrust considera um atraso o Brasil não usar largamente o gás natural em transportes públicos, apesar das experiências dos anos de 1980 e 1990. Ele ressaltou que 50 países utilizam o gás natural veicular para os transportes públicos em larga escala e que do grupo BRIC – Brasil, Rússia Índia e Chile, só a letra B, ou seja, o Brasil, não tem uma frota significativa de ônibus a gás natural.
Márcio D’Agosto, engenheiro de Transporte da Coppe da URJ, afirmou que o modelo apresentado pela Volkswagen-MAN, que preparou o chassi, e pela Robert Bosch, que fez o sistema de integração dos componentes e de injeção do Gás Natural na ignição, devem custar cerca de R$ 30 mil a mais que um ônibus convencional.
O presidente da Volskwagen MAN, Roberto Cortes, reconhece que o veículo sairá mais caro para o frotista, mas, ao afirmar que suas operações são mais econômicas, podendo ser entre 25% e 50% mais em conta, o empresário acabará saindo em vantagem.
“Em um ano este veículo se paga” – afirmou o executivo da montadora.
Mesmo assim, o Governo do Estado do Rio de Janeiro estuda criar estímulos para a compra deste ônibus, conforme afirmou o secretário estadual de transportes, Júlio Lopes.
“Finalizados os testes, vamos criar um estímulo aos empresários para a troca da frota. Além disso, o dono dos ônibus será atraído por um veículo que pode consumir menos, com custo operacional menor. A vantagem maior é para o cidadão, que vai respirar um ar muito mais limpo”
A expectativa é de que já a partir de 2012 o ônibus seja vendido em escala.
Por conta dessa previsão, o motor já atende às normas Euro V, do Proconve P 7, de redução de emissão de poluentes para diesel, previstas para entrarem em vigor nos ônibus e caminhões comercializados a partir de 1º de janeiro de 2012.
Os testes de poluição e desempenho já serão realizados nas ruas em linhas de diferentes condições e características.
Mas a estimativa é que a redução de emissão materiais particulados seja de até 80%.
As fabricantes garantem que o ônibus não deverá nada em desempenho em relação aos veículos diesel convencionais justamente por serem flex. Cerca de 90% das operações serão a GNV, mas o diesel ajudará na queima do gás e na manutenção da temperatura ideal da câmara de combustão o que deve interferir positivamente no desempenho. A injeção do Gás Natural e a interação entre os dois combustíveis são possíveis pelo sistema DG Flex, da Bosch.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro prevê que o ônibus vai marcar uma nova fase no uso de Gás Natural no País e que a Bacia de Campos tem condições de atender toda a demanda dos ônibus, sem necessidade de importação de gás.
Adamo Bazani, repórter da Rádio CBN e jornalista especializado em transportes.

Comentários

Comentários 72495v

  1. Gustavo Cunha disse:

    Bom dia para todos !
    Importante iniciativa que, entre várias e importantes contribuições, pode ajudar na contenção dos custos do sistema.
    Contudo, conforme mencionei em outro post, vejo como importante o estímulo à produção do biodiesel, pois, trata-se de uma fonte renovável, diferentemente do gás natural, bem como, geradora de emprego e renda, além de, ajudar a manter, estimular a manutenção do nosso povo no campo, onde está uma grande riqueza, brasileira.

  2. André disse:

    Incrível, Adamo, como o governo sabe enganar o povo dando a impressão de que se preocupa com o transporte do brasileiro. Enquanto o ônibus continuar sendo tratado com esse descaso das autoridades, nós usuários continuaremos a ingerir diesel – e agora gáz – por nossos narizes, como se não bastasse outros veículos.
    Se fala em sustentabilidade investindo em energia fóssil!
    Deixar o ônibus á mercê de crises energéticas que envolvam gaz e diesel com aumento de preço que o contribuinte deverá arcar com a despesa, ao invés de investir em trólebus que exigem tecnologias de ponta (estimulando pesquisas e progresso no setor) e 0% de poluentes é típico de um país como o Brasil, ivo aos interesses internacionais.

    1. Luiz Vilela disse:

      André,
      Só tiraria o “ao invés de”. Trólebus é o melhor em corredores e já existe comercialmente opção segura sem linha aérea para alimentação (indução). Nas rotas normais o gas/diesel é evolução importante, sendo muito provável breve adaptação também ao biodiesel. O Ádamo mencionou rapidamente ônibus híbridos elétricos noutro post: nos automóveis são novidade consistente, já produzidos em larga escala.

      1. Gustavo Cunha disse:

        Luiz, boa tarde.
        Legal o seu apontamento.
        Para cada lugar, o equipamento adequado.
        Importante não nos esquecermos também que, a geração e a demanda de consumo de energia elétrica em nosso país é crítica.
        É apenas uma consideração e não uma crítica.

  3. André disse:

    Sim Luiz Vilela concordo que para linhas periféricas a opção por ethanol ou flex seria mais apropriado. Mas não devemos esquecer que não é só o ônibus que é responsável por tanta poluição. Lembrando que motor eletrônico é outro avanço nessa questão. Fábricas, carros, motos e caminhões fazem parte do problema ambiental, principalmente quando esses veículos são velhos.

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