Metrô de São Paulo firma contrato de R$ 9 milhões com a Michelin para pneus de monotrilho 5x7031

Peça Monotrilho
Peça quase atingiu fachada de loja

Acordo garante o fornecimento de pneus guia e de carga para a Linha 15-Prata por 450 dias; especialistas apontam risco à segurança, o que é contestado pela companhia

ALEXANDRE PELEGI

A Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ firmou um contrato significativo com a Sociedade Michelin De Participações Indústria E Comércio visando o fornecimento de pneus guia e de carga para monotrilho.

O contrato tem um valor total de R$ 9 milhões (R$ 9.049.974,80).

O prazo de vigência do contrato e de entrega está estabelecido em 450 dias a partir da data de sua .

O material a ser fornecido inclui 480 pneus de carga e 1.680 pneus guia, especificamente para o monotrilho da Linha 15-Prata. As entregas serão realizadas no Patio Oratório, localizado na Av. do Oratório, 1.055, Jardim Independência, em São Paulo, de segunda a sexta-feira, em horários específicos.

As obrigações de pagamento preveem que a COMPANHIA DO METRÔ realizará o pagamento em até 30 dias contados da entrega do material, após aprovação pela Inspeção. Adicionalmente, o contrato prevê uma garantia técnica de cinco anos para qualidade e vícios de fabricação ou defeitos.

O reajuste de preços do contrato ocorrerá anualmente, a cada 12 meses, a partir da data-base, que é 01 de maio de 2025.

SEGURANÇA

De acordo com alguns especialistas, a segurança é uma grande preocupação em sistemas de monotrilho. Eles a consideram frágil porque o veículo depende das rodas de pneus de borracha não apenas para sustentar e guiar, mas também para a tração e frenagem. Essa dependência dos pneus de borracha implica um risco evidente de explosão e até de incêndio, alertam. A particularidade do uso desses pneus especiais para rolamento e guia, somada a um sistema de tração e frenagem que é complicado, impacta fortemente a segurança de circulação, o que é contestado pela Companhia do Metrô de SP, que defende a segurança do modal. Em nota ao Diário do Transporte, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP) esse tipo de pneus utilizado no monotrilho é o mesmo aplicado em metrôs sob pneus e people movers. A Associação ressalta houve apenas um caso de estouro e “nunca houve incêndio relativos a pneus nos dez anos de operação do monotrilho da Linha 15 – Prata. E quanto a desgaste da viga-trilho, o monotrilho de Tóquio opera há mais de 60 anos sem ter tido necessidade de trocas de vigas”.

Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 27 de fevereiro de 2020 ao menos cinco pneus da composição M20 do monbotrilho da Linha 15-Prata teriam estourado por volta de 6h40, quando saía da estação Jardim Planalto. Diferentemente dos trens do Metrô e da TM, o monotrilho possui rodas com pneus de borracha.

A informação chegou ao Sindicato dos Metroviários por funcionários da Companhia do Metrô, que é a responsável pela linha.

Segundo o coordenador-geral da entidade, Wagner Fajardo, em entrevista por telefone ao Diário do Transporte, no sábado, técnicos verificariam se haveria risco de mais pneus estourarem.

“A informação que nós temos é que vai ser feita a verificação de todos os pneus para ver se não tem risco de mais pneus estourarem e também descobrir os motivos pelos quais estes cinco estouraram” – disse.

No dia 11 de março o promotor Silvio Antonio Marques, do Ministério Público do Estado de São Paulo, instaurou inquérito para investigar o estouro do pneu de dos trens de média capacidade do monotrilho. Relembre:

MP instaura investigação sobre estouro de pneu de monotrilho da linha 15-Prata e Bombardier não cumpre promessa de entregar laudo

Posteriormente, o CAEx – Centro de Apoio Operacional à Execução, por meio do Núcleo de Engenharia – NENG, do Ministério Público do Estado de São Paulo, concluiu que o estouro de pneus da composição M20, do monotrilho da linha 15-Prata, na estação Jardim Planalto, às 6h40, no dia 27 de fevereiro de 2020, foi fruto de uma conjunção de fatores relacionados a problemas no projeto e execução das obras civis, além de irregularidades na montagem e fabricação dos trens.

O trabalho foi feiro com base em análises de campo e apurações do fato, que paralisou a linha por três meses, por parte da Companhia do Metropolitano e das empresas relacionadas ao projeto.

O relatório, datado de 30 de agosto de 2021, pedido pelo promotor Silvio Antônio Marques, responsabiliza o CEML – Consórcio Expresso Monotrilho Leste, constituído pelas empresas: Construtora Queiroz Galvão S/A (líder do Consórcio), Construtora OAS Ltda., Bombardier Transit Corporation e Bombardier Transportation Brasil Ltda.

Diante do exposto, conclui-se que a Linha 15 – Prata possuía problemas de projeto e execução nas obras civis que levaram a irregularidades na via-guia, bem como, problemas de projeto e fabricação e montagem dos trens e seus componentes, resultando em interferência entre o run flat e superfície interna da banda de rodagem dos pneus, sendo a combinação destes dois fatores a causa do estouro do pneu da composição M20. Como o fornecimento do material rodante e da infraestrutura civil estava contratualmente a cargo do CEML – Consórcio Expresso Monotrilho Leste, constituído pelas empresas: Construtora Queiroz Galvão S/A (líder do  Consórcio), Construtora OAS Ltda., Bombardier Transit Corporation e Bombardier Transportation Brasil Ltda., entende-se serem estas as responsáveis pelas irregularidades encontradas no Sistema Monotrilho. Relembre:

Relatório do MP aponta que estouro de pneu monotrilho da linha 15-Prata foi motivado por problemas nas obras e na fabricação de trens

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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