Eletromobilidade

Ônibus elétricos têm novos inimigos em São Paulo: galhos que invadem o viário 6a19

Coletivos acabam se chocando com árvores e postes próximos às ruas, expondo a falta de preparo da cidade para a eletromobilidade no transporte coletivo

ALEXANDRE PELEGI

São Paulo tem demonstrado uma falta de preparação para a integração dos ônibus elétricos em seus viários. A infraestrutura atual da cidade apresenta sérios desafios que comprometem a operação e a segurança desses veículos que, como sabemos, têm mobilizado pesados investimentos.

Um dos principais problemas são as árvores que invadem agressivamente os viários, causando danos que variam de pequenos a grandes valores. Apesar de diversos protocolos terem sido abertos por empresas operadoras junto à Secretaria do Verde solicitando as podas, essas intervenções não estão ocorrendo.

Além da vegetação, a proximidade dos postes, que estão a apenas 20 centímetros entre a calçada e o viário, representa outro risco significativo. Essa pequena distância tem sido a causa de colisões com os veículos elétricos de um modo geral.

Diante desses obstáculos, os ônibus elétricos são atualmente forçados a transitar na pista do meio para preservar sua estrutura. No entanto, essa medida torna a operação muitas vezes inviável, pois eles precisam parar nos pontos de ônibus para o embarque de ageiros.

Esse tipo de ocorrência provoca graves impactos financeiros e operacionais para as empresas de transporte público quando as células das baterias de seus ônibus são danificadas. Cada incidente dessa natureza resulta em um prejuízo estimado em R$ 50 mil para a operadora.

Isso sem contar que, para efetuar o reparo do veículo, é necessário que ele saia imediatamente de circulação. Esta medida não só diminui a frota disponível da empresa, mas também acarreta uma série de multas previstas no RESAM da SPTrans, devido à interrupção do serviço e à retirada do veículo da linha. Adicionalmente, há a necessidade de se realizar a substituição do componente danificado.

Em suma, as consequências vão além da sanção financeira. A operação do transporte público fica “capenga”, o que, em última análise, prejudica diretamente a população que depende desses serviços para seus deslocamentos diários.

Em resposta a essa situação crítica, a Auto Viação Transcap, que opera na região sul da capital, entrou em contato com a CET, a Prefeitura e a SPTrans para solicitar uma campanha de conscientização. A iniciativa, que inclui banners de avisos de colisão e riscos, já foi aprovada e está em andamento, informa a Transcap. Os desafios, é bom que se diga, afetam o sistema de veículos elétricos como um todo na cidade.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. laurindojunqueira disse:

    Alexandre, boa tarde! Não deixa de ser interessante a atitude de atribuir às árvores “a culpa” pela inadequação dos elétricos. Nós estamos precisando é de mais árvores na cidade, meu caro! Apesar da tua boa intenção, a tua mensagem poderá vir a ser interpretada como: “cortemos as perniciosas árvores!” E daí virão as criminosas equipes de poda para fazer o que estão fazendo com São Paulo. Os que planejaram e projetaram os novos (e desejáveis) ônibus elétricos não previram esses óbices naturais? Que pergunta mais boba, essa, não? Se não previram nem mesmo que esses ônibus deveriam se valer de um plano de eletrificação, esperar o que mais dos nossos transporteiros? Abçs.

    1. profound41ed568400 disse:

      Pelo jeito, você tá protegendo esse prefeitinho de SP, ou estou enganado ??? Você não percebe que a cidade está abandonada por esse (des) prefeitinho ???

  2. Santiago disse:

    Mais um problema para a lista do que não foi pensado antes, e deixado para depois.
    É para evitar isso que quando as cidades adotam novos tipos de veículos, especialmente com medidas ou gabaritos diferentes, são realizados inúmeros testes praticos de percurso antes de se habilitar o serviço. Aliás sempre foi assim aqui em São Paulo.
    Porém desta vez a pressa eleitoreira falou mais alto, e tudo foi feito na contramão da lógica e do bom senso. E agora teremos muito retrabalho e custos extras para se tentar consertar a bagunça.

    1. reginaldo disse:

      concordo com vc, e digo mais pegam os projetos problemático dos elétrico dizem que vao “testar” em operação, validam esse teste por algum tempo e nao validam uma falha que com o escritor diz ser culpa das ARVORES, nao de quem aprovou esse projeto sem sentido puramente eleitoreiro.

  3. reginaldo disse:

    a pronto agora vao atribuir as falhas do projeto as falhas de toda a estrutura do eletrico as arvores? serio? a culpa ta sempre nos outros mesmo.

  4. Alex disse:

    As árvores da pra desviar c um certo grau de dificuldade. Mas eu acho q a engenharia deveria corrigir o ponto de gravidade desses ônibus elétricos pois os mesmos tem alto risco de tombar em curvas. Simplesmente fabricaram os ônibus sem se preocupar c a estabilidade pondo em risco a vida dos ageiros

  5. Paulo Victor disse:

    Nada que um cara com uma motosserra e uma escada não resolva. Que tempos confusos!

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