Governo da Argentina busca evitar greve nacional de ônibus anunciada para esta terça-feira (06) 3g4g1u
Publicado em: 5 de maio de 2025 312l72

Sindicato dos trabalhadores reafirma paralisação de 24 horas após falha em acordo salarial; trabalhadores podem cruzar os braços por tempo indeterminado, caso negociações não avancem
ALEXANDRE PELEGI
A Unión Tranviarios Automotor (UTA), o sindicato dos trabalhadores do transporte público de ageiros da Argentina, confirmou uma greve geral por 24 horas para esta terça-feira, 6 de maio de 2025.
A medida de força afetará as empresas de transporte urbano e suburbano de curta e média distância em todo o país, ameaçando paralisar o serviço público de ageiros em nível nacional.
A decisão foi comunicada após o vencimento da conciliação obrigatória e a falta de acordo entre a UTA e as câmaras empresariais do setor: Câmara de Transporte da Província de Buenos Aires (CTPBA), Câmara de Empresários do Transporte de ageiros (CEAP), Câmara de Empresários Unidos do Transporte Urbano de ageiros de Buenos Aires (CEUTUPBA), Associação Argentina de Empresários do Transporte Automotivo (AAETA), Federação Argentina de Transportadores por ônibus de ageirs (FATAP) e Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de ageiros de Buenos Aires (CETUBA).
O conflito salarial tem gerado tensão por semanas. A negociação entre a UTA e as câmaras de transporte estagnou após uma oferta empresarial que incluía três somas não remunerativas: $40.000 (correspondente a R$ 195,00) a serem pagas em 26 de maio, $50.000 (R$ 244,00) em 16 de junho e $70.000 (R$ 341,00) em 15 de julho. A proposta foi rejeitada pelo sindicato, que reivindica um salário básico de $1.700.000 (R$ 8.293), considerando que as somas oferecidas não são suficientes para compensar a perda do poder aquisitivo.
A UTA afirmou categoricamente a sua decisão, independentemente de futuras convocações para audiências.
Enquanto isso, o Governo nacional enfrenta o desafio nesta segunda-feira (05) em sua tentativa de desativar a paralisação dos ônibus. O Ministério da Economia e a Secretaria de Trabalho trabalham contra o relógio para evitar que a greve se concretize. O Governo avalia distintas alternativas para mediar o conflito e garantir um serviço essencial para milhões de pessoas que utilizam o transporte público diariamente.
Em paralelo, o corpo de delegados da UTA na Área Metropolitana de Buenos Aires (AMBA) tem exercido forte pressão sobre a direção nacional do sindicato. Em comunicado interno, advertiram sobre uma “crise alarmante pela perda do poder aquisitivo” e exigiram medidas mais contundentes. Afirmaram que “já não há mais tempo” e que os companheiros não podem esperar por “ações mornas ou conformistas que terminam em acordos salariais para baixo“. Os representantes sindicais exigiram que, vencido o prazo da conciliação obrigatória e diante das reiteradas dilatações, se ative urgentemente um plano de luta mais amplo, contemplando uma paralisação de atividades por tempo indeterminado até que se resolva a recomposição salarial exigida.
A UTA encerrou seu comunicado enfatizando que “O salário representa a dignidade de nossas famílias, por isso devemos cuidá-lo e defendê-lo com a importância que requer“.
A confirmação definitiva da medida de força pode ocorrer nas próximas horas caso não haja avanços nas negociações.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes