Monotrilho em Xeque: Peter Alouche, veterano do Metrô de SP, contesta nota da AEAMESP que defendeu tecnologia 3gh3a

Apontando falhas técnicas, problemas de segurança e custos elevados, engenheiro convida associação para debate público

ALEXANDRE PELEGI

Em resposta à nota pública divulgada pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP) que contestava suas críticas à tecnologia do monotrilho, o engenheiro Peter Alouche, profissional com vasta experiência em transporte de ageiros e pioneiro da Companhia do Metrô de SP, apresenta sua réplica.

Alouche enfatiza seu profundo conhecimento sobre o sistema de monotrilho e reitera suas preocupações acerca da segurança operacional, evacuação, confiabilidade, disponibilidade dos sistemas e custos desta tecnologia no contexto brasileiro. Ele não apenas procura refutar os argumentos da AEAMESP ponto a ponto, utilizando dados e exemplos das linhas 15-Prata e 17-Ouro do Metrô de São Paulo, como também desafia a associação e os defensores da tecnologia a participarem de um debate público aberto para discutir as vantagens e desvantagens do monotrilho frente a outras alternativas de transporte, como o Aeromovel.

Para entender o contexto, leia a entrevista de Peter Alouche que originou a resposta da AEAMESP, assim como o texto da associação:

Monotrilho: Engenheiro aponta riscos e problemas crônicos da tecnologia no Brasil

Monotrilho é inovador para transporte de média e alta capacidade, defende Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô

Leia a seguir a resposta do engenheiro Peter Alouche à nota da AEAMESP:

O texto começa com uma frase que achei, no mínimo, “ofensiva” contra mim:

“As pessoas temem o que não conhecem”

RESPONDO:

Uma ofensa vinda do Presidente da AEAMESP, associação que ajudei a construir com o objetivo de tratar e analisar as tecnologias do Transporte Público, me deixa, no mínimo, atônito, para não dizer escandalizado. Mal ele sabe (porque é novato no Metrô e desconhece que (modéstia à parte), sou considerado, por anos, um ícone no Transporte Público, no Brasil e no mundo.

Temer eu? Não só não temo, porque até conheço muito bem o assunto “monotrilho”.

Vou começar minha análise do texto da AEAMESP que critica minha posição sobre o monotrilho, trazendo uma notícia do Portal UOL de Stella Borges (20/03/2023) falando do lançamento da Linha 15 – Monotrilho

É um novo Minhocão’: monotrilho tem obra atrasada com orçamento de R$ 5 bi. Um transporte coletivo parecido com o usado na Disney (EUA). Moderno, mais barato e mais rápido de ser construído que o metrô. Foi assim que o monotrilho foi apresentado, em 2009, quando o governo de São Paulo ou a projetar as linhas. Quatorze anos depois, a realidade se mostrou diferente, e o modal virou sinônimo de acidentes, obras atrasadas e gastos bilionários. A capital tem hoje duas linhas de monotrilho, mas apenas uma delas funciona e de forma parcial” (Link).

O Texto da AEAMESP prossegue dizendo:

O Diário do Transporte poderia ter também buscado conduzir a um debate saudável sobre os diversos modais de transporte. A AEAMESP se prontifica a participar sempre de debates saudáveis”.

RESPONDO:

Concordo. Eu gostaria muito de participar num debate aberto, ao vivo e de enfrentar todos que defendem esta “geringonça” chamada monotrilho, não só os técnicos do Metrô, mas também os técnicos da Bombardier/Alstom e da CCRC. O Diário do Transporte poderia organizar um debate, por exemplo, no Instituto de Engenharia.

O Texto da AEAMESP prossegue  dizendo

Vamos comparar alguns pontos, iniciando com a capacidade de transporte: o Aeromóvel que está sendo implantado para conectar os terminais do aeroporto internacional de Guarulhos possui uma capacidade de transporte de 2 mil ageiros por hora/sentido, enquanto a demanda de projeto do monotrilho da Linha 15 – Prata é de 40 mil ageiros por hora sentido”.

RESPONDO:

Este texto é desconexo. Mostra que os autores não sabem distinguir aeromovel de monotrilho.

O Aeromovel (que se escreve sem acento, foi projetado pelo saudoso Dr. Oskar Coester para ser um transporte de pequena ou média capacidade). De fato ele transporta por veículo 100 ageiros. Com 2 veículos, 200 ageiros. Dependendo do headway e do número de veículos em circulação, o Aeromovel pode chegar a transportar 24.000 ageiros por hora por sentido. Foi para isso que ele foi projetado.

Quanto ao monotrilho, ele foi projetado na linha 15 – Prata para transportar 48.000 ageiros por hora por sentido. Mas face à evidência e aos cálculos, esse número foi reduzido (milagrosamente) para 40.000. Mesmo assim eu afirmo que o monotrilho só pode transportar, com um certo conforto, no máximo, 30.000 ageiros por hora e sentido.

O Texto da AEAMESP prossegue dizendo:

Na matéria, menciona-se que a tecnologia do monotrilho é específica para cada fornecedor, mas temos o fato de que foi possível a mudança do fornecedor do material rodante da Linha 17 de Scomi (empresa que faliu durante o período do contrato) para a BYD. Outro que teve o mesmo problema pela falência da Scomi, foi o monotrilho de Mumbai, na Índia, que conseguiu fabricar novos trens com uma parceira de empresa indiana com outra malasiana”.

RESPONDO:

De fato, a tecnologia do monotrilho é específica para cada fornecedor. Os autores da AEAMESP (estranho muito) mostram que não conhecem os fatos. A SKOMI, uma empresa FAJUTA, que não produzia monotrilhos, ”vendeu” ao Metrô veículos QUE NÃO EXISTIAM (não vou me pronunciar sobre esse entendimento entre alguns “metroviários” não escrupulosos e esta empresa). Quando a situação ficou esclarecida e a Skomi se retirou, o contrato ou para a BOMBARDIER, que não tinha veículos de monotrilhos, nem sabia o que era… ela (como empresa idônea) começou a projetar este veículo que hoje circula na Linha 15. Com a compra da Bombardier pela Alstom, esta assumiu o fornecimento desses veículos.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“Outra afirmação encontrada na matéria é sobre como o uso de pneus diferenciados para rolamento e guia com um sistema de tração e frenagem específico impacta a segurança na operação, sendo que esse tipo de pneus utilizado no monotrilho é o mesmo aplicado em metrôs sob pneus e people movers”.

RESPONDO:

O uso de pneus impacta sim sobre a segurança. Os pneus são inflamáveis. Estão muito próximos do trilho energizado e qualquer faísca incendeia o pneu como aconteceu em sistema no mundo. Mas a insegurança dos pneus não se limita a isso. Basta lembrar que um dos pneus do Monotrilho da linha 15 despencou na avenida.

Os pneus usados no Metrô de Paris e outros da mesma tecnologia (Chile, Montréal e México) são complementados nos veículos por rodas de ferro para as agens entre uma via e outra. A empresa Michelin é monopolista desses pneus . Lembro que quando o Metrô informou à Michelin que os pneus tinham que ar 1000 ageiros por veículo, a Michelin teve que projetar novos pneus especiais, muito mais caros.

O uso de pneus é condenável porque, além de causar poluição por pó (atrito pneu/viga), a sua duração para substituição é no máximo 40.000 km de circulação (Metrô fala em mais de 70.000, o que é um exagero). A substituição dos pneus cria um problema de eliminar os pneus velhos. Sua reciclagem é muito cara. As rodas de ferro utilizadas, por exemplo no Aeromovel e no Metrô de São Paulo, duram 1 milhão de quilômetros de circulação.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

Curiosamente, ao citar a Linha 15 – Prata como ‘um exemplo claro dessa complexidade ainda não dominada no Brasi’, a matéria não menciona que o monotrilho tem apresentado ótimos índices de operação e de satisfação dos ageiros: avaliação de Muito Bom e Bom somados de 78%, atrás apenas da Linha 2 – Verde (que atingiu 80%). A Linha 15 – Prata, entre 2019 e 2022, foi a linha mais bem avaliada entre as operadas pelo Metrô-SP”.

RESPONDO:
Esta afirmação é, no mínimo, “cínica”. O usuário que não tinha alternativa de transporte a não ser o sistema de ônibus inseguro, não confiável e decadente, se contenta com um mínimo de oferta de transporte. O usuário não sabe o que tem por trás dessa tecnologia em termos de insegurança. Se a pesquisa fosse feita nos meios técnicos competentes, o resultado seria completamente outro. Recebi de metroviários e de empresas de consultoria não só elogios em relação às minha críticas ao monotrilho, como de pessoas (inclusive engenheiros do Metrô da Área de Projetos) me dando total apoio nas minhas afirmações. Evidentemente não vou declinar publicamente os seus nomes. Seria “antiético” da minha parte.

Mas a AEAMESp poderia fazer esta pesquisa, com honestidade e imparcialidade. Ela veria o resultado. Aliás, cumpriria assim com uma das finalidades da associação.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“Outra citação da matéria, cita o monotrilho de Salvador, ‘descontinuado pelo alto custo’. Esse contrato tinha sido firmado para a construção de um veículo leve sobre trilhos (VLT). Contrato que ou por diversas alterações, desde a troca do VLT para o monotrilho, traçado e impactos relativos à pandemia da Covid-19, levando o governo e a empresa BYD a rescindirem amigavelmente o contrato”.

RESPONDO:

É exatamente o que eu afirmei.

Em Salvador o contrato do Monotrilho não foi para frente. Não foi por problema da COVID. Foi que eles descobriram que VLT seria um sistema muito mais seguro e confiável.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“A matéria apresenta que ‘o modal tenha tido desenvolvimento no Japão, a tecnologia está em franco declínio’. Nesse ponto ignora-se completamente que o desenvolvimento do monotrilho sobre a via (conhecido como ALWEG), foi desenvolvido na Alemanha por Axel Lennart Wenner-Gren nos anos 50. Sua primeira linha implantada em 1959 na Disneyland da Califórnia, Estados Unidos, segue em funcionamento até hoje”.

RESPONDO:

Confirmo que o Japão não está mais implantando monotrilhos. Sim, ele nasceu do desenvolvimento na Alemanha do ALWEG, que foi abandonado. Nem na Alemanha, nem na Europa, foram implantados monotrilhos. Os instalados nos EUA são “people movers” de aeroportos ou Disney World. A China implantou alguns monotrilhos para dominara a tecnologia. Mas cessou de implantar.

O Texto prossegue, dizendo:

“No Japão, a primeira linha foi inaugurada para os jogos olímpicos de 1964 contemporâneos dos trens bala “Shinkansen” em Tóquio, e segue em pleno funcionamento até hoje, tendo ganhado diversas extensões e novas estações, ligando atualmente o aeroporto de Haneda até a linha circular de trens da Japan Railways (JR)”.

RESPONDO:

É exatamente o que falei. No Japão o monotrilho foi implantado para ligar ponto a ponto, uma comunidade com o Metrô, o Aeroporto com o Metrô, mas não como transporte de massa como projetado na Linha 15.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“Para ilustrar que o declínio não existe, no próprio Japão a cidade de Osaka está atualmente expandindo em mais 10km sua linha de monotrilho. Nas cidades do Cairo (Egito), Santiago de Los Caballeros (República Dominicana), Cidade do Panamá (Panamá), Monterrey (México), estão adicionando somados mais de 160km de linhas. Cabe destacar que o monotrilho da Cidade do Panamá terá um trecho subterrâneo sob o canal do Panamá”.

RESPONDO:

Esses sistemas citados são implantados pelo Japão através de financiamento. As cidades citadas, infelizmente, não têm corpo técnico competente para analisar essas imposições feitas. Coitado de meu belo e amado Egito, não sabe a bomba que lhe foi vendida. A representante da Bombardier no Cairo (conheço pessoalmente) tenta defender uma tecnologia que ela mesma criticava quando estava no Brasil, na implantação da Linha 15, da qual participei.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“Nas evacuações, cabe observar que o uso das arelas de emergência pelos ageiros, assim como nas demais linhas metroviárias, se dá apenas em casos extremos. Sempre depois uma série de protocolos de segurança de operação para a retomada normal da operação. As arelas de emergência foram devidamente avaliadas pelo corpo de bombeiros de São Paulo para permitir a evacuação segura dos ageiros, contando com pisos metálicos não vazados e guarda corpos em sua extensão”.

RESPONDO:
Que eu saiba, o teste feito com ageiros, na arela vazada, comprovou: pessoas, como eu, que têm pavor de altura, as mulheres principalmente, não conseguiriam usar essa plataforma. Não vou falar dos cadeirantes que foram esquecidos.

O texto prossegue, dizendo:

“Em relação ao mencionado sobre estouro de pneu e incêndio, só tivemos apenas um caso de estouro e nunca houve incêndio relativos a pneus nos dez anos de operação do monotrilho da Linha 15 – Prata”.

RESPONDO:

Graças a Deus que só teve um caso de incêndio registrado. Eu não sei quantos não foram registrados. Mas de qualquer modo, BASTA UM ÚNICO PECADO MORTAL PARA  MERECER A CONDENAÇÂO ETERNA.

O texto prossegue dizendo:

E quanto a desgaste da viga-trilho, o monotrilho de Tóquio opera há mais de 60 anos sem ter tido necessidade de trocas de vigas”.

RESPONDO:

Acho que o Presidente da AEAMESP não conhece Tóquio e Osaka. Vivi lá um ano. Tudo lá são viadutos de concreto. Avenidas, rodovias, monotrilhos, etc. São técnicas de engenharia civil que usam concreto que não desgasta fácil. Em São Paulo a Linha 15 foi implantada “com viadutos utilizados normalmente. E JÁ HOUVE NA LINHA  15 DIVERSOS INCIDENTES DE CONCRETO FISSURADO provocando a parada da linha, diversas vezes. Eu, que estou afastado, estou seguindo isso. A AEAMESP não??

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“A confiabilidade e a disponibilidade do serviço são muito sensíveis aos ageiros. Se os índices fossem problemáticos, a operação não seria tão bem avaliada como já mencionado”

RESPONDO:

Reafirmo o que afirmei acima: esta afirmação é no mínimo “cínica”. O usuário que não tinha alternativa de transporte a não ser o sistema de ônibus inseguro, não confiável e decadente, se contenta com um mínimo de oferta de transporte. O usuário não sabe o que tem por trás dessa tecnologia em termos de insegurança. Se a pesquisa fosse feita nos meios técnicos competentes, o resultado seria completamente outro. Recebi de metroviários e de empresas de consultoria, não só elogios em relação às minha críticas ao monotrilho, como pessoas (inclusive engenheiros do Metrô da Área de Projetos) me dando total apoio nas minhas afirmações. Evidentemente não vou declinar publicamente os seus nomes. Seria “antiético” da minha parte.

A AEAMESp poderia fazer esta pesquisa, com honestidade e imparcialidade. Ela veria o resultado. Aliás cumpriria assim com uma das finalidades da Associação.

O texto da AEAMESP prossegue dizendo:

“Já referente à Linha 17 – Ouro, ocorreram muitas situações que foram desfavoráveis à implantação, como a falência da empresa fornecedora de trens e desistências de empresas que eram responsáveis pelas obras civis. Nada foi relacionado ao tipo de modal em implantação”.

RESPONDO:

A Linha 17, no meu entender, é caso de MINISTÉRIO PÚBLICO. Começou a construção SEM PROJETO (EU ESTAVA LÁ). O PRESIDENTE DA AEAMESP NÃO SABE. A Construção civil foi feita de qualquer jeito.

Eu só preciso lembrar como Engenheiro de Transporte que:

NUM SISTEMA DE TRANSPORTE, ANTES DE PROJETAR E CONSTRUIR A VIA, É NECESSÁRIO ESTAR DEFINIDO O VEÍCULO QUE VAI CIRCULAR, para não acontecer o fato que houve em São Paulo, do ônibus não ar pelo túnel do FURA-FILA. A AEAMESP devia saber disso.

O Texto da AEAMESP prossegue, falando sobre custos. Sobre este assunto eu não vou me prolongar. Todos os custos publicados não são totalmente confiáveis. Tenho 40 anos de Metrô, não dá para afirmar quanto custaram as linhas 1, 2, 3, 4 e 5. Os custos são reajustados, modificados. Quantos aditivos não houve na Linha 4-Amarela? Nos custos das linhas às vezes só se citam os custos da Construção Civil, às vezes são citados os custos dos veículo, poucas vezes dos sistemas e desapropriações.

Quanto à Conclusão do Texto, prefiro uma Conclusão mais construtiva, com a AEAMESP convocando um debate público (pode ser presencial no Instituto de Engenharia ou VIA INTERNET).

O DIARIO DO TRANSPORTE PODERIA MEDIAR O DEBATE.

(Peter Alouche – São Paulo, 16 de abril de 2025)


Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. laurindojunqueira disse:

    Prezado Peter: você não mais estava no Metrô de SP quando a Linha 17 foi planejada e projetada. Você já havia se mudado para empresa privada que vendia VLT. Tudo a favor de VLTs, viu! Mas não vale apontar defeitos em concorrentes para beneficiar-se pessoalmente. A avaliação da qualidade de serviço que deu à Linha 15 a primazia entre os demais serviços de transporte levou em conta a opinião dos ageiros de TODAS AS LINHAS DE METRÔ e não somente os ônibus paulistanos. Os moradores da Zona Leste que responderam aos questionários SÉRIOS feitos pela ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos, fundada por teu honrado amigo Plinio Assmann e da qual vc mesmo faz parte, não merecem ser desrespeitados em suas opiniões. Um pouco de modéstia não faria mal a ninguém nesta fase da vida, mesmo para quem se considera a si próprio como um “ícone”. a) Laurindo Junqueira, que também fui do Metrô e da ANTP.

  2. Alex disse:

    O amigo esclareceu a arrogância do dito intelectual e sabichão, que acho que nem conhece a zona leste e as benfeitorias que o monotrilho trouxe para nós. Diario do Transporte tbm está dando muito espaço para críticas ao monotrilho estranhamento pois outras linhas de metrô e trem que quebram todo dia não fazem nenhuma matéria criticando.

    1. laurindojunqueira disse:

      Você tem razão, Alex. Existe um lobby internacional contra os mais de 50 monotrilhos instalados no mundo. Por trás dele estão os fabricantes e operadores de ônibus, de metrôs e de VLTs. Insisto numa coisa: cada modalidade dessas tem seu nicho de “mercado” preferencial. Todos eles são úteis, desde que operem integrados em sistemas de circulação. Há colegas q já foram favoráveis aos metrôs “desde criancinha” e q se bandearam para VLTs e, agora, para o Aeromovel. Eles já tiveram opiniões técnicas mais respeitáveis no ado … Os responsáveis por escolher o meio mais adequado para sua cidade (e para cada corredor de transporte), devem se advertir quanto às loas q os vendedores de ilusões do momento apregoam alto e bom som. LAURINDO JUNQUEIRA.

    2. Alexandre Pelegi disse:

      Não estamos dando espaço a críticas, mas ao debate. Publicamos opiniões controversas. Não tomamos posição. Quanto a não fazer matérias “criticando” “outras linhas de metrô e trem que quebram todo dia”, sugiro usar a barra de pesquisa do site para verificar isso. Todos os problemas enfrentados em linhas da TM pós-concessão foram relatados aqui, inclusive com participação ativa do Ministério Público, alertado pelas publicações. Nossa função não é opinar, mas noticiar. E sempre que possível, permitir o livre debate.

  3. Peter Alouche disse:

    Prezado Laurindo.
    (por enquanto te trato de prezado)
    Para defender esta geringonça do monotrilho você partiu para as ofensas pessoais…
    É lamentável!!
    Acho que na tua viagem para a China, paga pelo Metrô, te fizeram uma lavagem cerebral…
    As mordomias que vc recebeu, a custo do nosso (perdão, do meu) querido Metrô, deram frutos…
    Só para te lembrar, eu só saí do Metrô em 2016.
    Eu estava lá quando o Serra impôs essa geringonça, aplaudido por você e pelos “conrados” da vida, contra a opinião dos técnicos de alto nível do Metrô (Tadashi, por exemplo).
    O que eu tinha que falar tecnicamente, em termos civilizados, eu já falei nos meus textos publicados.
    Até o presidente do Metrô à época, que, se não me engano, continua na empresa, ao assumir o cargo falou publicamente que ele não queria essa tecnologia, mas como as obras já estavam adiantadas devia continuá-las.
    Se vc quer debater monotrilho comigo, em altos níveis, organize um debate, convide assessores competentes (repito: competentes) e educados, estude o assunto e vamos lá..
    Eu sou e continuo metroviário na alma “desde criancinha”. Eu criei o Metrô junto com Plínio Assmann (que critica profundamente o monotrilho).
    Não debandei para Vlts e Aeromovel, mas defendo as tecnologias sérias, avançadas, seguras, cada uma na sua aplicação adequada.
    Realmente você me decepcionou muito com tuas ofensas, muitíssimo, como técnico e, sinto dizer, como pessoa.
    Vê se mantém o diálogo em nível mais civilizado.
    Por favor, respeite o Diário do Transporte, o único site sério que defende o transporte público.
    Não sei quem é esse tal de Alex. Gostaria que ele se identificasse.
    Viva o nosso maravilhoso Metrô.
    Viva as tecnologias do VLT e Aeromovel (glória da criatividade gaúcha).
    Abaixo a ignorância!!
    Peter Alouche

    1. laurindojunqueira disse:

      Eu jamais viajei para a China nem tive contato com fabricantes chineses de materia rodante. E nunca fui custeado pelo Metrô para fazer as dezenas de viagens internacionais que “outros” fizeram, Peter. Estive no aeroporto de Xangai fazendo uma escala de voo quando visitei a Índia. E eu que sempre achei que você, antes bem antes de 2016, já fosse sócio de uma empresa privada (a TRENDS), que defendia a instalação de VLTs no Brasil, representando fabricantes belgas e europeus … Como você bem sabe, o Aeromovel do aeroporto de Guarulhos vem sendo instalado por uma empresa de um ex-sócio da Trends, muito teu amigo, não, Peter? Estaria eu enganado quanto a isso, Peter? Em 2016 você trabalhava no Metrô (uma empresa pública) e, ao mesmo tempo, numa empresa privada, então? Talvez você não saiba, mas a primeira defesa pública dos VLTs foi feita numa mesa de discussão da ANTP e do Fórum de Secretários Municipais de Transporte, em Fortaleza, mesa essa em que estavam presentes, além de mim, o caríssimo Plínio Assmann e nosso colega mineiro-carioca Wiliam de Aquino, diretor da ANTP no RJ. Quanto à referência ao meu amigo e colega de metrô Conrado, você não se cansa de envolvê-lo, publicamente, em celeumas desnecessárias e indevidas. Estou copiando ele.

  4. Henrique disse:

    Seria o monotrilho aquele mesmo que foi vendido como uma alternativa de rápida e barata implementação quase 20 anos atrás, e que até o momento só se conseguiu implementar em um trecho de poucos quilômetros em SP, a um preço equivalente ao metro normal? Alguém esperava que após 15 anos vendo obras inacabadas atrapalhando o trânsito e a circulação de pedestres em algumas das avenidas mais movimentadas da cidade não iriam chover críticas?

    1. laurindojunqueira disse:

      E verdade, Henrique. Por quais motivos os monotrilhos sofreram tantos atrasos? Que forças misteriosas agiram contra ele? Como será que agem os lobbies dos fabricantes e empresários de outras modalidades de transporte coletivo e público?

  5. James disse:

    Eu achei bem infeliz o título da reportagem. O monotrilho está em xeque? Para quem? Para falsos gestores que não entendem de gestão, talvez estejam, mas para pessoas com perfil mais técnico, não. Acho que o erro aqui é condenar uma tecnologia por conta de alguns problemas em sua implantação ou operação. É um erro grosseiro. O único debate aqui deveria ser sobre ter proposto o monotrilho para uma região adensada. Já usei a Linha 15 várias vezes, e que maravilha não ter que depender dos ônibus que ficam presos no trânsito.
    O senhor Peter tb foi bem infeliz ao desprezar a opinião dos ageiros que usam o serviço. Ué? Quem usa é quem deveria avaliar, não? Até onde sei, as pesquisas de satisfação devem ser feitas com ageiros, e não com os técnicos especializados. Será que eu, que uso a Linha 15, não posso opinar sobre o que achoa dela?

    Espero que outros sistemas de monotrilhos sejam viabilizados, dentro de seu espaço apropriado.

  6. Renato Reale disse:

    Tendo trabalhado no Metrô por 48 anos e participado da implantação da linha 15 do seu início até São Mateus, não tenho dúvidas em dar aval ao sistema.
    Na linha 15 pagou-se – e paga-se ainda – pela inovação, visto tratar-se de algo absolutamente inédito no mundo: um monotrilho com capacidade para transportar 40k pessoas/hora/sentido. Sim, parte da demora deve-se à inovação. Parte decorre de problemas intrínsecos à implantação de sistemas de metrô, quer sejam eles um sistema convencional, ou monotrilho.
    Se os estudos mostram q a demanda projetada se situará em 40k p/h/s pq gastar mais?
    Seu custo é inferior – não há q se discutir este fato – ainda q fosse um sistema convencional aéreo.
    Seu desenho é slim e se adequa perfeitamente ao meio urbano, valorizando-o.
    Tecnicamente apresenta vantagens significativas. Podendo vencer rampas maiores e apresentando menores raios de curvatura, a Linha 15 pode permear a Avenida Sapopemba sem q desapropriações tivessem q ser efetuadas, exceto aquelas necessárias às estações.
    Outro fator importante no tocante à linha 15 diz respeito ao sistema de sinalização com condução autônoma, uma novidade na cia.do metrô (a linha 4 é de condução autônoma mas foi implantada pela concessionária).
    Por fim destaca-se o de sempre: tudo q é novo e reverte a ordem estabelecida e francamente conhecida causa medo e rejeição.

  7. Luix Qjuia disse:

    Existe alguns claros problemas no monotrilho sim, que é a pouca capacidade pra um adensamento tão, a insegurança ao tirar funcionários da composição para cuidar de eventuais problemas, a arela de segurança que não foi projetada pra necessidade real e também o custo que não é nem próximo da falácia de ser mais barato que um metrô (ao contrário do colega Laurindo disse que ocorre uma sabotagem a esse modal sabemos que o que ocorre é uma sabotagem em todas as obras públicas principalmente de transporte), mas também existe uma necessidade de monitoramento e cuidados extremamente redobrados para evitar risco ao ageiro e a população que a embaixo, aliás os custos de manutenção também são mais caros conforme citou o colega com um reduzido tempo de troca do pneu. A nota pode ser boa pq os equipamentos são relativamente novos e ainda não foi colocado em prática o plano estatal de ferrar a manutenção e a qualidade visando justificar uma privatização injustificável.

  8. Rodrigo Zika disse:

    O maior erro do monotrilho em SP é usar pra alta capacidade dentro da cidade, o que não faz sentido em uma cidade tão grande, faria mais sentido a ligação da capital entre o ABD ou Guarulhos e também em cidades da grande SP.

Deixe uma respostaCancelar resposta 2p5c4z

Descubra mais sobre Diário do Transporte 5w136p

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading