Ícone do site Diário do Transporte

BRT Aricanduva: Prefeitura de São Paulo empenha mais de R$ 2,6 milhões para desapropriação de imóveis 6f6m3w

Valores liberados até hoje chegam agora a R$ 11,2 milhões, e visam garantir a imissão na posse de áreas necessárias para a obra de implantação do corredor de ônibus na Zona Leste 6x6f1o

ALEXANDRE PELEGI

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Procuradoria Geral do Município, autorizou a emissão de notas de empenho que totalizam R$ 2,6 milhões (R$ 2.686.661,70) para complementar ou efetuar o depósito da oferta para fins de imissão na posse de imóveis necessários à implantação do “Corredor BRT Aricanduva”.

As autorizações foram publicadas em diferentes edições do Diário Oficial da Cidade de São Paulo (DOCSP) entre fevereiro e abril de 2025.

Em matérias anteriores, noticiamos outros empenhos de verbas para a mesma finalidade, como em 26 de fevereiro, no valor de R$ 972 mil (R$ 971.943,00). Até aquela data, incluindo este valor, a prefeitura já havia liberado R$ 8,52 milhões (R$ 8.525.942,66). Com os novos valores, o total chegou até agora a R$ 11,2 milhões (R$ 11.212.604,36).

Da nova relação de empenhos um dos primeiros despachos, publicado no dia 27 de fevereiro de 2025, autoriza o complemento de depósito no valor estimado de R$ 127.223,51 referente à ação expropriatória da 7ª Vara da Fazenda Pública (VFP).

Posteriormente, em abril de 2025, foram publicados diversos despachos autorizando o depósito da oferta para fins de imissão na posse de outros imóveis. O dia 02 foi autorizada a emissão de nota de empenho no valor de R$ 401.710,61, referente a processo da ação expropriatória da 12ª VFP.

No dia 03 de abril foram publicadas duas autorizações, as duas relativas à 14ª VFP, nos valores de R$ 157.935,92 e de R$ 423.182,39.

Em 08 de abril, foi autorizada a emissão de nota de empenho no valor de R$ 568.032,52, correspondente à ação expropriatória da 15ª VFP.

No dia seguinte, 09 de abril, foram publicadas mais três autorizações: uma no valor de R$ 20.039,29 (2ª VFP), outra no valor de R$ 251.010,66 (3ª VFP), e a terceira no montante de R$ 737.526,90 (também referente à 3ª VFP).

Veja o valor total até aqui de valores liberados para desapropriação do BRT Aricanduva:

O BRT Aricanduva, corredor de ônibus rápidos da Zona Leste de São Paulo, deve iniciar as obras ainda neste semestre. A estimativa é da Prefeitura de São Paulo.

A licitação para contratação das obras do BRT, no trecho de 13,6 km, da Radial Leste até o Terminal São Mateus, na Zona Leste, está em fase final de análise das propostas técnicas. “Após essa etapa, o relatório de análise será submetido ao Banco Mundial, financiador do empreendimento. Em seguida, ocorrerá a abertura e a análise das propostas financeiras. O resultado será publicado no Diário Oficial do Município”, informa a prefeitura em nota ao Diário do Transporte.

A concorrência, organizada por meio de licitação pública internacional, usa o método de Solicitação de Propostas (SDP). Este procedimento está especificado no “Regulamento de Aquisições para Mutuários de Operações de IPF – Aquisições no Financiamento de Projetos de Investimento” do Banco Mundial e é franqueada a todos os Licitantes elegíveis conforme definido no Regulamento de Aquisições.

O procedimento licitatório é uma solicitação de proposta do tipo técnica e preço, e seu orçamento é sigiloso.

QUATRO CONSÓRCIOS DISPUTAM LICITAÇÃO PARA OBRAS DO BRT ARICANDUVA

A SPObras (São Paulo Obras) realizou no dia 24 de outubro de 2024 a sessão para recebimento dos envelopes da Proposta Original para a execução das obras do BRT Aricanduva. O projeto, que compreende o trecho entre a Avenida Radial Leste e o Terminal São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, foi dividido em quatro lotes:

Lote 1: Av. Radial Leste até Rua Astarte – extensão de 2.850m;

Lote 2: Rua Astarte até Av. Marapanim – extensão de 3.400m;

Lote 3: Av. Marapanim até Rua Vila Boa de Goiás – extensão de 3.500m;

Lote 4: Rua Vila Boa de Goiás até Felisberto Fernandes da Silva – extensão de 3.900m.

O Edital foi retificado quanto aos valores da Garantia da Proposta para cada lote, que foram reduzidos:

Lote 1:

ANTES: R$ 3.500.000,00 ou US$ 700,000.00

RETIFICADO: R$ 3.300.000,00 ou US$ 600,000.00

Lote 2:

ANTES: R$ 3.500.000,00 ou US$ 700,000.00

RETIFICADO:  R$ 3.300.000,00 ou US$ 600,000.00

Lote 3

ANTES: R$ 3.250.000,00 ou US$ 650,000.00

RETIFICADO:  R$ 3.300.000,00 ou US$ 600,000.00

Lote 4

ANTES: R$ 2.995.000,00 ou US$ 590,000.00

RETIFICADO:  R$ 3.000.000,00 ou US$ 545,000.00

PROPOSTAS APRESENTADAS

Quatro consórcios estão na disputa, iniciada no dia 24 de outubro de 2024.

Dois consórcios, DPE Aricanduva e FAK Aricanduva, apresentaram propostas para todos os lotes. O Consórcio Nova Aricanduva concorreu apenas pelo Lote 2 e o Consórcio SHA Mobilidade Aricanduva, pelo Lote 4.

A Comissão Especial de Licitação (CEL) confirmou a apresentação das garantias de propostas por todos os consórcios:

CONSÓRCIO FAK ARICANDUVA: Liderado por FBS Construção Civil e Pavimentação S/A, e composto também por Construtora KAMILOS LTDA e CASAMAX Comercial e Serviços LTDA. Apresentou proposta para os lotes 1, 2 e 3. Garantia no valor total de R$ 9,9 milhões para os três lotes;

CONSÓRCIO DPE ARICANDUVA: Liderado por DP BARROS Pavimentação e Construção LTDA, e inclui PAULITEC Construções LTDA e ERA TÉCNICA Engenharia Construções e Serviços LTDA. Apresentou proposta para os lotes 1, 2, 3 e 4. Garantia no valor total de R$ 6,6 milhões, que permite acumular dois lotes;

CONSÓRCIO NOVA ARICANDUVA: Liderado por JOFEGÊ Pavimentação e Construção LTDA, e inclui CLD – Construtora, Laços Detentores e Eletrônicas LTDA. Apresentou proposta para o Lote 2, com garantia no valor de R$ 3,3 milhões;

CONSÓRCIO SHA MOBILIDADE ARICANDUVA: Liderado por SOUZA COMPEC Engenharia e Construções LTDA, e composto por HECA Construtora LTDA e ARVEK Tecnica e Construções LTDA. Apresentou proposta para o Lote 4, com garantia no valor de R$ 3 milhões.

Após a abertura dos envelopes contendo a Parte Técnica, a CEL suspendeu a sessão para análise da documentação. O resultado da análise será divulgado posteriormente, de acordo com as normas do agente financiador. (Veja a Ata da Sessão ao final do texto).

BRT ARICANDUVA – COMO SERÁ

(Fonte: Prefeitura de São Paulo)

O corredor  BRT Aricanduva, no trecho de 13,6 km, ligará a Radial Leste até o Terminal São Mateus, na Zona Leste. O sistema terá capacidade para transportar 290 mil ageiros por dia e beneficiar aproximadamente 1 milhão de pessoas de forma indireta, prevê a prefeitura.

O empreendimento vai interligar os diversos modais da região, com conexões às linhas Vermelha do Metrô, 11 e 12 da TM, com a futura extensão da linha 2 (Verde) do Metrô e linha 15 do Monotrilho, além dos corredores de ônibus Radial Leste e Itaquera.

“O projeto prevê que o corredor terá paradas com cobrança desembarcada, pista no canteiro central com pavimento rígido (concreto), faixas de ultraagem nas paradas, pavimento flexível (asfalto) para as demais faixas, ciclovia e eios íveis. Outro destaque é a Porta da Plataforma automatizada, que vai garantir a segurança dos usuários ao embarcar e desembarcar dos ônibus, evitando acidentes e garantindo uma operação mais fluida”, informa a prefeitura da capital.

O trajeto terá início na intersecção da Av. Radial Leste com a Av. Aricanduva, segue acompanhando o traçado do Rio Aricanduva, e posteriormente da Avenida Ragueb Chohfi, seguindo até a altura de onde se situa o Terminal São Mateus da EMTU, na altura da Praça Felisberto Fernandes da Silva.

O corredor terá paradas com cobrança desembarcada, pista no canteiro central com pavimento rígido (concreto), faixas de ultraagem nas paradas, pavimento flexível (asfalto) para as demais faixas, ciclovia e eios íveis.

Estações de Embarque e Desembarque

Serão implantadas 46 paradas (estações de embarque), com distâncias de 600 metros entre elas. Serão fechadas para viabilizar a cobrança desembarcada, contendo portas automáticas, banheiros, sistema contra incêndio com rotas de fuga e o à internet através de WIFI, permitindo que os usuários aproveitem o tempo de espera de forma produtiva.

As plataformas contarão com ibilidade, piso tátil, rampas íveis e estarão no nível dos ônibus, facilitando o embarque e desembarque de todos os ageiros. Também serão implantadas Salas de Apoio Operacional (Sala SAP) em cada estação.

Sistema Inteligente

O projeto inclui a implantação de um moderno sistema de monitoramento contínuo em todo o trajeto, o que representa um avanço significativo no campo dos Sistemas Inteligentes de Transporte (ITS – INTELLIGENT TRANSPORTATION SYSTEM), oferecendo uma série de recursos e funcionalidades projetados para melhorar a experiência dos usuários e otimizar a operação do sistema.

Em termos de gestão, o sistema permitirá a supervisão contínua dos ônibus em todo o corredor, garantindo maior eficiência operacional e pontualidade no serviço. Além disso, possibilita a supervisão do tráfego, contribuindo para uma melhor gestão da mobilidade urbana e uma maior fluidez, resultando em menor tempo de espera no embarque e desembarque dos ageiros.

A bilhetagem desembarcada vai simplificar o processo de pagamento da tarifa, tornando-o mais rápido e conveniente para os ageiros.

O recurso de Aviso aos Usuários vai fornecer informações em tempo real sobre horários de chegada e partida dos ônibus, além de alertas sobre eventuais atrasos ou interrupções no serviço, ajudando os ageiros a planejarem suas viagens com mais eficiência e evitarem contratempos.

Outro destaque é a Porta da Plataforma automatizada, que vai garantir a segurança dos usuários ao embarcar e desembarcar dos ônibus, evitando acidentes e garantindo uma operação mais fluida. As portas vão se abrir automaticamente de acordo com os diversos tipos de ônibus operados pela SPTrans. Além disso, o sistema contará com recursos de sonorização e avisos de abertura das portas.

Do ponto de vista social, um dos aspectos mais notáveis do sistema de monitoramento é a geração de dados estatísticos em tempo real, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisões estratégicas e aprimoramento contínuo do serviço. O sistema de CFTV com vários vídeos analíticos permitirá uma vigilância abrangente das estações, desempenhando um papel crucial na prevenção de crimes e incidentes, particularmente no combate ao assédio contra mulheres. Além disso, vai permitir a supervisão das estações, com o aos dados em tempo real pela zeladoria, facilitando a manutenção e o gerenciamento das instalações.

Em termos ambientais, o sistema vai contribuir para a redução do consumo de combustíveis, devido à maior fluidez do tráfego. Isso resulta em uma operação mais sustentável e na redução das emissões de poluentes. Outro ponto de inovação é que as paradas preveem placas solares em cada uma das estruturas, gerando economia energética.

O corredor também contará com sinalização semafórica inteligente, com a implantação de fibra ótica. Os semáforos inteligentes são capazes de monitorar o volume e o fluxo de tráfego para, então, definir o tempo de duração dos sinais verde e vermelho. A captação das informações sobre o comportamento do trânsito ajudará a definir os intervalos que os semáforos vão operar. Todos esses aspectos vão contribuir para o melhor desempenho e produtividade da frota, contribuindo para a agilidade dos trajetos.

O projeto prevê, ainda, toda a rede de dutos secos ao longo do corredor e travessias para a agem dos cabos de iluminação pública, semafórica e fibra ótica para transmissão dos dados operacionais do corredor interligado ao COP (Centro de Controle Operacional do Corredor).

Ciclovia e paisagismo 

Em ambos os lados do Rio Aricanduva, entre as pistas sentido bairro e sentido centro da Av. Aricanduva, o projeto prevê a construção de ciclovia e eio ao longo de todo BRT, atendendo as normas de ibilidade vigentes. Com foco na segurança dos ciclistas, a ciclovia será equipada com totens estrategicamente posicionados entre as estações, contendo botões de alarme, câmeras para registro de vídeo e um sistema de comunicação direto com as estações e a Central de Controle. Isso permitirá o acionamento rápido de equipes de segurança em caso de emergência ou necessidade de assistência.

O empreendimento inclui um completo tratamento paisagístico e urbanístico, revitalizando a paisagem urbana da região.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Sair da versão mobile