Eletromobilidade

São Paulo reúne 82% da frota de ônibus elétricos do Brasil. Apesar de entrega de 115 unidades nesta quinta (03), avanço está abaixo do projetado – DIÁRIO DO TRANSPORTE ANTECIPOU 2h4rt

Ônibus com tecnologia Eletra para a NorteBuss

Ao todo, capital paulista soma 527 unidades em abril de 2025, mas havia projetado 2,4 mil até dezembro. Ime com a ENEL ainda sem solução definitiva

ADAMO BAZANI

Com a entrega de mais 115 ônibus elétricos nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, a cidade de São Paulo a a contar com 527 unidades no total. Levando em conta os trólebus, a frota sobe para 728.

O Diário do Transporte, ainda em março, havia adiantado a notícia. Relembre neste link: /2025/03/26/sao-paulo-vai-receber-mais-115-onibus-eletricos-nos-proximos-15-dias-e-seminario-indica-gnv-e-biometano-tambem-devem-fazer-parte-da-frota/

Segundo a prefeitura, com base na plataforma E-Bus, que contabiliza mundialmente os veículos elétricos nas frotas de transporte público, a capital paulista responde agora por aproximadamente 82% de todos os ônibus não poluentes do Brasil.

Outra novidade antecipada pelo Diário do Transporte é que os coletivos elétricos da cidade são os primeiros a receberem o “Programa Smart Sampa nos Ônibus”, que consiste em câmeras inteligentes que já estão espalhadas em vias públicas, terminais e praças, que transmitem as imagens ao vivo. Segundo a istração municipal, os equipamentos ajudaram na prisão de cerca de 950 foragidos desde quando foi implantado no fim de 2023. Dos 115 ônibus elétricos zero km, cinco já estarão com os equipamentos completos. Relembre: /2025/04/02/em-primeira-mao-onibus-eletricos-de-sao-paulo-sao-os-primeiros-com-cameras-do-smart-sampa-que-ajudaram-na-prisao-de-950-foragidos-de-frota-nova-maioria-e-eletra-com-caio/

Apesar do tom de entusiasmo dos anúncios da prefeitura, o avanço da frota elétrica paulistana está abaixo do projetado

A prefeitura atribui principalmente à ENEL a responsabilidade pelo descumprimento das metas de eletrificação de 2,6 mil coletivos entre 2021 e 2024, porque a distribuidora  não fez as ligações nas garagens e não adequou a tensão da rede de distribuição dos bairros. Há mais de 80 ônibus zero km parados sem poder operar porque as ligações não foram entregues. Isso tem envelhecido a frota circulante, cuja idade máxima foi estendida de 10 anos para 13 anos porque desde 17 de outubro de 2022, as empresas de ônibus não podem mais comprar veículos zero km a diesel.

Relembre: /2025/03/17/quando-as-empresas-de-onibus-falam-videos-e-entrevistas/

NOVO PLANO E OUTRAS TECNOLOGIAS

Agora, no novo plano de metas para o período de 2025 a 2028, a prefeitura estima a substituição de 2,2 mil ônibus atuais a diesel, mas com uma novidade. Em vez de focar a eletrificação, considera outros modelos, como biometano (gás obtido de decomposição de resíduos) e GNV. Na semana ada, a prefeitura promoveu uma apresentação do tema e de um ônibus a diesel que foi convertido para GNV/biometano e que deve ser testado no segundo semestre pela empresa Sambaíba, na zona Norte.

VÍDEOS: Ainda faltam mais opções de micros, mídis e articulados no mercado de ônibus elétricos. A questão não é só infraestrutura 6t54v

Prefeito de São Paulo itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, capital paulista corre risco de ter “apagão no transporte”, mas também SPTrans ainda não aprovou uma gama maior de modelos de ônibus e também a oferta por parte da indústria é mais ampla nos padrons

ADAMO BAZANI

Colaborou Vinícius de Oliveira

VÍDEOS E FOTOS AO FIM DA REPORTAGEM

Todos os 115 ônibus elétricos zero quilômetro apresentados nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, pela prefeitura de São Paulo e por empresas da cidade, apesar de diferentes marcas, têm uma coisa em comum: todos são dos tipos básico ou padron, de 12 metros a 13,5 metros na versão de dois eixos e de 15 metros na versão de três eixos.

Também é o tipo de ônibus mais presente na frota até agora dos 527 ônibus elétricos da capital paulista.

Entretanto, formada por diferentes subsistemas de transportes, a malha de linhas da cidade de São Paulo carece de modelos de ônibus variados, desde os micros e mídis (micrões) para linhas de bairros mais afastados (subsistema local) até articulados e biarticulados para os corredores (subsistema estrutural).

Ocorre que, tirando os padrões, há ainda poucas ou nenhuma opção aprovada pela SPTrans de modelos nos dois extremos: na ponta dos menores e entre os maiores. O mesmo vale para todo o mercado brasileiro. Não é que não existam opções, mas tanto as empresas de ônibus (operador de transportes), como o gestor (secretarias, prefeituras, empresas públicas e mistas de gerenciamento), querem e precisam de uma oferta maior, ter um leque maior.

E a questão tem a ver com o custo das duas pontas: um ônibus menor tem menos capacidade de transportes e menor retorno financeiro, fora que pouco espaço para as baterias. Os maiores precisam de mais baterias, o que encarece mais ainda, já que é o item de maior valor, muito embora, a capacidade de transporte justificaria.

No caso dos micros e mídis há testes na cidade de São Paulo, como da brasileira Eletra e das chinesas Ankai, Higer e BYD, mas nenhum aprovado definitivamente.

No caso dos elétricos articulados, estão aprovados ou em aprovação pela SPTrans, modelos da BYD e da Eletra. Ainda neste ano, a Mercedes-Benz também coloca um articulado para homologar.

A Volvo também ou a apresentar um articulado/biarticulado para corredores, como os que testa em Curitiba.

Ainda oferecem opões de padrons de dois eixos nos portifólios de modelos, as fabricantes Volkswagen, Volvo e Scania, ou seja, quase todas as fabricantes que têm plantas ou representantes no Brasil. A Iveco, no exterior, oferece modelos elétricos, mas no Brasil ainda só fez apresentação de conceitos em eventos e feiras.

Ou seja, apesar da falta de infraestrutura da rede de energia para recarga de baterias ser o principal entrave para o avanço da eletrificação dos ônibus em São Paulo (e em todo o Brasiol somada aos baixos recursos financeiros, o fato de ainda haver carência de mais opções de modelos de ônibus também deve ser considerado

Da nova frota de padrons apresentada pela prefeitura e por viações de São Paulo nesta quinta-feira, 03 de abril de 2025, a maioria, é de tecnologia Eletra com carroceria Caio.

ELETRA + CAIO E-MILLENNIUM: 60 ônibus, dos quais:

– 16 para a Viação Campo Belo, da zona Sul:

– 17 para a Express Transportes Urbanos, da zona Leste;

– 10 NorteBuss, da zona Norte;

– 04 MoveBuss, da zona Sudeste;

– 01 Transcap, da zona Sul.

(12 para a Ambiental Transportes, da zona Leste, vão ser incluídos ainda).

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + MARCOPOLO ATTIVI

– 30 para a Sambaíba Transportes Urbanos, da zona Norte.

MERCEDES-BENZ (Eo500U) + CAIO E-MILLENNIUM

– 16 para a Viação Metrópole Paulista, da zona Leste

BYD + CAIO E-MILLENNIUM:

– 17 novos, com apresentação da maior parte deles neste dia 03 de abril de 2025, para Movebuss, da zona Sudeste; Norte Buss, da zona Norte, Pêssego Transportes, da zona Leste; e Transcap, da zona Sul.

INFRAESTRUTURA E ENEL:

Como já mostrou o Diário do Transporte, o prefeito itiu que, pela falta de infraestrutura atribuída à ENEL, São Paulo corre risco de ter “apagão no transporte”.

Segundo Nunes, a distribuidora de energia não realizou as adequações necessárias ampliando a capacidade da rede dos bairros de baixa para média ou alta tensão e não faz as ligações para as garagens.

O prefeito disse que, para esta quinta-feira, 03 de abril de 2025, deveriam ter sido apresentados 165 ônibus elétricos em vez de 115, mas que 50 veículos deste novo lote estão prontos e entregues, mas que não podem operar porque não há energia suficiente.

Se a situação não se resolver, Nunes disse que não será possível ampliar mais a frota de ônibus elétricos. Além destes 50 ônibus, já havia outros 80 parados, como também tinha noticiado o Diário do Transporte, que percorreu garagens e viu dezenas de veículos sem operar, bem como carregadores e transformadores internos já instalados e sem uso. Em alguns casos, empresas com ônibus elétricos precisam carregar em outras garagens por falta de infraestrutura.

Relembre:

/2025/03/23/exclusivo-transuniao-e-obrigada-a-carregar-onibus-eletricos-em-garagem-de-outra-empresa-express-por-falta-de-infraestrutura-da-enel/

Com a nova entrega, sobe para 527 o total de ônibus com baterias na cidade, e 728 não poluentes, se forem considerados os trólebus (conectados á fiação em operação já há bastante tempo). O número é bem abaixo da meta de 2,6 mil ônibus não poluentes que deveria ter sido alcançada entre 2021 e 2024.

Para o novo período de gestão, entre 2025 e 2028, a prefeitura estima 2,2 mil ônibus em substituição aos modelos a diesel, *mas com mudanças em relação à meta anterior: além do número ser menor, em vez de falar não poluente, fala MENOS poluentes e, considera outras alternativas textualmente, como o biometano (gás obtido da decomposição de resíduos) e o GNV (Gás Natural Veicular). Um ônibus convertido de diesel para biometano/GNV deve rodar no segundo semestre de 2025 em testes e há uma estimativa de 500 unidades em dois anos, mas a rede de distribuição de gás será analisada pela prefeitura para evitar que problemas de infraestrutura semelhantes aos que ocorreram com os elétricos se repitam com o GNFV/biometano. O HVO, um combustível que pode substituir o diesel até mesmo em motores antigos e zerar as emissões de gás carbônico, também é estudado*.

Pelo fato de as empresas de ônibus não poderem desde 17 de outubro de 2022 comparem modelos a diesel e a infraestrutura para os elétricos não avançar, a SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia os transportes na cidade, ampliou o limite de idade da frota de 10 anos para 13 anos. Isso tem gerado desconforto para os usuários, já que os ônibus mais velhos não têm ar-condicionado, têm menor ibilidade, fazem mais barulho e tendem a quebrar mais. Atualmente, são cerca de 2,7 mil ônibus com dez anos ou mais rodando na cidade, entre os aproximadamente 13 mil que compõem a frota.

FOTOS E ABAIXO OS VIDEOS:

Prefeito de São Paulo. Ricardo Nunes, presidente da Viação Metrópole Paulista e filha, Marco Abreu

Ao centro, presidente da empresa de ônibus Sambaíba, César Fonseca

Presidente da Eletra Industrial, Milena Braga Romano, motorista de ônibus; e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes

Da esquerda para a direita: secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Celso Jorge Caldeira; presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo; e secretário-executivo de Mobilidade e Trânsito da cidade de São Paulo, Gilmar Pereira Miranda.

Presidente da Associação da Ex-funcionários da CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos – antiga empresa pública de São Paulo), Washington Carvalho, e prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e ao fundo, em seguida, secretário municipal de Segurança Urbana. Orlando Morando; secretário de Mobilidade e Transportes, Celso Caldeira (de óculos) e presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Victor Hugo Borges

1u564r

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes 1e1t59

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Deixe uma respostaCancelar resposta 2p5c4z

Descubra mais sobre Diário do Transporte 5w136p

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter o ao arquivo completo.

Continue reading