Ícone do site Diário do Transporte

Metas: Nunes cita textualmente os ônibus a biometano e critica aplicativos por motos – OUÇA l482w

Prefeitura retirou projeção de redução do número de mortes no plano para até 2028 2fb2r

ADAMO BAZANI/VINÍCIUS DE OLIVEIRA

/wp-content/s/2025/04/NUNES-PLANO-DE-METAS.mp3?_=1

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, comentou na manhã desta terça-feira, 01 de abril de 2025, o plano de metas da gestão até 2028. O Diário do Transporte trouxe em primeira mão as principais metas de mobilidade, com destaque, por exemplo, a inclusão textual dos ônibus a biometano na matriz energética dos transportes coletivos, até então dependentes apenas dos ônibus elétricos.

O prefeito, em entrevista coletiva com participação do Diário do Transporte, também citou mais uma vez textualmente, só que agora de viva voz, a questão do ônibus a biometano. Nunes não excluiu os veículos elétricos, entretanto, já considera o gás obtido da decomposição de resíduos e também o GNV (Gás Natural Veicular) como uma das ações que a prefeitura vai tomar junto às empresas de ônibus.

Nunes esteve com prefeitos do ABC Paulista no Consórcio Intermunicipal da região e também explicou porque no plano de metas não consta o número para a redução de mortes no trânsito. Segundo Nunes, colocar um número seria uma meta não factível. Entretanto, o prefeito de São Paulo disse que essa redução de mortes a pela maior segurança na questão das motos, por isso que irá determinar em sua gestão a criação de mais de 200 quilômetros de Faixa Azul para motociclistas, e voltou a criticar os aplicativos de transporte, em especial os aplicativos de transporte por moto com ageiros.

“A gente também está trabalhando conjuntamente, falando de usar biometano, falando de usar ônibus elétrico, falando da gente poder melhorar a questão da nossa mobilidade. Semana ada, o governador Tarcísio fez o leilão das linhas 11, 12 e 13, por exemplo, TM vai ar em Mauá, tem um aumento da malha ferroviária para atendimento da população nessa região metropolitana e, inclusive, até para cidades do interior. Nós temos nove subprefeituras que fazem divisas aqui, com os municípios que integram o consórcio ABC. Já tem plano de trabalho marcado com todos os municípios e as subprefeituras que fazem divisa. Inclusive foi me ado um dado aqui interessante com relação à população, que é basicamente, a população dos municípios que fazem divisa com São Paulo se equivale à população das subprefeituras que estão na divisa”, explicou o prefeito.

“A gente precisa sempre ar um plano de metas factível, razoável, nada de utópico, muito distante de qualquer tipo de utopia. E a gente, evidentemente, tem uma situação real com relação à questão das mortes no trânsito hoje, que é o fator motos. Fator moto, pela primeira vez na história da cidade, o número de óbitos em acidentes de moto superou o número de homicídios. Só para a gente poder ter uma ideia do quão grave tem sido essa questão de número de acidentes e óbitos em moto. Tínhamos ano ado 483 óbitos de acidentes de moto contra 403 em 2023. Então, tem aumentado muito, também aumentou muito o número de motos na cidade. E esses números de aumento de acidentes e de óbitos no trânsito não é só na cidade de São Paulo, é no Brasil inteiro. Ontem mesmo eu estive com a diretora do Ministério dos Transportes, que cuida da área de segurança, e ela trazia essa preocupação com relação a esse número de mortes. Então, existem vários fatores que vão interferir nessa questão do aumento ou não do número de mortes. O que aconteceu na cidade de São Paulo? Nós diminuímos o número de acidentes e de óbitos no trânsito, de uma forma geral. Mas o de motos aumentou, como aumentou no Brasil inteiro. Então, se a gente tinha, em 2014, 700 mil motos, hoje eu tenho 1 milhão e 300 mil motos, se a gente tem por parte dos aplicativos uma irresponsabilidade com relação à condução do seu trabalho, qual é uma das irresponsabilidades? Fazer com que o motoboy vá entregar rapidamente um produto, uma pizza, um alimento, com aquele conceito de rapidez, ao invés de ter um conceito de uma entrega segura no tempo correto. Existe uma questão aí que a gente está sendo tomado por conta do uso de motos e da forma como os aplicativos têm tomado. A questão, por exemplo, do transporte de ageiros por moto. Todos os municípios aqui são contrários, porque têm preocupação com a vida. Dia 9 vai ser o julgamento no Tribunal de Justiça. Dependendo da decisão da proibição do transporte de ageiros por moto, a gente vai ter ali um aumento do número de mortes ou uma redução do número de mortes. Se o Tribunal de Justiça liberar, que eu acredito que não o fará, liberar o transporte de ageiros por aplicativo em moto, você não consegue segurar o número de mortes. Não vai conseguir segurar. Vai ser uma catástrofe do número de mortes. Porque se você já tem o número de aumento de mortes com uma pessoa, imagina com duas. Você vai para o dobro da probabilidade de óbitos. Então, existe todo um contexto que a gente precisa compreender e eu não teria como ser sincero, verdadeiro, de apresentar uma redução se não depende exclusivamente da prefeitura”, ressaltou.

“O que depende de mim? Fazer as ações como, por exemplo, a Faixa Azul, que reduz em 47% o número de acidentes onde tem Faixa Azul. Os meus colegas prefeitos, muitos estão implantando Faixa Azul. São Bernardo já implantou, Santo André implantou. A gente vai ampliar. Eu tenho hoje 221 quilômetros de Faixa Azul. O que está escrito no meu plano de metas, eu vou fazer chegar a pelo menos 400 quilômetros de Faixa Azul na cidade. Então, é o que a gente pode fazer, melhorar a questão da qualidade do asfalto, com asfalto novo, sinalização do sistema semafórico, sinalização horizontal e vertical, campanhas de conscientização, Faixa Azul e essa ação que a gente faz de defesa da vida, eu e os demais prefeitos, de proibir essa atividade de transporte de ageiro para diminuir o número de óbitos e de acidentes nas nossas cidades. Dos radares, a gente não tem nenhuma proibição de radar. A única questão é o seguinte, São Paulo não foi, não será, como queriam fazer ali, uma situação de arrecadação de multas enchendo a cidade de radar. O que eu estipulei no meu decreto? De que não está proibido o radar. A única coisa é o seguinte, eu só vou por radar onde eu tiver um parecer técnico que tenha necessidade. Qualquer via da cidade, se houver um parecer técnico que tenha necessidade de por um radar, eu vou colocar. Agora, colocar radar só para arrecadar, isso não vai acontecer em São Paulo. Então, não está proibido. A gente está, inclusive, com um contrato para a colocação de radar. Temos colocado os radares, mas é só isso, jamais ter a indústria da multa, porque isso não é correto. A gente precisa trabalhar com conscientização e colocar radar realmente onde precisa”, concluiu Nunes.

Anteriormente, o Diário do Transporte já havia noticiado os planos de metas envolvendo o setor de mobilidade.

Relembre:

Prefeitura de São Paulo divulga metas até 2028: ônibus biometano, 2,2 mil coletivos, 53 km de corredores, VLT, terminais aquático e novo CCO da SPTrans na mobilidade

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Vinícius de Oliveira, para o Diário do Transporte

Veja algumas das metas para mobilidade:

META 6: Substituir 2.200 ônibus movidos a diesel por veículos de matriz energética mais limpa, reforçando o compromisso da cidade com a preservação ambiental.- Projeção / A troca dos veículos aumentará a eficiência nos transportes e reduzirá emissões de poluentes, com impactos positivos na saúde e na qualidade de vida das pessoas.

META 13: Entregar o novo Centro de Operações da SPTrans, para melhorar o monitoramento da frota de ônibus municipal e a qualidade do serviço prestado. – Projeção/ O novo Centro de Operações, com o Sistema de Monitoramento e Gestão Operacional do Transporte Coletivo Público da cidade de São Paulo (SMGO), permitirá uma gestão muito mais eficiente da rede de transportes, que oferecerá mais segurança, previsibilidade, rapidez e comodidade a 7,3 milhões de ageiros.

META 14: Iniciar a operação do BRT Aricanduva, para reduzir o tempo de deslocamento entre a Radial Leste, a partir da altura da Estação Carrão do Metrô, e o Terminal São Mateus. Projeção / Com estações de pré-embarque que tornam mais rápido e cômodo o o dos ageiros, o BRT (Bus Rapid Transit) é um modelo de corredor de ônibus que usa pistas exclusivas. Sua extensão de 13,6 quilômetros irá conectar a Linha 3 do Metrô, as linhas 11 e 12 da TM e o corredor metropolitano ABCD em São Mateus.

META 15: Iniciar a operação do trecho I do novo BRT Radial Leste e as obras do trecho II, para reduzir o tempo de deslocamento entre a região e o Centro. Projeção / O BRT (Bus Rapid Transit), modelo de corredor de ônibus exclusivo e com estações de pré-embarque que tornam mais rápido e cômodo o o dos ageiros, será paralelo à Avenida Radial Leste. O primeiro trecho irá do Terminal Parque Dom Pedro II à altura da Rua Professor Miguel Russiano, próxima à Estação Penha do Metrô. O segundo continuará à margem da Radial até a Rua Salim Jorge, junto à Estação Corinthians-Itaquera do Metrô e da TM.

META 16: Entregar o Corredor Celso Garcia, para facilitar os deslocamentos de ônibus entre o Terminal Parque Dom Pedro e a Estação Bresser-Mooca do Metrô. Projeção/Trata-se do primeiro trecho, de 2,7 quilômetros, de uma obra que terá 8,3 quilômetros no total, ligando a região central ao Terminal Aricanduva, na Zona Leste.

META 17: Entregar o Corredor Itaquera-Líder, com 9,3 quilômetros de extensão nos dois sentidos, para facilitar a circulação de ônibus em vias essenciais para a mobilidade na Zona Leste. Projeção / Com o primeiro trecho, de 6,2 quilômetros, em operação, os 3,1 quilômetros restantes estão divididos em dois lotes: um de 600 metros, do Terminal Vila Carrão à Avenida Aricanduva; outro de 2,5 quilômetros, entre as avenidas Líder e Jacu Pêssego.

META 18: Requalificar o Corredor Amador Bueno, na Zona Leste, proporcionando mais segurança, conforto e agilidade para os ageiros. Projeção / Os 5 quilômetros de extensão (da Praça Micaela Vieira, na Penha de França, ao encontro da Rua Embira com a Avenida São Miguel, no Jardim Popular, distrito da Ponte Rasa) receberão melhorias nos pavimentos, nivelamento de guias nos locais de embarque e desembarque, novas sinalizações, obras de microdrenagem e sistema de monitoramento por câmeras nas paradas, entre outras intervenções que vão beneficiar mais de 100 mil ageiros todos os dias.

META 19: Requalificar o Corredor Imirim para oferecer mais segurança, conforto e agilidade aos ageiros da Zona Norte. Projeção / O corredor da Avenida Imirim, com 4,6 quilômetros de extensão e 17 paradas, cruza a Avenida Engenheiro Caetano Álvares e liga a Avenida Itaberaba, próximo à Subprefeitura Freguesia/Brasilândia, à Alameda Afonso Schmidt, que separa o bairro de Santana do de Santa Teresinha. Com novos pavimentos, guias niveladas, ibilidade, sinalização, iluminação e drenagem, entre outras reformas, vai melhorar o dia a dia de 112 mil ageiros de ônibus.

META 20: Requalificar o Corredor Itapecerica, para oferecer mais segurança, conforto e agilidade aos ageiros que se deslocam entre os terminais João Dias e Capelinha. Projeção / Mais de 120 mil pessoas utilizam diariamente o corredor de ônibus da Estrada de Itapecerica, na Zona Sul, e serão beneficiadas pelas diversas melhorias feitas ao longo de todos os 3,9 quilômetros de extensão da via, que preveem, entre outras medidas, a recuperação total dos pavimentos e a modernização das paradas e plataformas de embarque e desembarque.

META 21: Requalificar o Corredor Interlagos, proporcionando mais segurança, conforto e agilidade para os ageiros. No corredor chegam a circular até 240 ônibus por hora no horário de pico da manhã. A reforma de pavimentos, eios e diversas outras estruturas nas 40 paradas e ao longo dos 9,1 quilômetros que vão da Avenida Washington Luís à Avenida Atlântica, na Zona Sul, vai beneficiar cerca de 227 mil pessoas por dia.

META 22: Entregar 14 requalificações de terminais urbanos, para maior conforto, segurança e ibilidade dos ageiros. A reforma dos terminais garantirá a modernização necessária para atender às atuais e futuras demandas do transporte coletivo, estimulando o uso dos ônibus e de outros modais públicos. ações estratégicas / • Obras em 4 terminais urbanos do Bloco Noroeste. • Obras em 10 terminais urbanos na Região Leste.

META 23: Entregar o novo Terminal Itaquera, para que a região possa contar com mais linhas de ônibus e seja facilitada a integração com o Metrô e a TM. Projeção / A previsão é que o novo terminal receba 430 mil pessoas diariamente em seus 40 mil m² de área construída

META 24: Iniciar as obras do novo Terminal Itaim Paulista, que oferecerá integração com a Estação Itaim Paulista da Linha 12-Safira da TM. Projeção:Serão acomodadas no terminal as linhas de ônibus municipais e intermunicipais que trafegam nos eixos da Avenida Marechal Tito e da Estrada Dom José Nery.

META 25: Iniciar as obras do novo Terminal Perus, junto à Estação Perus da Linha 7-Rubi da TM, para reestruturar a circulação de ônibus dos dois lados da linha férrea. Projeção / É uma antiga demanda da população local e beneficiará 44 mil pessoas por dia, facilitando a conexão entre os bairros no entorno do núcleo urbano de Perus.

META 26: Iniciar a construção do Terminal Pedreira/Mar Paulista para integrar linhas de ônibus e transporte hidroviário na Zona Sul. O futuro terminal, conectado ao atracadouro Pedreira do Aquático SP, vai reduzir o tempo de deslocamento entre os bairros da região, beneficiando diretamente 110 mil pessoas por dia

META 27: Iniciar a construção do Terminal Cocaia para integrar linhas de ônibus e transporte hidroviário na Zona Sul. Projeção / O futuro terminal, conectado ao atracadouro Cocaia do Aquático SP, vai reduzir o tempo de deslocamento entre os bairros da região, beneficiando diretamente 36 mil pessoas por dia

META 28: Contratar as obras de dois novos atracadouros na Represa Billings para expandir o Aquático SP e proporcionar à população da Zona Sul uma mobilidade mais sustentável e integrada. Projeção / A abertura de novas paradas (Pedreira e Cocaia) deverá beneficiar diretamente a conexão entre o modal hidroviário e a rede de ônibus

META 29: Viabilizar o Aquático Guarapiranga, para ampliar a utilização do modal hidroviário na região sul. A expansão do Aquático SP até a Represa Guarapiranga impulsionará o ecoturismo, a educação ambiental e a integração entre os bairros da Zona Sul.

META 30: Entregar o prolongamento da Avenida Carlos Caldeira Filho, ligando-a à Estrada do M’Boi Mirim e beneficiando diretamente cerca de 870 mil moradores. Projeção / Capão Redondo, Campo Limpo, Vila Andrade e Jardim São Luís serão beneficiados com o projeto, que prevê também corredor de ônibus, ciclovia, viadutos e outras conexões viárias. A obra permitirá conexão direta do Terminal Jardim Ângela à estação Capão Redondo do Metrô.

META 31: Concluir a duplicação da Avenida Senador Teotônio Vilela, para melhorar a mobilidade na região da Cidade Dutra. Projeção / Transporte público mais ágil e ciclistas e pedestres mais seguros são outros benefícios que a ampliação da via irá trazer.

META 32: Realizar a duplicação da Ponte Jurubatuba, para maior fluidez no trânsito local e segurança nos deslocamentos. Projeção/ A obra beneficiará diretamente 223 mil pessoas nos distritos de Cidade Dutra, Grajaú e Parelheiros

META 37: Entregar a segunda e a terceira fase da requalificação da Avenida Santo Amaro, para melhorar a segurança e a mobilidade na região. As intervenções incluem calçadas ampliadas, novo pavimento, iluminação, drenagem e enterramento de redes, beneficiando também os ageiros do transporte público e os pedestres que circulam pela região.

META 38: Iniciar as obras de requalificação da Avenida Juscelino Kubitschek (Boulevard JK), tornando-a mais segura e convidativa para pedestres, ciclistas e usuários de ônibus. Projeção / O redesenho urbano, com alargamento de calçadas, ciclovia bidirecional e ibilidade, favorecerá o comércio e a circulação na região, incentivando o uso do espaço público.

META 40: Iniciar a construção do novo Túnel Sena Madureira, que irá melhorar a mobilidade na região da Vila Mariana e facilitar o o a diversos bairros.

META 44: Atingir 1.000 quilômetros de malha cicloviária, estimulando uma mobilidade que contribui para a preservação ambiental e promove qualidade de vida.

META 45: Instalar mais 200 quilômetros de Faixa Azul, duplicando a extensão de vias exclusivas para motociclistas, de modo a reduzir acidentes com motos na cidade.

META 46: Modernizar o sistema semafórico em 1.700 cruzamentos, melhorando a fluidez e a segurança no trânsito.

META 50: Renovar 1.000.000 de metros quadrados de calçadas para melhorar a ibilidade e oferecer mais segurança aos pedestres.

META 52: Entregar o calçadão do Triângulo Histórico, iniciar a obra do Quadrilátero da República e viabilizar o VLT ‘Bonde São Paulo’, para impulsionar a transformação da região.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Sair da versão mobile