Meio de transporte semelhante é empregado em outros sistemas na América, como na Colômbia, Chile, México, Venezuela e Bolívia. Modal pode fazer parte da concessão dos ônibus, assim como era previsto com o Aquático, se a Transwolff não tivesse problema
ADAMO BAZANI
Colaborou Vinícius de Oliveira
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A exemplo de outras cidades da América Latina, a capital paulista pode ter um sistema de teleféricos inserido no transporte urbano integrado a rede de ônibus e metrô.
A confirmação foi do prefeito Ricardo Nunes nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, em entrevista durante uma agenda.
Os estudos, segundo Nunes, já existem desde 2022, e contemplam a região da Vila Brasilândia, na zona Noroeste da capital paulista. O custo estimado de implantação é da ordem de R$ 1 bilhão, com integração com a futura linha 6-Laranja de metrô e a rede de ônibus, extensão de 4,6 km, cabines com capacidade para cerca de 10 a 15 ageiros, velocidade média de 15 km/h a 20 km/h e trajeto entre as imediações do Metrô da linha 6-Laranja, na Avenida Cantídio Sampaio, com parada perto do Terminal de Ônibus Vila Nova Cachoeirinha e o CEU (Centro Educacional Unificado) Paz. A demanda atendida pode chegar a 3,3 mil ageiros por hora/sentido nos horários de pico.
Segundo Nunes, o relevo acidentado da região, com subidas íngremes, é um dos motivos de a prefeitura levar em conta a possibilidade de um sistema como este em Vila Brasilândia.
“Na verdade,e a gente já discute esse tema desde 2022, 2023, pela dificuldade de alguns locais da cidade, pelo relevo. Ali na Brasilândia, onde tem o CEU Paz, deve ter ali em torno de 700 de altitude mais ou menos, e no metrô uns 750. Um desnível muito grande de altura, para resolver aquelas questões pontuais, a gente já tem tratado isso desde 2022, 2023, a possibilidade de ter o teleférico. Com a questão do metrô Brasilândia que o governador Tarcísio inaugura no ano que vem, para poder fazer essa conexão é importante. Então tem todo um estudo daquela região específica, que trata de um volume muito grande de pessoas que andam a pé naquela situação, é um morro ali, um morro bem alto. Então a questão do teleférico é pra isso, para um ponto específico, algo muito pontual que atende aquela necessidade daquela comunidade e algo que a gente vai poder estar avançando muito por conta disso, de conectar a parte alta com a baixa ali no alto da Brasilândia onde tem o CEU Paz, com a estação do metrô da Brasilândia.”
Não há data ainda para a conclusão dos estudos, que vão levar em conta não somente a meio de transporte em si, mas o modelo econômico.
O sistema de teleférico de São Paulo pode fazer parte da concessão dos ônibus, assim como era previsto com o Aquático-SP, da Represa Billings, se a Transwolff não tivesse problema. A companhia de ônibus, que será substituída por outra empresa, a Sancetur, foi investigada por suposta ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), alvo de intervenção da prefeitura e tinha a concessão do sistema de embarcações junto com as linhas de ônibus, mas nem chegou a assumir o transporte na represa.
Outra possibilidade é que em uma PPP (Parceria Público Privada), um operador que será quem vai fazer as obras, seja escolhido por licitação e se responsabilize pelo meio de transporte.
A certeza é que, se for implantado, vai aceitar o mesmo Bilhete Único usado pelos ageiros dos ônibus municipais gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte), como ocorre com os barcos de transporte urbano na Billings.
Para o transporte urbano, não apenas como turismo, na América Latina, há sistemas em sistemas que incluem Bogotá, Cali e Medellín, na Colômbia; Caracas, na Venezuela; La Paz, na Bolívia; e Região da Cidade do México (México). Em grande parte deles, o operador, que muitas vezes é o próprio poder público, é o mesmo responsável pelos ônibus e redes de trilhos.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes