Eletromobilidade

Transportes por ônibus na cidade de São Paulo foi um dos itens com menos metas atingidas no plano de 2021 a 2024 h6f3

Ônibus cada vez mais velhos rodam na cidade que não tem infraestrutura para novos elétricos.

Corredores e terminais, veículos com ar-condicionado e wi-fi e eletrificação não tiveram o avanço prometido pela gestão Nunes

ADAMO BAZANI

Colaborou Yuri Sena

OUÇA O QUE O PREFEITO DIZ:

De 11 metas para área de mobilidade e transportes no plano de 2021 a 2024, a prefeitura de São Paulo cumpriu integralmente três.

A gestão Ricardo Nunes apresentou nesta quinta-feira, 20 de março de 2025, um balanço sobre o Plano de Metas e comemorou que foi o prefeito com índice recorde de cumprimento, levando em conta todas as áreas: 87%

Mas em relação a transportes por ônibus, o resultado é bem oposto, o que é refletido pelo aumento do número de reclamações de ageiros e multas aplicadas pela SPTrans (São Paulo Transporte) às viações.

*PREFERÊNCIA AOS ÔNIBUS NO ESPAÇO URBANO*: 451335

Muitas destas multas às empresas de ônibus são em decorrência, inclusive, do descumprimento destas metas, isso porque, problemas como atrasos e não cumprimento de viagens são relacionados também a falta de infraestrutura para o transporte coletivo e ao envelhecimento da frota, que se dá pelo não avanço da eletrificação. Sem a quantidade de corredores exclusivos e terminais, os coletivos ficam presos no trânsito, sendo mais difícil cumprir todas as viagens. Já sem infraestrutura para os elétricos e com a proibição da compra de novos ônibus a diesel, rodam veículos mais velhos que quebram mais.

*Corredores*: Da meta 46, _“Viabilizar 40 quilômetros de novos corredores de ônibus”_, houve o cumprimento de 33,7%, segundo o documento oficial, o que significa apenas 13,5 km de corredores. Isso mesmo com, no meio da gestão, a prefeitura ter trocado o termo implantar por viabilizar a implantação.

*BRT*:  No caso da meta 45, _“Viabilizar a implantação de corredores de ônibus no modelo BRT (Bus Rapid Transit) na Avenida Aricanduva e na Radial Leste”_, o cumprimento é de 85%, não necessariamente de obras concluídas, mas de iniciadas ou contratadas: _“O percentual de execução de 85% refere-se ao início das obras do BRT Radial Leste (50%) e às etapas superadas para o início das obras do BRT Aricanduva (35%), que está previsto para os primeiros meses de 2025”_, diz o documento. – BRTs são sistemas com maior capacidade e velocidade que corredores comuns.

*Faixas*: Já as faixas à direita, que apresentam menor nível de separação do trânsito e menos eficiência que um corredor comum ou um BRT, porém, que ajudam já no aumento da fluidez dos coletivos, a meta foi superada. De 50 km prometidos entre 2021 e 2024, foram entregues 54,27 km, 108,5%.

*TERMINAIS E CONFORTO PARA OS AGEIROS* q2c1o

*Terminais*: Da meta 47, _“Viabilizar a implantação de quatro novos terminais de ônibus”_, Nunes só cumpriu 25%.  Os terminais são em São Mateus, Itaquera, Jardim Miriam e Itaim Paulista. Apenas o Terminal Satélite Itaquera, cujas obras estavam suspensas desde 2016, foi retomado no final de 2023.  Segundo o relatório, _“para o Terminal São Mateus, a próxima etapa é a publicação da licitação. Já os terminais Jardim Miriam e Itaim Paulista am por alinhamento com a população local, pois envolvem desapropriações”_.

*ÔNIBUS ELÉTRICOS E AR-CONDICIONADO* c27r

*Ônibus elétricos*: A meta 50, sobre os ônibus elétricos, foi uma das piores. Apenas 18,5% de cumprimento. Pela proposta, 2,6 mil ônibus não poluentes estariam rodando na cidade até o fim de 2024, o que corresponde a 20% da frota total de 13 mil. Em dezembro eram apenas 301 ônibus com baterias, e 201 trólebus, que já existem há décadas. Agora, são 320 a bateria apenas e os mesmos 201 trólebus, sem planos de aumentar a rede. A prefeitura atribuiu o atraso principalmente à falta de infraestrutura na rede de distribuição de energia. Na última semana, o *Diário do Transporte* trouxe uma série de reportagens de garagens estão com carregadores e transformadores instalados e até com ônibus elétricos zero km parados, tudo sem funcionar, porque a ENEL não faz a ligação da rede e as adequações para não faltar energia nos bairros enquanto a frota é abastecida.

*Ônibus com ar-condicionado e wi-fi*: A meta 49, _“Garantir que 100% dos ônibus estejam equipados com o à internet sem fio, tomadas USB para recarga de dispositivos móveis e ar-condicionado”_ teve 83% alcançados. De 13 mil ônibus, cerca de 10 mil têm estes itens. O fato de a eletrificação da frota não avançar também tem relação com esta meta. Isso porque, desde 17 de outubro de 2022, as empresas não podem mais comprar ônibus a diesel 0 km. Como não há estrutura para os elétricos, a SPTrans (São Paulo Transporte) permitiu com que a idade máxima dos coletivos em circulação asse de 10 anos para 13 anos e os modelos mais velhos não possuem estes itens.

VEJA AS METAS CITADAS NA REPORTAGEM – IMAGENS EXTRAÍDAS DO DOCUMENTO OFICIAL DE BALANÇO:

*Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes*

*Colaborou Yuri Sena*

Comentários

Comentários 72495v

  1. Clayton disse:

    O Transporte feito por ônibus só teve melhoria na gestão da Prefeita Marta suplicy, e digo mais melhorias consideráveis para quem mora na periferia. E a legalização e modernização do transporte clandestino foi uma delas. O nome pejorativo “clandestino” é totalmente inadequado, pois maioria foi construída e executada por pais e mães de família organizados para oferecer serviço de qualidade, pontual e rápido onde havia uma demanda que não era atendida desde a época da CMTC de governos que não ligavam para seus eleitores. Não é mera coincidência a perseguição ao trabalho de cooperados na atualidade. Quando o Estado dá a mão e ajuda o cidadão trabalhador todos ganham. A História não mente, não fosse a livre iniciativa desses trabalhadores ter ocorrido, holofotes não teriam lançados luz sobre o péssimo serviço prestado pela istração pública na cidade de São Paulo.

    1. Raphael disse:

      Realmente a melhora no transporte durante a gestão Marta foi notória. A grande verdade, é que o prefeito anterior deixou a cidade totalmente largada, o que permitiu empresas de ônibus andar com frota velha e sucateada. É o caso do Grupo Niquini, que operava principalmente na zona sul e zona leste, com a pior frota. As empresas estavam relaxadas e não faziam a renovação de frota como deveria ser feito. Fato esse, que além de outros problemas com a SPTrans, todas as empresas do grupo Niquini foram descredenciadas e suas linhas assumidas por empresas já existentes na cidade. O que foi feito por ela foi a lição de casa que o Pitta não fez… E por isso talvez uma boa parte vê como um grande feito. O bilhete único foi um diferencial bem implementado. Os demais prefeitos que a sucedeu, foram fazendo a lição de casa quando a modernização da frota, como a obrigação dos veículos possuírem elevador para cadeirantes ou rampas para os ônibus de piso baixo. A ampliação de corredores de ônibus. Quanto a legalização dos clandestinos durante a gestão Marta, na verdade, os transportes alternativos já eram legalizados antes da gestão dela, no entanto, a reorganização principalmente dos perueiros evitando sobreposição de linhas em relação as empresas concessionárias a gestão dela fez seu papel. Hoje, o planejamento dos ônibus elétricos foi muito mal implementada, principalmente por não ter se preocupado em garantir a infraestrutura para a recarga de baterias na cidade. A ENEL para variar tem parte da culpa nesse processo…

  2. Luis Carlos da Silva disse:

    Ricardo Nunes foi o pior prefeito no que diz respeito ao cumprimento das partidas exercidas pelas empresas de ônibus de São Paulo.
    A SPTRANS abandonou a fiscalização deixando a critério das empresas as saídas do ponto inicial causando intervalos absurdos e deixando os ageiros a ver navios.
    É só colocar uma equipe disfarçada em qualquer ponto inicial fora dos terminais e logo verão o que está acontecendo.
    Sem nenhuma fiscalização.

  3. Santiago disse:

    Os fatos por si só, comprovam…

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