Cenários Opostos: Madri, capital da Espanha, avança na mobilidade sustentável; São Paulo enfrenta declínio no uso do transporte coletivo 1v47r
Publicado em: 17 de março de 2025 2u6w33

Capital espanhola registra aumento de 2,4% em viagens sustentáveis impulsionada pelo crescimento do transporte público e da mobilidade ativa
ALEXANDRE PELEGI
Madri, na Espanha, demonstra um avanço significativo em direção à mobilidade sustentável, enquanto os dados recentes de São Paulo apontam para uma queda geral no número de viagens e no uso de transporte coletivo e a pé. As informações divulgadas em março de 2025 revelam um cenário contrastante entre as duas metrópoles.
Em Madri, durante o mês de fevereiro de 2025, a capital espanhola registrou uma média de 7,5 milhões de viagens diárias a pé e em transporte público, representando um aumento de 2,4% em relação a 2024. No total, as viagens consideradas sustentáveis atingiram 13,67 milhões por dia, englobando transporte público, caminhada e bicicleta, constituindo 54,8% do total de deslocamentos, superando o uso de veículos particulares (45,2%).
O transporte público em Madri continua a ganhar popularidade, com um aumento anual de 3% nas viagens de metrô, ônibus e trens, totalizando 3,78 milhões por dia. Destaca-se o crescimento de 4% no uso do transporte público fora da M-30, indicando uma expansão da mobilidade sustentável para além do centro da cidade. A M-30 é uma autoestrada que circunda a cidade de Madri, que auxilia a descongestionar o centro da cidade.
A caminhada também se tornou uma opção preferida, com uma média diária de 3,61 milhões de viagens, enquanto bicicletas e outros veículos de mobilidade urbana registraram 108.050 viagens diárias. Paralelamente, o uso de veículos particulares continua a diminuir progressivamente na capital espanhola, representando 44% do total de viagens na cidade.
Em contrapartida, a Pesquisa Origem-Destino (OD) do Metrô de São Paulo, realizada em 2023 e divulgada em fevereiro de 2025, revela uma redução significativa na movimentação diária de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo, caindo de 42 milhões em 2017 para 35,6 milhões. Essa diminuição é acompanhada pela queda no uso do transporte coletivo (de 15,3 para 12,3 milhões de viagens) e no número de pessoas que se locomovem a pé (de 13,35 para 10,05 milhões de viagens).
O transporte individual em São Paulo se manteve estável em aproximadamente 12,9 milhões de viagens, com uma redução no uso de automóveis compensada pelo aumento no uso de táxis (incluindo aplicativos) e motocicletas.
Luiz Carlos Nespoli (Branco), superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), pondera que a queda na movimentação e as mudanças nos modais podem estar relacionadas ao impacto econômico, especialmente na classe de menor renda, e aos diferentes períodos abrangidos pelas pesquisas, incluindo a pandemia de COVID-19. Nespoli também observa que o sistema de mobilidade na Região Metropolitana de São Paulo, cada vez mais dependente do modo individual motorizado, caminha na direção contrária ao desejável, sendo um sistema de alto custo, não sustentável e gerador de problemas ambientais e de segurança.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
No caso de São Paulo, o verdadeiro motivo é um só: Descaso e ineficiência!
A grade de linhas é dos anos 60 e jamais reformulada, hoje sofrendo com todo tipo de defasagens e disfuncionalidades.
As frequências de ônibus são irregulares e imprevisíveis, com os ônibus pessimamente distribuídos ao longo delas. Um total desrespeito e insulto aos ageiros.
Não podendo confiar no nosso transporte público, o ageiro vai procurar por outras opções que lhe apareçam:
Aplicativos de carros e motos; Motos ou carros próprios na medida do possível, mesmo que seja um “velhinho”; Ônibus fretados; E outras alternativas mais que a criatividade possa sugerir.
De nada adianta apenas renovar a frota paulistana com ônibus cada vez mais modernos e mais equipados, se eles são pessimamente mal operados, se eles não têm horário previsível para ar nos pontos, se eles viajam superlotados, ou se as integrações entre as linhas são desconexas.
O ageiro vai migrar à outras opções mesmo!
No ultimo domingo esperei, no sol, o onibus da linha Vila Madalena/Edu Chaves por mais de uma hora e desisti.Na segunda-feira isso se repetiu. É desanimador!
Não se compara espanha com são paulo população da espanha e são mais idosos e outra cultura