Eletromobilidade

VÍDEO: ENEL inicia ligação para ônibus elétricos na Mobibrasil, após reportagens do Diário do Transporte. Outras garagens devem ter avanços 3s2636

Enel faz instalação de postes no Jabaquara, última etapa do projeto de infraestrutura de carregamento

Distribuidora de Energia deu início neste sábado a instalação dos postes que possibilitarão a interligação com a cabine primária e assim o carregamento dos ônibus

ADAMO BAZANI

Colaboraram ALEXANDRE PELEGI e VINÍCIUS de OLIVEIRA

A Enel começou neste sábado, 15 de março de 2025, as primeiras obras para a infraestrutura de rede necessária para o carregamento de ônibus elétricos da garagem da empresa MobiBrasil, que fica no Jabaquara, zona sul da capital paulista.

A medida é o primeiro o da parte da distribuidora de energia que vai possibilitar a conexão da rede adequada com a cabine primária e assim o carregamento dos ônibus elétricos.

Ainda não há um prazo definido para que a energia de fato esteja nas baterias dos ônibus, mas sem esse o ficaria impossível ver os coletivos operando.

A atitude da Enel ocorre após uma série de reportagens do Diário do Transporte que mostrou que diversas garagens e ônibus estão parados na cidade por falta da ligação da infraestrutura.

A MobiBrasil foi uma das primeiras garagens que o Diário do Transporte esteve pessoalmente. O local foi um dos que mais chamaram a atenção porque, além de 16 carregadores, havia 33 ônibus zero quilômetro parados, valendo cada um cerca de R$ 3 milhões, alguns há quase um ano por falta desta infraestrutura.

O Diário do Transporte esteve nessa garagem no sábado ado (08) e publicou a matéria na segunda-feira (10). Relembre:

VÍDEO: Mobibrasil, na zona Sul de São Paulo, está repleta de ônibus elétricos que não rodam porque ENEL não faz a ligação solicitada há quase um ano

REPERCUSSÃO E REAÇÕES: 4f14a

As dificuldades da eletrificação da frota de ônibus em São Paulo por causa da falta de ligação nas garagens pela ENEL foram reveladas pelo Diário do Transporte, repercutidas por colegas de imprensa e gerou reações de diversas partes.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse na segunda-feira, 10 de março de 2025, que fez representações sobre o assunto na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), no TCU (Tribunal de Contas da União), já que a concessão é federal.

Relembre:

Ônibus elétricos: Apuração jornalística do Diário do Transporte repercute na imprensa em geral e Nunes diz que são 80 veículos parados por causa da ENEL

A deputada estadual, Carla Morando, protocolou na terça-feira, 11 de março de 2025, pedidos de providências em diversos órgãos contra a ENEL por causa do atraso na implantação da infraestrutura necessária para ampliação e operação da frota de ônibus elétricos na capital paulista.

Entre os órgãos que receberam as documentações da parlamentar estão MPSP (Ministério Público de São Paulo), Procon, TCU (Tribunal de Contas da União), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e MME (Ministério de Minas e Energia), uma vez que a concessão da ENEL é de responsabilidade federal.

Relembre:

Deputada protocola pedido de providências no MP, TCU, Procon, Aneel e Ministério de Minas e Energia contra ENEL por atraso na infraestrutura para ônibus elétricos em São Paulo

Como tem mostrado o Diário do Transporte, há mais de 80 ônibus elétricos zero km parados na cidade de São Paulo e carregadores nas garagens inoperantes porque a ENEL não faz a ligação e não prepara a rede de distribuição, segundo as empresas de transporte.

Segundo o vice-presidente da entidade que representa os fabricantes, causa preocupação a questão da eletrificação vai muito além do veículo e a situação em cidades como a capital paulista, que proíbe ônibus 0 km a diesel, mas não tem infraestrutura para os elétricos.

 

Anfavea comenta falta de infraestrutura para ônibus elétricos noticiada pelo Diário do Transporte e diz que realidade causa preocupação – VÍDEO

FROTA VELHA 2w2760

O Diário do Transporte mostrou que São Paulo tem 2.711 ônibus com idades entre 10 anos e 13 anos operando. A ampliação da idade máxima da frota da cidade, de 10 anos para até 13 anos, foi uma medida emergencial da SPTrans para suprir a falta de infraestrutura que impede mais elétricos e, ao mesmo tempo, manter a proibição dos novos veículos a diesel.

/2025/01/23/cidade-de-sao-paulo-possui-2-711-onibus-com-dez-anos-ou-mais-em-circulacao/

O Diário do Transporte tem mostrado que muitas garagens estão prontas dos muros para dentro e que algumas delas possuem dezenas de ônibus elétricos parados porque solicitaram ligações e adaptações das redes de distribuição, mas a ENEL não fez ainda. É o caso da empresa Mobibrasil, da zona sul, que tem 33 ônibus parados em uma das garagens, apesar de ter pedido a ligação em julho de 2024. A A2 Transportes, outra empresa da zona Sul, pediu a ligação para a ENEL em fevereiro de 2024, e não foi atendida ainda. A viação diz que não consegue concluir as compras e já têm mais de 130 ônibus a diesel com mais de 10 anos rodando, sendo que deveriam ter sido trocados.  A Transunião, na zona Leste, tem mais da metade da frota com mais de 10 anos em uma das garagens porque ENEL não conclui ligação para ônibus elétricos. Oficina vive lotada, disse o diretor operacional da empresa, Edgard Paiva da Rocha. Demanda total é de cerca de quase 300 mil ageiros por dia. São dois pátios com 33 carregadores instalados desde agosto de 2024 que custaram R$ 14 milhões, mas estão sem serventia porque a energia necessária não chega às garagens.

JORNALISMO QUE DÁ RESULTADO: 644569

ENEL INICIANDO LIGAÇÃO NA GARAGEM DA MOBIBRASIL EM 15 DE MARÇO DE 2025. EXATAMENTE UMA SEMANA DEPOIS DE O DIÁRIO DO TRANSPORTE TER IDO AO LOCAL EM 08 DE MARÇO DE 2025

– ENTREVISTAS EM VÍDEO 6t5q6v

Há viações que já estão com equipamentos carregadores e transformadores internos já instalados nas garagens, mas não podem renovar frota porque o financiamento depende de aval que só ocorre se a rede de energia estiver adequada.

VEJA MAIS ABAIXO ALGUNS DOS MATERIAIS DE IMPRENSA

Até mesmo o prefeito Ricardo Nunes comentou em entrevista o assunto e fez postagens em suas redes sociais oficiais. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) também se manifestou. Foram gerados procedimentos no Ministério Público, Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), da Câmara Municipal, entre outros.

Mas tudo isso só foi possível porque garagens abriram as portas para a reportagem do DIÁRIO DO TRANSPORTE e toparam falar, em especial o presidente da A2 Transportes, Paulo Farias; o diretor operacional da Mobibrasil, Manoel Ferreira; o presidente da Transunião, Lourival de França Monário; o diretor operacional da Transunião, Edgard Paiva da Rocha; e o presidente da Movebuss, Antônio Alves de Oliveira.

Isso é prova de que o setor de transportes precisa parar de ficar reclamando dentro das bolha e se posicionar, mostrar o que ocorre no “intra-garagem” . Até então, pelas quebras de ônibus velhos e sucateamento dos serviços em decorrência do processo atrapalhado da eletrificação, as empresas só estavam tomando paulada da opinião pública, do cliente (ageiro), dos formadores de opinião. *Hoje em dia, apanhar quieto, é confissão de culpa, mesmo não sendo culpado*.

Muito muito mais que “mostrar o seu lado e se justificar”, ao falarem, as empresas de ônibus contribuíram para o interesse do cidadão (VEJA ABAIXO DOS VÍDEOS E FOTO, OS MOTIVOS).

REPERCUSSÃO E REAÇÕES: 4f14a

As dificuldades da eletrificação da frota de ônibus em São Paulo por causa da falta de ligação nas garagens pela ENEL foram reveladas pelo Diário do Transporte, repercutidas por colegas de imprensa e gerou reações de diversas partes.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse na segunda-feira, 10 de março de 2025, que fez representações sobre o assunto na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), no TCU (Tribunal de Contas da União), já que a concessão é federal.

Relembre:

Ônibus elétricos: Apuração jornalística do Diário do Transporte repercute na imprensa em geral e Nunes diz que são 80 veículos parados por causa da ENEL

A deputada estadual, Carla Morando, protocolou na terça-feira, 11 de março de 2025, pedidos de providências em diversos órgãos contra a ENEL por causa do atraso na implantação da infraestrutura necessária para ampliação e operação da frota de ônibus elétricos na capital paulista.

Entre os órgãos que receberam as documentações da parlamentar estão MPSP (Ministério Público de São Paulo), Procon, TCU (Tribunal de Contas da União), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e MME (Ministério de Minas e Energia), uma vez que a concessão da ENEL é de responsabilidade federal.

Relembre:

Deputada protocola pedido de providências no MP, TCU, Procon, Aneel e Ministério de Minas e Energia contra ENEL por atraso na infraestrutura para ônibus elétricos em São Paulo

Como tem mostrado o Diário do Transporte, há mais de 80 ônibus elétricos zero km parados na cidade de São Paulo e carregadores nas garagens inoperantes porque a ENEL não faz a ligação e não prepara a rede de distribuição, segundo as empresas de transporte.

Segundo o vice-presidente da entidade que representa os fabricantes, causa preocupação a questão da eletrificação vai muito além do veículo e a situação em cidades como a capital paulista, que proíbe ônibus 0 km a diesel, mas não tem infraestrutura para os elétricos.

 

Anfavea comenta falta de infraestrutura para ônibus elétricos noticiada pelo Diário do Transporte e diz que realidade causa preocupação – VÍDEO

METAS DA CIDADE:

As metas da prefeitura de São Paulo de 2,6 mil ônibus elétricos entre todas as empresas da cidade rodando até o fim de 2024 não foram alcançadas, principalmente pela falta de infraestrutura de recarga e distribuição de energia da ENEL para dar conta da demanda. Em toda a cidade, são atualmente, em fevereiro de 2025, menos de 500 unidades não poluentes a bateria e 201 trólebus, que precisam estar conectados à fiação aérea para rodarem.

Em 23 de janeiro de 2025, durante a entrega de um lote de 100 coletivos com baterias, o prefeito Ricardo Nunes disse que a cidade deve receber cerca de 600 ônibus totalmente elétricos com bateria ainda neste ano. Isso elevaria a frota para cerca de 1.200 unidades, contando com os trólebus, mas ainda assim seria bem inferior aos 2.600 coletivos anunciados para até o final de 2024. Na ocasião, Nunes disse, em resposta ao Diário do Transporte que esteve no evento, que é preferível ampliar a idade dos ônibus atuais em até três anos a itir a volta da compra de veículos a diesel, já que caso fossem comprados, poderiam operar por mais dez anos no sistema.

Relembre:

/2025/01/23/video-nunes-estima-600-onibus-eletricos-para-2025-na-cidade-de-sao-paulo-e-defende-que-compra-de-diesel-nao-volte-nunca-mais/

No fim de 2024, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei, de autoria do ex-presidente da Casa, Milton Leite, que permitiria a volta da compra de 50% da frota a diesel Euro 6. Por causa da falta de infraestrutura para elétricos, a frota geral de ônibus da cidade tem envelhecido, uma vez que as viações estão proibidas de comprar modelos a diesel desde 17 de outubro de 2022. A SPTrans ampliou a idade máxima permitida dos ônibus de 10 anos para 13 anos.

O prefeito Ricardo Nunes aprovou apenas parcialmente o projeto de lei, vetando a possibilidade da volta de compra de modelos a diesel, mas sancionou outros pontos, como um que abre mais segurança para a busca de outras alternativas menos poluentes, como GNV (Gás Natural Veicular) e biometano (gás obtido pela decomposição de resíduos). As empresas de ônibus devem apresentar em 90 dias as necessidades de infraestrutura para a ENEL, no caso dos elétricos, ou para a COMGÁS, no caso do GNV. Estas distribuidoras têm 90 dias para concluir os projetos, mas não há prazo para execução e entrega das obras.

As metas intermediárias foram ajustadas, mas as finais, como zerar as emissões de CO2 até 2038 foram mantidas. Com isso, as alternativas que não sejam eletricidade ou hidrogênio são encaradas como para o momento de transição.

GÁS NATURAL PARA ÔNIBUS:

Empresas como a Sambaíba, na zona Norte, estudam aderir projetos de GNV para ônibus e, como mostrou o Diário do Transporte, preparou um modelo a diesel para ser convertido.

O prefeito Ricardo Nunes disse em 11 de fevereiro de 2025, que determinou estudos para verificar a viabilidade da implantação de ônibus a gás natural na cidade.

Os trabalhos estão sob responsabilidade do Secretário Executivo de Mudanças Climáticas, José Renato Nalini, e as discussões serão no âmbito do Comfrota (Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas).

O Comitê é vinculado à Seclima (Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas).

Relembre:

/2025/02/11/ouca-nunes-determina-estudos-para-onibus-a-gas-natural-gnv-em-sao-paulo-e-vai-recorrer-de-decisao-que-atendeu-psol-e-suspendeu-nova-lei-de-troca-de-frota/

LEI BARRADA POR AÇÃO DO PSOL:

A nova lei sobre descarbonização da frota, Lei Municipal nº 18.225, de 15 de janeiro de 2025, oriunda do projeto de Milton Leite de dezembro de 2024 e aprovada parcialmente por Nunes em janeiro de 2025, no entanto, teve seus efeitos temporariamente suspensos por determinação do desembargador Mário Devienne Ferraz do Órgão e Câmara Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que atendeu parcialmente Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo PSOL.

A lei não está anulada. A decisão, publicada em 10 de fevereiro de 2025, suspende a aplicação da lei até o julgamento final da ação.

Relembre:

/2025/02/10/justica-atende-psol-e-suspende-lei-que-altera-normas-para-onibus-menos-poluentes-na-capital-paulista-veja-a-decisao-na-integra/

Entre outras alegações, o partido alega que o Projeto de Lei 825/2024, de autoria do ex-presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, não apresentou estudo de impacto ambiental e que flexibiliza regras, reduzindo a obrigatoriedade da compra de modelos de ônibus menos poluentes.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

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  1. J. Alberto disse:

    Com todo respeito, a descarbonização é importantíssima mas, se a Mobibrasil quisesse rear esses ônibus elétricos novos parados pra outra empresa, seria até melhor para a população da zona sul. Esses ônibus elétricos novos parados têm portas à direita e poucos bancos, o que significa que só são adequados para algumas poucas linhas que usam corredores como 577T, 6338, 637V, 675P etc, e linhas com poucos ageiros como a circular da vila guarani (5164-41), a linha do aquático (627M), e as linhas dos centros de acolhida (546L e 605A). Ainda dá tempo de trocar esses carros por modelos com 3 portas à direita pra rodar em linhas que precisam deles com urgência nas estações da linha 1 – Azul. A falta de compromisso é gritante. Recentemente, a Mobibrasil unificou duas linhas (5106-31 e 5091 numa nova 5106-31), o que não é necessariamente ruim e, acredito eu, otimizou a capacidade da frota. Mas transformar a 5091 em atendimento é um absurdo. Essa linha é importantíssima pra quem baldeia entre linha 1 – Azul e os ônibus. Não pode de maneira nenhuma ser rebaixada a atendimento, ainda mais com o trajeto atual que está bem mais longo. E se formos falar dos absurdos feitos com a 5791, 5129-41, a própria 5106-31 que não rodava aos domingos até voltarem atrás, o relato de indignação vai longe

    1. J.Alberto disse:

      Correção: onde está 546L é na verdade 476L

  2. Santiago disse:

    Chegaram os postes!
    Vamos acompanhar os próximos capítulos da novela “Eletrificação paulistana dos buzões”…
    Será uma curta mini-serie com poucos capítulos???
    Ou será uma ultra-longa telenovela mexicana???

  3. Rodrigo Zika disse:

    Precisa cobrar pra instalar em todas as empresas que ainda falta.

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