Mercado de ônibus elétricos cresce 923% e BYD lidera emplacamentos do bimestre, diz Fenabrave 5u5h8
Publicado em: 10 de março de 2025 261a3f

Fabricante de origem chinesa instalada em Campinas (SP) ultraou no início deste ano a Eletra/Caio-Induscar. Ankai lidera fevereiro. Se não fosse ENEL em São Paulo, números poderiam ser ainda melhores
ADAMO BAZANI
O mercado de ônibus no Brasil cresceu 923,08% no primeiro bimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, de acordo com balanço da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), entidade que reúne as concessionárias e representantes comerciais, divulgado nesta segunda-feira, 10 de março de 2025, e noticiado pelo Diário do Transporte também nesta segunda.
Os volumes de ônibus elétricos no Brasil ainda são bem menores que o mercado em geral.
Enquanto que no acumulado de janeiro e a fevereiro de 2025, foram emplacados 4.566 veículos de transporte coletivo em geral, a Fenabrave mostra que nestes dois meses, foram 133 ônibus eletrificados. No primeiro bimestre de 2024, os emplacamentos de elétricos somaram apenas 13 unidades.
Janeiro de 2025, puxado pelo sistema de ônibus da cidade de São Paulo, foi um dos melhores meses da história: 117 unidades.
Como mostrou o Diário do Transporte, em 23 de janeiro de 2025, foram apresentados 100 ônibus novos elétricos para São Paulo.
Relembre:
Os números de ônibus elétricos poderiam ser melhores se houvesse mais políticas públicas com vistas a troca de matriz energética do transporte coletivo em todo o País.
Até mesmo a cidade de São Paulo, que tem hoje o maior programa de eletrificação de frota do Brasil, patina. O grande problema na capital paulista é que, mesmo havendo um plano de financiamento e recursos para frota, a implantação de infraestrutura nas redes de distribuição de rua, responsabilidade da ENEL, segue muito lenta. A meta da prefeitura de 2,6 mil ônibus elétricos para até o final de 2024 não foi cumprida. São apenas cerca de 430 unidades com bateria.
O Diário do Transporte tem mostrado que muitas garagens estão prontas dos muros para dentro e que algumas delas possuem dezenas de ônibus elétricos parados porque solicitaram ligações e adaptações das redes de distribuição, mas a ENEL não fez ainda. É o caso da empresa Mobibrasil, da zona sul, que tem 33 ônibus parados em uma das garagens, apesar de ter pedido a ligação em julho de 2024. A A2 Transportes, outra empresa da zona Sul, pediu a ligação para a ENEL em fevereiro de 2024, e não foi atendida ainda. A viação diz que não consegue concluir as compras e já têm mais de 130 ônibus a diesel com mais de 10 anos rodando, sendo que deveriam ter sido trocados.
Relembre:
Desde outubro de 2022, as empresas de transportes na cidade de São Paulo não podem comprar modelos a diesel, mas como a infraestrutura não avança, a gerenciadora local da prefeitura, permitiu com que a idade máxima dos veículos a combustão asse de 10 anos para 13 anos.
MARCAS:
Ainda de acordo com o balanço da Fenabrave desta segunda-feira, 10 de março de 2025, no primeiro bimestre de 2025, a BYD, empresa de origem chinesa com planta em Campinas (SP), liderou o ranking, com 75 unidades e 56,39% de participação.
A fabricante ultraou neste período o consórcio nacional formado pela Caio-Induscar/Eletra, que emplacou 43 unidades, o que representa 32,33% de participação no período.
Em fevereiro de 2025, a chinesa Ankai, que não tem planta no Brasil, liderou ao lado da BYD, ambas com 5 ônibus e 31,25% de fatia cada. A Caio-Induscar/Eletra emplacou uma unidade, 6,25% de mercado.
As demais fabricantes não apareceram no balanço porque ainda não houve emplacamento, mas a capital paulista, por empresas como Sambaíba, MobiBrasil e Metrópole Paulista têm recebido unidades Mercedes-Benz. No caso da Sambaíba, as carrocerias são da Marcopolo e nas outras duas, são Caio.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes