Moçambique lança concorrência para compra de 390 ônibus, metade a gás natural 2d4v28
Publicado em: 4 de março de 2025 4c1v3u

Veículos de diferentes tamanhos serão destinados à capital Maputo e região metropolitana, províncias do país africano e áreas rurais
ALEXANDRE PELEGI
O governo de Moçambique, país localizado no sudeste do continente africano com 33,6 milhões de habitantes, decidiu investir no setor de transporte público com a aquisição de 390 ônibus, visando aprimorar os serviços nas áreas urbanas e rurais do país. Uma parcela significativa desses veículos, cerca de metade, será movida a gás natural.
A licitação pública, conduzida pelo Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações (FTC), especifica a aquisição de ônibus para o transporte urbano e veículos mistos adaptados ao transporte rural, divididos em lotes.
O primeiro lote abrange a compra de 100 ônibus grandes movidos a Gás Natural Veicular (GNV) para a região metropolitana da capital Maputo, maior cidade do país. A população em 2024 da aglomeração urbana de Maputo, que inclui a população da cidade e das áreas suburbanas adjacentes, estava estimada em 1,19 milhão de habitantes.
O segundo lote compreende 50 ônibus de porte médio, também movidos a GNV, destinados à capital moçambicana.
O terceiro lote inclui 100 ônibus de porte médio movidos a diesel, que serão alocados às províncias.
O quarto lote consiste em 100 veículos projetados para o transporte público em áreas rurais.
O quinto lote é composto por 40 ônibus para o transporte de funcionários de instituições públicas.
META DE DESCARBONIZAÇÃO
O governo moçambicano delineou a meta de iniciar a descarbonização dos transportes na área metropolitana de Maputo até 2030, priorizando veículos a gás e elétricos, conforme a Estratégia de Transição Energética (ETS). Moçambique busca reduzir a dependência de combustíveis importados, que impactam negativamente a balança de pagamentos e expõem o país às flutuações cambiais e de preços, conforme explicitado no edital da licitação.
Em 2020, a importação de gasóleo e gasolina para o setor de transportes representou um custo de 482 milhões de dólares, equivalente a 8% das importações do ano e 3% do PIB.
A estratégia de descarbonização do transporte urbano em Maputo até 2030 inclui a introdução do BRT (Bus Rapid Transit) e outros transportes públicos de massa, visando que 15% do transporte público utilize fontes de energia mais limpas em substituição ao diesel. A meta é atingir 50% do transporte público urbano de ageiros na zona metropolitana de Maputo entre 2030 e 2040.
A transição para veículos elétricos no transporte rodoviário está prevista para iniciar em 2030, com o objetivo de que 1% do transporte rodoviário privado e 5% do transporte rodoviário de mercadorias sejam alimentados pela rede elétrica.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes