VÍDEO: Diário do Transporte acompanha apresentação de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo, mas há 2.711 coletivos a diesel com dez anos ou mais rodando 1i163w
Publicado em: 23 de janeiro de 2025 713p10

Frota de ônibus não poluentes aumenta, porém corresponde a apenas 16% da meta anunciada para até o fim de 2024
ADAMO BAZANI / ARTHUR FERRARI
O Diário do Transporte acompanha na manhã desta quinta-feira, 23 de janeiro de 2025, a apresentação de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo. O evento ocorre no mesmo dia em que a reportagem mostrou em primeira mão que existem 2.711 coletivos rodando na cidade com dez anos ou mais de fabricação e movidos a óleo diesel.
O envelhecimento da frota se dá, de acordo com as empresas que operam o sistema e com a própria prefeitura, por causa das dificuldades em relação a eletrificação, principalmente relacionadas a falta de infraestrutura da rede de distribuição.
Relembre
Cidade de São Paulo possui 2.711 ônibus com dez anos ou mais em circulação
Em nota, a Prefeitura de São Paulo explicou como será a divisão desses novos ônibus elétricos pelas regiões da capital.
Distribuição dos ônibus nas regiões da cidade
Os novos ônibus elétricos serão distribuídos pelas operadoras de transporte público da cidade e atenderão diferentes zonas de São Paulo. A Zona Oeste será a mais beneficiada, recebendo 47 novos veículos operados pela Transcap. A Zona Leste também terá um reforço significativo, com a entrega de 40 ônibus operados pela Express. A Zona Norte terá 12 novos ônibus operados pela NorteBuss e a Zona Sul receberá um veículo operado pelo Consórcio KBPX.
Com a entrega desta quinta-feira, a frota de ônibus elétricos na cidade de São Paulo chega a 428 unidades, o que corresponde a apenas 16,4% da meta de 2.600 coletivos prometida pela prefeitura para até o final de 2024.
Ricardo Nunes diz que acompanha a situação e cobra da Enel maior efetividade.
Um projeto de lei do ex-presidente da câmara dos vereadores, Milton Leite, tentava possibilitar novamente a compra de ônibus movidos a diesel, proibida desde 17 de outubro de 2020, mas o prefeito vetou essa parte do PL, ando apenas o trecho que determina que empresas devem apresentar em 90 dias as necessidades de eletrificação das garagens, e depois, em mais 90 dias, a Enel, no caso dos ônibus elétricos, e a Comgas, no caso dos movidos a gás, devem apresentar projetos e soluções. A conclusão das obras, no entanto, não teve data estipulada pelo projeto.
O Diário do Transporte conversou com motoristas que dirigem ônibus elétricos, como Paulo Jorge Dutra dos Santos, condutor da Express Transportes, que atua na Zona Leste. O profissional elogiou esse tipo de veículo e disse que esses ônibus são mais confortáveis para ageiros e motoristas.
Adamo Bazani e Arthur Ferrari, jornalistas especializados em transportes
Outra coisa é que há mais de vinte anos a Prefeitura limita-se apenas à renovação periódica da frota (e até nisso está agora falhando) e na delimitação de novas faixas exclusivas (muitas vezes aonde nada resolvem).
O sistema operacional em si, e a logística de integração das linhas, estão uma verdadeira PORCARIA. Desatualizado, desconexo, impontual e ineficiente.
Além da própria atual configuração interna dos veículos, disfuncional e ergonomicamente desconfortável para quem viaja. Os nossos ônibus são hoje bonitos e modernos por fora, porém “ordinários” por dentro.
Ou reformula-se o sistema todo para que ele e a operar devidamente, ou o sistema vai tornar-se cada vez mais caótico e esvaziado. Independente se os ônibus são diesel, elétricos, ou à fusão nuclear.
O ageiro espera um mínimo de previsão e pontualidade, um nivel minimamente aceitável de eficiencia e agilidade, e ônibus que propiciem condições dignas de se viajar neles.
Sem isso os ageiros ficarão naturalmente inclinados a experimentarem outras alternativas que surjam, como os moto-taxis por exemplo. Não por opção, e sim movidos pelas necessidades impostas no seu dia-a-dia.