Verba virá do BNDES e veículos serão divididos entre piso alto e piso baixo. Prefeito eleito diz que nova licitação dos transportes em 2025 vai exigir ônibus elétricos e com ar-condicionado 2t4j2e
ADAMO BAZANI
A cidade de Curitiba vai receber em financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social) R$ 380 milhões para a compra de mais ônibus elétricos.
O anúncio foi feito pelo prefeito Rafael Greca nesta quinta-feira 28 de novembro de 2024, em um seminário sobres os 50 anos do BRT (Bus Rapid Transit), na capital paranaense.
O dinheiro será suficiente para a compra de 54 veículos que devem ser entregues em 2025.
A frota será mista formada por ônibus articulados que devem circular nas linhas Novo Inter 2 (piso alto) e Interbairros II (piso baixo).
O “Novo Inter 2” é sistema com cerca de 40 km de itinerário no sentido horário e anti-horário, que a por 28 bairros em uma área que abriga 580 mil moradores. A previsão é de que todas as obras de readequação da infraestrutura do Inter 2 sejam finalizadas em 2025.
Atualmente, Curitiba tem apenas sete ônibus elétricos em operação em duas linhas: seis nas linhas 010-Interbairros I (horário) e 011-Interbairros I (anti-horário) e um na linha 863-Água Verde.
ELÉTRICOS E COM AR-CONDICIONADO NA NOVA CONCESSÃO:
O prefeito eleito, Eduardo Pimentel, que atualmente é vice de Greca e em janeiro de 2025 assume a cadeira de titular do executivo curitibano, também participou do seminário 50 anos do BRT e prometeu que a nova licitação dos transportes da cidade vai exigir ônibus elétricos e com ar-condicionado. Além disso, Pimentel prometeu tarifa de ônibus condizente com a renda dos ageiros.
Pimentel disse, segundo nota da prefeitura, que existem três pontos que devem ser observados no processo de nova concessão.
“O primeiro ponto é consolidar a eletrificação da frota e a descarbonização que faz parte das metas de sustentabilidade de Curitiba. O segundo ponto é reduzir o tempo de percurso com obras de infraestrutura e dar mais conforto ao usuário com ônibus modernos e climatizados. E não menos importante é trabalhar por uma tarifa justa, de acordo com o bolso do trabalhador”.
METAS COM LICITAÇÃO:
Os contratos atuais com as viações foram assinados em 2010 e têm validade de 15 anos, podendo ser prorrogados por mais dez anos, ou seja, vão até 2025, mas poderiam ser estendidos até 2035.
Eduardo Pimentel declarou por diversas vezes durante a companha que não pretende utilizar esta cláusula dos contratos que permitem esta prorrogação.
Como mostrou o Diário do Transporte, após ser eleito, reafirmou a promessa de que não vai prorrogar os contratos, mas as atuais empresas da cidade, se quiserem, poderão participar da concorrência.
Pimentel também prometeu tarifa de R$ 3 aos domingos e feriados.
Relembre:
Em 27 de outubro de 2023, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi contratado por R$ 10 milhões pela gerenciadora dos transportes da capital paranaense, Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), para estruturar o projeto de concessão dos serviços de transporte público.
Entre as metas dos estudos do BNDES sobe o novo modelo de transportes de Curitiba, que já foi considerado referência mundial de mobilidade, mas que agora necessita de aperfeiçoamentos, estão:
– redesenho das linhas de ônibus;
– aumentando a eficiência energética do sistema;
– implantação de uma solução gradual para descarbonizar os veículos da frota, com 33% de ônibus elétricos até 2030 e ter toda a frota eletrificada até 2050, zerando as suas emissões de CO2.
– ampliar o número de ageiros no transporte coletivo, reduzindo o uso do transporte individual. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), o transporte público atualmente é responsável por cerca de 25% das locomoções na cidade. Com a reestruturação, espera-se que, até 2050, os deslocamentos em transporte coletivo e mobilidade ativa (bicicleta ou caminhada) no município cheguem a 85%.;
Atualmente, o sistema de Curitiba transporta aproximadamente 755 mil ageiros por dia em 244 linhas, operando com uma frota de mais 1,1 mil veículos, incluindo ônibus articulados, biarticulados e convencionais. São apenas sete ônibus elétricos em circulação até o momento, seis da marca BYD nas linhas 010-Interbairros I (horário) e 011-Interbairros I (anti-horário) e um Volvo na linha 863-Água Verde.
A Prefeitura de Curitiba anunciou que vai comprar mais 54 veículos com recursos de R$ 380 milhões do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, com previsão para entrar em funcionamento em 2025. Também já foi aprovado, na Câmara Municipal de Curitiba, o projeto para a aquisição de 70 ônibus, com investimento de R$ 317 milhões.
Estes veículos seriam comprados pela prefeitura e reados às viações.
Interbairros I
Os seis ônibus da linha Interbairros I são do modelo D9W, da marca BYD, e têm 13,2 metros, com capacidade para 90 ageiros e autonomia de 250 quilômetros. Os veículos estão em operação desde 15 de julho.
As linhas 010-Interbairros I (horário) e 011-Interbairros I (anti-horário) transportam cerca de 2,5 mil ageiros por dia e percorrem 14 bairros, em trajeto de cerca de 20 quilômetros e 75 minutos. Elas am pelos bairros Centro Cívico, Bom Retiro, Mercês, Bigorrilho, Batel, Água Verde, Rebouças, Parolin, Prado Velho, Jardim Botânico, Alto da XV, Hugo Lange, Alto da Glória e Juvevê.
Água Verde
Com extensão de 13.584 metros (ida e volta) ligando o bairro Água Verde à Praça Tiradentes, a linha 863-Água Verde atende a 900 ageiros em dias úteis. Desde setembro, um ônibus elétrico do modelo Volvo BZL está circulando na linha, com capacidade para 85 ageiros e extensão de 12,6 metros.
BZR COM CARROCERIA CAIO:
Além de um ônibus biarticulado elétrico batizado de Batizado de BZRT – Bus Zero Rapid Transit, com carroceria Caio e-Millennium, e plataforma Volvo, foi apresentada no evento de 50 anos de BRT de Curitiba, nesta quinta-feira, 28 de novembro de 2024 uma unidade do modelo Padron BZR 4×2 para carrocerias de até 13,5 metros com capacidade para 90 ageiros.
O veículo apresentado já estava com o padrão visual do sistema de ônibus de Curitiba.
BZR (piso alto, com degraus) e BZRLE (piso baixo, com rampas)
Na versão piso alto, todos os componentes, inclusive as baterias, ficam abaixo do assoalho. Na de piso baixo, é distribuída entre a traseira e o teto
Propulsão: um ou dois motores de 200kW e 425Nm de torque;
Transmissão: câmbio I-Shift de duas velocidades. Combinação da caixa de duas velocidades em conjunto com os motores elétricos Volvo;
Baterias: quatro a cinco baterias de íon lítio de 90kWh cada, com autonomia entre 250 km e 300 km;
Carrocerias: de até 13,5 m para 90 ageiros, com encarroçamento por empresas brasileiras
Carregamento: tomada CCS2, podendo ser preparado para receber até 250kW de potência de carregamento
BZRT – Bus Zero Rapid Transit:
Propulsão: dois motores elétricos de 200kW cada, totalizando 400kW, o equivalente a 540cv. Motores ficam na parte central
Transmissão: caixa de câmbio automatizada de duas velocidades, baseada na transmissão Volvo I-Shift
Baterias: seis ou oito baterias, somando 720 kWh de capacidade, com autonomia de até 250 km.
Carrocerias: de até 21 m para 180 ageiros na versão articulada e de até 28 m para 250 ageiros, com encarroçamento por empresas brasileiras.
Carregamento: tomada CCS2, podendo ser preparado para receber até 250kW de potência de carregamento
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes