Eletromobilidade

Itália volta a investir em ônibus a gás natural e biometano e vai lançar licitação para compra de 730 veículos 19y6x

São quatro lotes entre micro-ônibus e ônibus de 12 metros. Última concorrência da Consip foi em 2022 e veículos ainda estão sendo fornecidos

ADAMO BAZANI

Enquanto a eletrificação dos ônibus tem sido o termo do momento, na prática, diversos países estão de olho na diversificação de tecnologias de redução de poluentes: elétricos sim, mas sem desprezar outras alternativas.

É o caso da Itália.

A Consip (“Concessionaria Servizi Informativi Pubblici”), empresa estatal italiana que fornece recursos e consultoria para a aquisição de bens e serviços públicos, anunciou nesta semana que vai lançar até 28 de novembro de 2024, uma licitação para a compra de 730 ônibus zero quilômetro movidos a GNC (Gás Natural Comprido)/biometano (gás obtido na decomposição do lixo).

Serão quatro lotes entre micro-ônibus e ônibus de 12 metros, que somam 447 milhões de euros, o equivalente a R$ 2,73 bilhões:

Lote 1: 80 ônibus movidos a GNC (8 metros) divididos entre Classe I e Classe II, avaliados em € 23 milhões – R$ 140,5 milhões

Lote 2: 110 ônibus GNC (10 metros) na Classe I, no valor de € 42 milhões. – R$ 256,4 milhões

Lote 3: 450 ônibus GNC (12 metros), o maior lote, com um valor total de mais de € 182 milhões – R$ 1,11 bilhão

Lote 4: 90 ônibus GNL (12 metros, Classe II) com quase € 39 milhões – R$ 238 milhões.

A licitação segue os recentes acordos da Consip focados em veículos de emissão zero, que resultaram em mais de 1.500 ônibus elétricos e a hidrogênio encomendados por entidades públicas.

A última vez que a Consip licitou ônibus a gás foi em 2022, e as entregas dessa licitação ainda estão em andamento: são 244 ônibus GNC/biometano fornecidos para a agência de trânsito de Roma, ATAC.

PUGLIA TAMBÉM INVESTE EM ÔNIBUS A GÁS:

Em outra compra, a Região de Puglia, ainda na Itália, também priorizou investimentos em ônibus a gás natural e biometano, realocando fundos do Plano Estratégico Nacional para Mobilidade Sustentável (PSNMS).

Foram alocados cerca de € 26 milhões (R$ 158,8 milhões) serão alocados para substituir veículos intermunicipais mais antigos, especialmente aqueles classificados de acordo com os padrões ambientais Euro 2 e Euro 3, que em breve serão eliminados.

Essa realocação reduz a parcela dedicada a ônibus urbanos elétricos de 60% para 30% e aumenta o financiamento para ônibus intermunicipais movidos a metano de 28% para 70%.

Além disso, a Puglia já encomendou 148 ônibus GNC das fabricantes Iveco e Otokar, com financiamentos nacionais e entregas atualmente em andamento.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Santiago disse:

    São Paulo gera milhares de toneladas diárias de resíduos, que por sua vez geram uma enorme quantidade de gases orgânicos que poderiam (e deveriam) servir de combustível para uma grande frota de ônibus hibrido-elétricos movidos a gás.
    São Paulo tem uma das maiores frotas de ônibus do Mundo, e por isso mesmo tem o privilégio de possuir uma escala de demanda que poderia torná-la um grande laboratório para o desenvolvimento e o lançamento de novas tecnologias limpas e mais eficientes. Poderíamos ser uma das grandes referências mundiais nessa área, porém tal oportunidade vêm sendo literalmente jogada fora!

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