HISTÓRIA: Os monoblocos da Itapemirim que “conversavam” 3e6t5j
Publicado em: 22 de setembro de 2024 3p4g3p

Muito antes das tecnologias de telemetria, empresas de ônibus rodoviários de grande porte usavam centrais de rádio para controlar operações de longa distância
ADAMO BAZANI
O monitoramento à distância das operações de transportes e uma rede de comunicação com eficiência são quesitos essenciais para o sucesso de uma prestação de serviços, em especial nos longos trajetos.
Atualmente, com a telemetria e avanço das redes de internet, é possível em tempo real saber dados de forma precisa como velocidade, formas de condução, consumo, condições meteorológicas e de tráfego.
Estas tecnologias são relativamente novas e quase obrigatórias para empresas de transportes de cargas e de ageiros.
Mas bem antes deste avanço das redes de tecnologia da informação, grandes transportadoras já investiam em comunicação à distância que auxiliavam o monitoramento.
E eram centrais de rádio e transceptores os principais meios de comunicação entre ônibus e caminhões nas estradas, métodos até hoje usados pela confiabilidade em determinadas regiões, onde o sinal de internet não é adequado ainda.
Transceptor é um dispositivo que combina um transmissor e um receptor utilizando componentes de circuito comuns para ambas funções num só aparelho.
Grandes empresas transportadoras investiam em centrais de rádio desenvolvidas para a época.
Uma delas foi a Viação Itapemirim, companhia de ônibus interestaduais que foi uma das maiores do País e chegou a cobrir 70% do território nacional.
Com todo este tamanho e em rotas muito longas, com linhas que demoravam vários dias de viagem, não era possível ter uma base operacional próxima da outra em toda a parte. A comunicação por ondas de rádio se fazia essencial.
Um anúncio dos anos da década de 1960, que o Diário do Transporte relembra, mostra esta preocupação da empresa.
A peça de comunicação exibe uma frota de ônibus monoblocos Mercedes-Benz, ainda com a pintura azul e prata (anterior à tradicional bege, branca e amarela; e bem antes da “amarelinha”). Os veículos eram escalados na ligação São Paulo X Vitória e tinham transceptores, como diz a legenda da imagem:
“VITÓRIA-SÃO PAULO: Dez ônibus monoblocos interurbanos (O-321-HL), da Viação Itapemirim S.A., transportam ageiros entre Vitória e São Paulo. Equipados com transceptores SSB, da Indeletron, mantêm contato permanente com as sedes” – dizia o comunicado.
É uma página de tantas outras da vasta história dos transportes, que vai além de modelos de ônibus e caminhão, mas envolve histórias de pessoas, lugares, economia e, também, tecnologia e comunicação, que o Diário do Transporte faz questão de deixar registrada.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
A matéria me fez lembrar também a Viação Cometa dos anos 60-70, ao anunciar o recurso de rádio-transmissores a bordo dos seus ônibus.
Parabéns pela matéria.
Muito interessante mesmo essas recordações da Itapemirim com relação a o ado e presente das comunicações
PARABÉNS ao ADAMO BAZANI por mais uma matéria histórica que remonta a tempos imemoriais.