História

HISTÓRIA: Os monoblocos da Itapemirim que “conversavam” 3e6t5j

Muito antes das tecnologias de telemetria, empresas de ônibus rodoviários de grande porte usavam centrais de rádio para controlar operações de longa distância

ADAMO BAZANI

O monitoramento à distância das operações de transportes e uma rede de comunicação com eficiência são quesitos essenciais para o sucesso de uma prestação de serviços, em especial nos longos trajetos.

Atualmente, com a telemetria e avanço das redes de internet, é possível em tempo real saber dados de forma precisa como velocidade, formas de condução, consumo, condições meteorológicas e de tráfego.

Estas tecnologias são relativamente novas e quase obrigatórias para empresas de transportes de cargas e de ageiros.

Mas bem antes deste avanço das redes de tecnologia da informação, grandes transportadoras já investiam em comunicação à distância que auxiliavam o monitoramento.

E eram centrais de rádio e transceptores os principais meios de comunicação entre ônibus e caminhões nas estradas, métodos até hoje usados pela confiabilidade em determinadas regiões, onde o sinal de internet não é adequado ainda.

Transceptor é um dispositivo que combina um transmissor e um receptor utilizando componentes de circuito comuns para ambas funções num só aparelho.

Grandes empresas transportadoras investiam em centrais de rádio desenvolvidas para a época.

Uma delas foi a Viação Itapemirim, companhia de ônibus interestaduais que foi uma das maiores do País e chegou a cobrir 70% do território nacional.

Com todo este tamanho e em rotas muito longas, com linhas que demoravam vários dias de viagem, não era possível ter uma base operacional próxima da outra em toda a parte. A comunicação por ondas de rádio se fazia essencial.

Um anúncio dos anos da década de 1960, que o Diário do Transporte relembra, mostra esta preocupação da empresa.

A peça de comunicação exibe uma frota de ônibus monoblocos Mercedes-Benz, ainda com a pintura azul e prata (anterior à tradicional bege, branca e amarela; e bem antes da “amarelinha”). Os veículos eram escalados na ligação São Paulo X Vitória e tinham transceptores, como diz a legenda da imagem:

“VITÓRIA-SÃO PAULO: Dez ônibus monoblocos interurbanos (O-321-HL), da Viação Itapemirim S.A., transportam ageiros entre Vitória e São Paulo. Equipados com transceptores SSB, da Indeletron, mantêm contato permanente com as sedes” – dizia o comunicado.

É uma página de tantas outras da vasta história dos transportes, que vai além de modelos de ônibus e caminhão, mas envolve histórias de pessoas, lugares, economia e, também, tecnologia e comunicação, que o Diário do Transporte faz questão de deixar registrada.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. Santiago disse:

    A matéria me fez lembrar também a Viação Cometa dos anos 60-70, ao anunciar o recurso de rádio-transmissores a bordo dos seus ônibus.

  2. MARCELO OURIQUE DA SILVA disse:

    Parabéns pela matéria.

  3. RUBENS DA SILVA disse:

    Muito interessante mesmo essas recordações da Itapemirim com relação a o ado e presente das comunicações

  4. MARIO CUSTODIO disse:

    PARABÉNS ao ADAMO BAZANI por mais uma matéria histórica que remonta a tempos imemoriais.

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