China vende 241,1 mil ônibus no primeiro semestre, 22 vezes mais que o mercado brasileiro 732s3r
Publicado em: 13 de julho de 2024 2s4t4l

Grande parte do total produzido na China é para o mercado externo, proporcionalmente, Brasil exporta bem menos. Vendas de ônibus elétricos na China são substanciais com ¼ do mercado; no Brasil, quase não impactam
ADAMO BAZANI
O Brasil oscila entre a quarta e terceira posições no mercado mundial de ônibus.
Sabidamente, o maior é o da China.
Mas qual é o tamanho do mercado chinês de ônibus? E quais as diferenças de números para o mercado brasileiro?
De acordo com o ChinaBuses Org, publicação especializada no mercado chinês de ônibus, com base nos dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), entre janeiro e junho de 2024, foram vendidos pela China, nada mais nada menos que 241,1 mil ônibus.
O número é simplesmente 21,9 vezes maior que o mercado brasileiro, que no mesmo período, registrou a comercialização de 11.002 ônibus (8860 para o mercado interno e 2142 de exportação). Os dados do Brasil são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Obviamente que não é possível fazer uma comparação direta entre os dois mercados que possuem realidades distintas. Além disso, as duas associações de fabricantes usam metodologias de contabilidade diferentes.
De toda a forma, os números dão uma noção dos tamanhos dos respectivos mercados.
Outro ponto que chama a atenção é a proporcionalidade entre vendas totais e exportações.
O número de ônibus exportados no Brasil entre janeiro e junho (2142) corresponde a cerca de 25% do total de ônibus emplacados para o mercado doméstico.
Já na China, a parcela exportada é maior.
Ainda de acordo com a CAAM, dos 241,1 mil ônibus vendidos na China, 177,4 mil unidades foram para o mercado interno e 63.700 exportados.
E todo este número da China vem em ritmo de crescimento.
Segundo a publicação com base na associação chinesa de fabricantes, entre janeiro e junho de 2024, o crescimento de vendas totais foi de 10,01% em relação ao mesmo período de 2023.
Se for considerar apenas o mercado local, as vendas acumuladas no mercado chinês registraram um aumento de 5,25% de janeiro a junho de 2024 em relação ao primeiro semestre de 2023.
“NOVA ENERGIA”
O ChinaBuses Org com base nos dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM) mostra também o potencial do mercado de ônibus menos poluentes, como elétricos e híbridos.
De janeiro a junho de 2024, a China registrou no mercado interno um total de 43,3 mil ônibus de “nova energia”, como são chamados os modelos que poluem menos.
Este tipo de ônibus representa 24,41% do total de vendas domésticas chinesas de veículos de transporte coletivo.
O total de vendas de ônibus menos com tecnologias alternativas aos motores a diesel registrou no primeiro semestre de 2024 um aumento de 38,57% na comparação com semelhante período de 2023.
Para se ter uma ideia da presença dos ônibus não poluentes na China, segundo a BBC, após cerca de duas décadas de apoio governamental, a China agora ostenta o maior mercado mundial de ônibus elétricos, representando mais de 95% do estoque global. No final de 2022, o Ministério dos Transportes da China anunciou que mais de três quartos (77% ou 542.600) de todos os ônibus urbanos do país eram “veículos de nova energia”, um termo usado pelo governo chinês para incluir veículos elétricos puros, híbridos plug-in e de célula de combustível movidos a combustíveis alternativos, como hidrogênio e metanol. Em 2022, cerca de 84% da frota de ônibus de nova energia era elétrica pura.
No Brasil, os relatórios da Anfavea juntam ônibus e caminhões.
Segundo a associação brasileira, entre janeiro e junho de 2024, foram licenciados 65.144 caminhões e ônibus a diesel, o que representa, 99,3% de todo o mercado nacional. No período, foram licenciados 414 veículos pesados elétricos, segundo a Anfavea, ou seja, 0,6% do mercado. A associação também contabiliza no período, 69 ônibus/caminhões/vans a gás natural, 0,1% do mercado.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Não tem comparação com o Brasil, a China já vende pra vários países.