Eletromobilidade

ENTREVISTA em VÍDEO: Transformar ônibus e caminhão a diesel em elétrico, retrofit, gera economia de 30%. E-Trol também é 30% mais barato e baterias duram até 40% mais 5t6u

Diretora-executiva da Eletra Industrial, Ieda de Oliveira, explica ainda que após desenvolvimento de projeto, é possível converter um veículo em uma semana apenas. Quanto ao E-Trol, outro destaque é que modelo dispensa infraestrutura nas garagens e carrega enquanto está rodando

ADAMO BAZANI

Transformar ônibus e caminhões a diesel usados em elétricos, o chamado retrofit ecológico, além de trazer benefícios ambientais, pode proporcionar ganhos econômicos aos donos de frotas e, no caso do transporte coletivo, resulta em uma redução nos gastos do bolso do cidadão, uma vez que os serviços são custeados pelas tarifas pagas pelos ageiros e, em vários casos, também contam com subsídios (dinheiro público que também precisa ser aplicado em saúde, educação, segurança, moradia e em outras ações para o próprio transporte, como construir corredores e terminais).

Um ônibus ou um caminhão a diesel convertido em tração elétrica é, em média, 30% mais barato que comprar um zero km.

Quem explica é a diretora-executiva da Eletra Industrial, Ieda de Oliveira, em entrevista em vídeo ao Diário do Transporte, Podcast do Transporte e Canal Diário do Transporte no Youtube.

Ieda também falou sobre o E-Trol, um ônibus elétrico que pode funcionar como trólebus conectado a rede aérea e também com baterias sem estar ligado à fiação, alternando estes dois modos.

De acordo com Ieda, o E-Trol também é 30% mais barato e as baterias duram até 40% mais.

Veja alguns tópicos, de acordo com Ieda Oliveira

RETROFIT:

Quanto tempo leva para a mudança de diesel para elétrico? Após o desenvolvimento do projeto, o primeiro veículo (chamado cabeça de série) fica pronto em duas semanas e os demais, em uma semana

Qual o custo? Transformar um ônibus ou um caminhão a diesel em tração elétrica é, em média, 30% mais barato que comprar um zero km elétrico

Ganhos Ambientais Reais: Evita transferir a poluição de um lugar para o outro (afinal, este caminhão ou ônibus a diesel, se fosse vendido como usado, operaria em outro lugar). Anula os impactos ambientais de produção de novos motores, chassis e carrocerias. Evita o descarte irregular de peças usadas, caso o ônibus ou caminhão fosse sucateado completamente (nem todas as peças e componentes acabam ando por reciclagem). Estimula a venda de usados a diesel mais novos, principalmente em caminhões, que no Brasil rodam até a chamada quarta vida, com até 30 anos de fabricação. Se os mais velhos forem convertidos em elétricos, restam os seminovos no mercado apenas.

E-TROL:

Qual o custo? Por depender de bancos de baterias menores (e as baterias estão entre os maiores custos) e por algumas características próprias, é 30% mais barato que um ônibus elétrico somente com bateria (contanto já com as hastes e todo o equipamento de trólebus).

Baterias duram entre 30% a 40% mais: Isso ocorre pela característica de recarga que é mais constante. A bateria descarrega, mas já carrega em movimento enquanto o ônibus está ligado à rede (que fornece energia suficiente para o funcionamento e para carregar as baterias). Em média, um banco de baterias no tipo plug-in (ônibus só a bateria) tem vida útil de oito anos com máxima capacidade de armazenamento de energia. No E-Trol, essa vida útil sobe para mais de 12 anos.

Espalha a recarga pela rede: No caso do BRT-ABC (corredor de ônibus de 18 km entre o ABC Paulista e a capital), onde vão rodar os primeiros 94 veículos E-Trol, nem haverá infraestrutura de carregadores na garagem. Isso também anula o impacto concentrado no consumo de energia no bairro onde ficam as garagens. Estudos da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) mostram que se 50 ônibus elétricos ou mais carregarem as baterias ao mesmo tempo, pode cair energia elétrica nas casas das pessoas, estabelecimentos comerciais e hospitais, em locais onde as redes de distribuição são de baixa tensão. A maior parte das redes dos bairros é de baixa tensão. As recargas podem ocorrer em trechos de rede aérea no caminho e nos terminais.

Não é necessário sair do ônibus para levantar ou baixar a alavanca: Diferentemente dos trólebus mais antigos, nos quais os motoristas tinham de ir à traseira manipular as alavancas, no E-Trol, o acionamento é automático, com o motorista apenas apertando os comandos no de direção.

Dispensa carregadores externos: No tipo plug-in (ônibus só com baterias) é necessário ter uma infraestrutura para carregar as baterias. No E-Trol, o carregador está dentro do ônibus e as baterias são recarregadas enquanto funcionam.

Mais eficiência por quilômetro rodado no caso de não estar conectado à rede aérea: Isso porque, o ciclo de recarga, enquanto funcionava na rede, foi constante. Quando o ônibus rodar sem estar conectado, a bateria estará numa capacidade maior de carga e o rendimento por quilômetro acaba sendo maior.

RETROFIT NO CORREDOR ABD:

Como mostrou o Diário do Transporte, o Corredor ABD, que liga as zonas Sul e Leste da capital paulista, ando por municípios do ABC Paulista, vai receber dez trólebus 0 km.

Além disso, para o sistema do Corredor ABD, operado pela NEXT Mobilidade, 10 ônibus articulados usados a diesel de 18 metros estão sendo convertidos em trólebus, o que vai reduzir as emissões de poluentes no corredor, que tem 33 km de extensão e faz a ligação entre o Jabaquara, na zona Sul, a São Mateus, na zona Leste, ando por Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema.

Os novos veículos, tanto os zero km quanto os diesel que estão sendo transformados em trólebus, vão contar com avisos sonoros e visuais de próxima parada, como do Metrô.

Relembre:

/2024/07/04/video-corredor-abd-vai-receber-dez-trolebus-zero-quilometro-com-maior-capacidade-de-ageiros/

As unidades possuem piso baixo e rampa para ibilidade, ar-condicionado, internet por wi-fi, tomadas USB para carregamento de baterias de celulares, bancos especiais para pessoas com mobilidade reduzida, espaço para cadeira de rodas e cão-guia.

Não é a primeira vez que a fabricante faz este tipo de mudança de tecnologia, chamada no mercado de retrofit ecológico.

Entre 2011 e 2012, a Eletra transformou seis ônibus Busscar Urbanuss Pluss Volvo B 10M a diesel, ano 2001, em trólebus, que receberam os prefixos de 8150 a 8155.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários 72495v

  1. Rodrigo Zika disse:

    A questão é, quais empresas irão arriscar pensando nessa questão? Quase nenhuma.

  2. brunomarquessdoc disse:

    A saudosa CMTC de São Paulo já fazia isso !!! E as demais compainhas estatais municipais de ônibus também já faziam !!!

    Mas por causa da politicagem; do empresariado; do lobby das montadoras; do capitalismo; da igreja católica; igreja evangélica; da polícia militar e das refinadoras de petróleo, isso se acabou.

    A ideia è super excelente !!! O problema é por em prática !!!

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