Tarifa zero nos ônibus de São Caetano do Sul: Saiba como funciona e tire suas principais dúvidas 5h2d29

Gratuidade para todos os ageiros entrou em vigor nesta quarta, 1° de novembro de 2023 nos coletivos municipais da Vipe

ADAMO BAZANI

Nesta quarta-feira, 1º de novembro de 2023, entrou em vigor a tarifa zero para todos os ageiros nos ônibus municipais operados pela empresa Vipe (Viação Padre Eustáquio).

Até esta terça-feira, 31 de outubro de 2023, a tarifa era de R$ 5.

O Diário do Transporte questionou a prefeitura como funciona esta gratuidade.

Veja e tire as principais dúvidas:

Precisa ter cartão do transporte municipal?

Não haverá cartão. Segundo a prefeitura, é só subir no ônibus e seguir viagem.

Só vale para moradores de São Caetano do Sul?

Não. A prefeitura explica que o Tarifa Zero vale para todos os ageiros, independentemente da idade, moradores de São Caetano ou não.

Em quais linhas funciona o Tarifa Zero?

Em todas as municipais operadas pela Vipe (Viação Padre Eustáquio).

Nas linhas intermunicipais da NEXT Mobilidade (EMTU) e nos trens da TM que am na cidade (linha 10/Serviço 710), a tarifa continua sendo cobrada.

Quais dias e horários?

A gratuidade é em todos os dias da semana e em todos os horários.

Há um limite de número de viagens para cada ageiro?

Não há limitação de quantidade de embarques e desembarques por pessoa.

E quem tem crédito já comprado no cartão de transporte da cidade?

De acordo com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Diego Vido Faria, todos os ageiros do sistema que ainda têm créditos em seus cartões serão restituídos. Os detalhes sobre o ressarcimento dos valores ainda serão informados pela VIPE (Viação Padre Eustáquio), concessionária responsável pela operação dos coletivos na cidade.

Quem banca o tarifa-zero em São Caetano do Sul?

Os cofres do município. No decreto que institui a gratuidade são descritas algumas fontes, como multas de trânsito, vendas de créditos de carbono pela cidade e publicidade em ônibus, pontos e terminais.

Quanto vai custar?

Cerca de R$ 2,9 milhões por mês que serão pagos à Vipe pelas operações.

Segundo a prefeitura, já foi colocado no Orçamento de 2024 o custeio do Tarifa Zero. Em média, o programa vai custar R$ 2,9 milhões por mês. Para 2024, a prefeitura separou R$ 35 milhões, o que equivale a 1,44% do orçamento total para 2024, de R$ 2,434 bilhões. A prefeitura ainda diz que o programa será custeado com recursos já previstos no orçamento municipal, como multas de trânsito, exploração de ações publicitárias envolvendo o sistema de transporte e dotações orçamentárias próprias de fontes relacionadas à mobilidade urbana e à sustentabilidade socioambiental.

A frota atual vai dar conta?

Atualmente, a Vipe opera com 48 ônibus. A prefeitura espera que a demanda de ageiros cresça em 50%. A empresa vai colocar entre cinco e sete ônibus a mais dependendo da procura.

No Estado de São Paulo, há mais cidades com gratuidade no transporte coletivo?

Entre os 645 municípios do Estado de São Paulo, 20 contam com a gratuidade todos os da semana e para todos os usuários.

No Estado de São Paulo, São Caetano do Sul é a cidade de maior população conceder o e livre (possui 165.655 habitantes, de acordo com o Censo de 2022).

Além de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, concede e livre ir a cidade de Vargem Grande Paulista, que tem cerca de 54 mil moradores.

Outras cidades na Grande São Paulo possuem gratuidades para todos os ageiros em dias específicos, como Ribeirão Pires, nos ônibus municipais da Suzantur, aos domingos e feriados.

CAPITAL PAULISTA

Já na capital paulista, um sistema que transporta mais de seis milhões de ageiros em 12 mil ônibus por dia, está ainda em andamento o estudo para concluir a viabilidade de um programa de tarifa zero para todos os ageiros.

Como mostrou o Diário do Transporte, no projeto de Orçamento para 2024, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, prevê subsídios de R$ 5,1 bilhões para a operação dos ônibus gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte), já não considerando tarifa zero para todos os ageiros.

O custo total do sistema de ônibus, entre subsídios e o que é arrecadado nas catracas, neste ano é de cerca de R$ 10 bilhões e, estimativas da prefeitura, trabalham com um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões para o ano que vem.

Relembre:

/2023/10/04/orcamento-sem-tarifa-zero-nunes-preve-r-51-bilhoes-em-subsidios-para-onibus-em-2024/

CADUNICO E TARIFA ZERO GRADATIVA:

Vereadores da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo apresentaram em 15 de junho de 2023, o projeto de lei 340/2023, que cria “Vale Transporte Social” na capital paulista para conceder tarifa zero para a população de baixa renda e aos desempregados.

Seria uma forma, segundo os parlamentares, de instituir gradativamente a tarifa zero em toda a cidade, começando pelas pessoas que têm a maior parte da renda comprometida pelos transportes.

Por ser um projeto municipal, a ideia só engloba os ônibus e trólebus gerenciados pela SPTrans (São Paulo Transporte), uma vez que trem, metrô e monotrilho são de responsabilidade do Governo do Estado.

Pela proposta, para ter direito ao benefício, os ageiros devem estar inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou desempregados que estejam na relação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

As pessoas nestas condições vão receber uma cota mensal de 44 viagens. Cada crédito de agem correspondente ao da tarifa pública vigente no sistema de transporte público coletivo por ônibus da Cidade de São Paulo.

Os recursos para cobrir as gratuidades viriam do Orçamento.

Relembre:

/2023/06/17/projeto-que-cria-tarifa-zero-nos-onibus-de-sao-paulo-vinculada-ao-cadunico-e-protocolado-na-camara/

DÚVIDAS SOBRE O TARIFA ZERO NA CIDADE DE SÃO PAULO:

São diversas dúvidas sobre a viabilidade ou não de a cidade de São Paulo ter um programa de tarifa nos ônibus para todos os ageiros, entre as quais:

1 Tarifa zero vai aumentar em quanto a demanda de ageiros dos ônibus?

2 Vai ter de aumentar a frota em quanto?

3 Este aumento de frota vai significar um custo total do sistema maior que os R$ 12 bilhões de hoje em quanto?

4 Mas não é só a frota: a cidade está preparada para receber (de forma eficiente – destaca-se) mais ônibus? – Terá de reformular linhas? Os terminais e corredores de ônibus atuais são suficientes para uma frota maior?

5 Vai ter migração de ageiros do metrô, trem e ônibus metropolitanos se estes não tiverem tarifa zero? Por exemplo, hoje, como Bilhete Único, o ageiro pode pegar o sistema de trilhos e ônibus de forma integrada. Se os ônibus forem de graça e o metrô/trem não, será que as pessoas não vão preferir usar mais linhas de ônibus, mesmo que demore mais, para não pagar o deslocamento.

6 Antes de pensar em tarifa-zero, não seria melhor tornar o sistema de ônibus mais racional (não confundir com meros cortes de linhas) para não se subsidiar a ineficiência?

7 O debate de tarifa zero não está sendo um “colocar a carroça antes dos bois”, deixando para trás questões mais urgentes, como reorganizar as linhas e os serviços, ampliar a tecnologia de gerenciamento e monitoramento e também aumentar a qualidade e dar mais infraestrutura para os ônibus que não fluem porque ficam presos no trânsito e possuem pouca prioridade no espaço urbano pela quantidade de frota e de pessoas atendidas (que vai aumentar com uma eventual tarifa zero)?

8 São Paulo está trocando ônibus a diesel por ônibus elétricos que custam até três vezes mais e necessitam de uma infraestrutura de recarga e distribuição de energia que não existe na cidade. Até a consolidação de uma frota elétrica, isso vai representar um custo muito alto para o sistema vai demandar financiamento só para este fim. Quanto seria este custo e será um dinheiro só para financiar a aquisição, implantação de infraestrutura e operação dos ônibus elétricos?

9 O custo dos terminais a mais necessários para uma demanda e frota maiores terão financiamento próprio ou entram na conta do tarifa-zero?

10 Como será o controle de demanda? Haverá uma bilhetagem específica com cotas mensais (como é dos idosos entre 60 anos e 64 anos) para coibir fraudes e uso irresponsável do sistema de ônibus?

Um grupo de especialistas, que defende a viabilidade da gratuidade para todos os ageiros em São Paulo, é categórico em afirmar que o programa “tarifa zero” deve ser concomitante para ônibus e sistema de trilhos para não haver a migração entre diferentes meios de transporte coletivo.

Os especialistas não só defendem a gratuidade total nos trilhos e nos ônibus municipais da capital paulista (SPTrans), mas também em regiões metropolitanas; o que envolveria no caso de São Paulo, 39 prefeituras e o Governo de São Paulo, não somente com metrô, monotrilho e trem, mas ônibus e trólebus (Corredor ABD), gerenciados pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).

As respostas são assinadas por Lucio Gregori, que foi secretário de transportes na gestão da prefeita da capital paulista Luiza Erundina, além de Mauro Zilbovicius, José Jairo Varoli e Marcia Sandoval Gregori.

Relembre:

/2023/05/17/tarifa-zero-especialistas-defendem-que-gratuidade-seja-em-trilhos-e-onibus-para-nao-haver-migracao-entre-meios-de-transporte-coletivo/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários 72495v

  1. José disse:

    Uma CIDADE cheia de CRAKUDOS E DE GENTE JA VICIADA NESSE OUTRO FLAGELO, HORRENDO, O TAL DE “K9” … Como é a nossa SP/SP e essa divisa nossa, da ZONA NORTE – Jaçanã e Vila Medeiros e Vila Maria – com Guarulhos, KM. 86 E POR AI VAI, DA ROD. FERNÃO DIAS, BR-381… fica MUITO DIFÍCIL impedir, face a uma eventual TARIFA ZERO, que os USUÁRIOS DESSAS DROGAS MUITO MISERAVEIS adentrem aos coletivos e nos assaltem e nos matem !
    Infelizmente, creio que a TARIFA ZERO , em SP/SP, “não vai virar”!
    E os Ônibus Elétricos, cada vez mais uma realidade maravilhosa em SP/SP e os ainda movidos a Diesel – EURO V ou VI, são de um valor elevado! Custam bem caro! E a Prefeitura, Empresas “TRADICIONAIS ” e EX Cooperativas … Não tem como arcar com tantos custos!

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