OUÇA: Marcopolo quer diversificar formas de propulsão e desenvolve Volare híbrido- etanol, além de híbrido a diesel e modelos a gás natural e hidrogênio 6b4q3c
Publicado em: 5 de setembro de 2023 5q4940

Além disso, fabricante aposta na expansão do elétrico Attivi, seja integral ou sobre chassis de outras marcas
ADAMO BAZANI
OUÇA:
A Marcopolo vai, nos próximos meses, apresentar uma série de novidades ao mercado em relação a tecnologias de tração alternativas ao óleo diesel e, de acordo com o diretor de estratégia e transformação digital da empresa, João Paulo Ledur, as ações vão além dos ônibus elétricos, muito embora, estes veículos terão um foco especial.
Entre os coletivos que em breve devem estar circulando para homologação e posterior venda estão os ônibus de pequeno porte da marca Volare com tecnologias híbridas, ou seja, um veículo com dois motores: um elétrico e outro a combustão.
Ledur disse que o modelo diesel + elétrico está mais avançado e já há uma derivação em andamento, um modelo híbrido elétrico + etanol.
Nos dois casos, os motores à combustão geram energia para o motor elétrico que movimenta o ônibus.
O executivo ainda afirmou que estão nos planos da Marcopolo o hidrogênio, o gás natural e o biometano, que popularmente é o gás gerado a partir da decomposição de resíduos.
Como mostrou o Diário do Transporte, a Marcopolo participa desde 2009 de projetos de ônibus a hidrogênio juntamente com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), do Governo de São Paulo, fornecendo as carrocerias com reforço e preparo especial para estes coletivos.
Atualmente, está em vigor um projeto de ônibus a hidrogênio gerado pelo etanol, em parceria entre a EMTU e a USP (Universidade de São Paulo) com os ônibus que chegaram a circular pelo corredor que liga o ABC Paulista à capital (Corredor ABD), como noticiou o Diário do Transporte.
Relembre:
Este projeto não tem relação com o desenvolvimento do híbrido-etanol.
As informações de Ledur foram ditas em evento para investidores nesta terça-feira, 05 de setembro de 2023, com cobertura do Diário do Transporte.
A eletrificação das frotas urbanas e metropolitanas de ônibus marcou parte do evento.
O modelo Attivi é o principal foco para a Marcopolo.
Há duas versões:
– a integral da marca, como a que já recebeu aprovação da planta por parte da SPTrans (São Paulo Transporte) e vai circular em testes na capital paulista. Este modelo começou a operar em testes pela Suzantur, de Santo André, no ABC Paulista.
– a encaroçada sobre chassis de outras marcas, a exemplo da unidade que roda em testes em chassi BYD no sistema de ônibus de Curitiba, e do modelo articulado sobre chassis BYD que roda em São José dos Campos (SP).
Segundo a Marcopolo, a estratégia não é apenas oferecer os ônibus elétricos, mas uma cadeia de serviços ligados à eletrificação, desde o fornecimento de itens mais básicos até tecnologias, como telemetria de gestão energética.
Quanto a isso, a Marcopolo diz que está investindo na chamada “engenharia de softwares” (programas informatizados) e em parcerias com empresas de autopeças e de tecnologia no Brasil e em outros países.
Para a Marcopolo, isso se tornará um diferencial competitivo, uma vez que muitos destes parceiros são de países onde é mais comum a circulação de ônibus elétricos.
O aluguel de frotas de ônibus elétricos em contratos de maior duração também pode abrir oportunidades de negócios na cadeia produtiva e de serviços, com a modernização dos coletivos no meio da vida útil deles.
HISTÓRICO – O HIDROGÊNIO EM ÔNIBUS NO BRASIL:
Foram apresentados em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entre 2009 e 2015, quatro ônibus a hidrogênio, que chegaram a circular pelo Corredor Metropolitano ABD, entre a região do ABC e a capital.
O programa de ônibus a hidrogênio foi criado ainda em 1993, com participação do Ministério das Minas e Energia e recursos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Os veículos estão parados na garagem da concessionária NEXT Mobilidade, na área correspondente ao projeto de hidrogênio da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), gerenciadora, sem continuidade dos estudos.
O projeto Ônibus movido a Célula de Hidrogênio tinha vigência inicial até 31 de março de 2016 e os três veículos mais novos circularam no Corredor ABD até início de junho de 2016.
Na ocasião, a EMTU foi designada para ser a Coordenadora Nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, que entrou com o apoio financeiro do Global Environmental Facility (GEF), além de recursos provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por intermédio do MME. Para o desenvolvimento de todo o projeto foram destinados US$ 16 milhões.
Relembre:
/2017/02/23/emtu-diz-que-projeto-de-onibus-a-hidrogenio-e-vitorioso-e-fala-do-gas-natural/
O primeiro ônibus foi apresentado em 2009 e chegou a transportar ageiros em 2010, como também mostrou o Diário do Transporte na ocasião.
Relembre:
/2010/12/20/onibus-a-hidrogenio-comeca-a-rodar-com-ageiros/
O Diário do Transporte cobriu também a apresentação dos outros três ônibus.
Os veículos foram mostrados em uma cerimônia no dia 15 de junho de 2015, às 10 horas, na época da gestão de Geraldo Alckmin frente ao Governo de São Paulo.
Relembre:
/2015/06/15/emtu-apresenta-mais-tres-onibus-a-hidrogenio-no-abc-paulista/
A reportagem acompanhou as fases de testes.
Relembre:
/2016/03/07/testes-com-ageiros-nos-onibus-a-hidrogenio-do-corredor-abd-vao-ate-o-dia-31-de-marco/
No dia 10 de agosto de 2023, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a USP (Universidade de São Paulo) anunciaram o início de um projeto com ônibus movidos à hidrogênio e a construção de uma estação para ter capacidade de produzir em torno de 5 kg do combustível por hora.
O hidrogênio é obtido a partir do etanol.
O projeto custou em torno de R$ 182 milhões. A estação conta com edifício, instalações e equipamentos.
As células a combustível produzidas pela estação geram eletricidade internamente a partir do hidrogênio.
Os testes envolveram três ônibus, que circularão pelo Campus da USP, na região do Butantã, zona Oeste da capital paulista, e um carro da Toyota que também participa do projeto, juntamente com a Shell, Raízen, Senai e Hytron.
Os ônibus já circularam pelo Corredor Metropolitano ABD, num projeto que não avançou, e foram reformados pela encarroçadora Marcopolo, por meio de um contrato de R$ 671 mil (R$ 671.624,79), como mostrou o Diário do Transporte no dia 11 de abril de 2023.
Relembre:
O governador Tarcísio de Freitas disse, em nota, que devem ser criadas leis e alterada a legislação atual para incentivar a produção de hidrogênio como combustível.
“Vamos estruturar a legislação, marcos regulatórios e fomentar essa produção para que a gente ganhe escala e São Paulo, de fato, seja líder na transição energética que vai diminuir nossa pegada de carbono e dar exemplo de sustentabilidade e economia circular. Estou muito feliz de ser testemunha do esforço, do talento e da criatividade do nosso pesquisador brasileiro, do nosso pesquisador paulista”
Etanol e Hidrogênio:
A USP, o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron am em 1º de setembro de 2022, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de duas plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol.
Serão construídas duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.
Segundo a Universidade, o acordo também contempla a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária, em São Paulo. Com início da operação previsto para o segundo semestre 2023, a estação será um dos primeiros postos a hidrogênio do mundo, diz a USP.
O modelo utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell). A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus.
A tecnologia será desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser (NEA), com e do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Senai Cetiqt.
A Marcopolo foi escolhida para atualizar a carroceria do ônibus movido a hidrogênio obtido do etanol no projeto entre a USP, Raízen e Shell.
Convênio no valor de R$ 671 mil (R$ 671.624,79) entre a encarroçadora e a USP – Universidade de São Paulo (USP/EP, Unidade EMBRAPII Poli USP Powertrain) foi publicado em Diário Oficial do Estado de São Paulo de 11 de abril de 2023.
A ocorreu um dia antes com validade por 12 meses.
O documento prevê a reforma de inicialmente um dos três ônibus modelo Viale a hidrogênio apresentados em 2015 em um projeto entre EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Se der certo, os outros dois ônibus devem ser reformados.
No projeto apresentado anteriormente no Corredor ABD, os veículos dependiam do hidrogênio obtido pelo processo denominado eletrólise que separa o hidrogênio da água.
Estudos iniciais da USP mostram que este procedimento, para a obtenção do combustível pode ser mais caro e mais poluente do que o hidrogênio a partir do etanol.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
A melhor solução e o ônibus movido a hidrogênio com etanol líquido e não em pressão com tanque que duram no máximo 15 anos. Por exemplo a Nissan com reformado interno no veículo sem precisar de extrações de hidrogênio com investimento alto e a Mercedes desistiu do hidrogênio com tanque e foi para o combustível líquido.
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O futuro é o sLH2