Governo Federal libera R$ 787 milhões para Paes pagar renovação de frota do BRT do Rio de Janeiro: prefeito mostrou o primeiro Euro 6 articulado saindo da fábrica 2a4r2p
Publicado em: 9 de agosto de 2023 3i5r4m

Publicação do Ministério das Cidades foi feita nesta quarta-feira (09) e recursos são do FGTS
ADAMO BAZANI
Pesquisa Alexandre Pelegi
O Ministério das Cidades liberou financiamento de R$ 787,3 milhões para a prefeitura do Rio de Janeiro usar no sistema de transportes públicos municipais.
O dinheiro vai ser empregado principalmente para o pagamento de parte da frota nova de ônibus comprada para os corredores do BRT (Bus Rapid Transit) e para reformas de estações e pavimento.
Como mostrou o Diário do Transporte, no sábado, 05 de agosto de 2023, o prefeito Eduardo Paes publicou em suas redes sociais um vídeo que, segundo ele, é do primeiro ônibus articulado para o corredor BRT TransOeste com motorização Euro 6 (tecnologia atual para redução de poluição) saindo da fábrica de carrocerias Marcopolo, em Caxias do Sul (RS), rumo à capital fluminense.
No texto da publicação, Paes mandou um recado ao presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Aí @LulaOficial , o primeiro ônibus para o BRT da Transoeste que você está dando aos cariocas já saindo da fábrica em Caxias do Sul e vindo para o Rio! Obrigado! Eu sabia que você seria mais uma vez um grande parceiro do Rio e sua gente!
Relembre:
De acordo com a publicação em Diário Oficial desta quarta-feira, 09 de agosto de 2023, assinada pelo ministro Jader Barbalho, os R$ 787,6 milhões são provenientes de recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dentro do programa Pró-Transporte (Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana).
O agente financeiro é a CEF (Caixa Econômica Federal).
O Diário do Transporte mostrou que em abril, a Câmara Municipal autorizou a prefeitura a contrair este empréstimo.
Relembre:
Em 08 de março de 2023, por meio de publicação em Diário Oficial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, autorizou a União a ser “fiadora” da cidade do Rio de Janeiro em empréstimos de R$ 1,2 bilhão para melhorias no BRT (Bus Rapid Transit) da cidade.
O dinheiro foi liberado pelo Banco do Brasil.
De acordo com a prefeitura, na ocasião, a verba será usada para pagar a compra dos coletivos feita por meio de licitação e para reforma em pavimento e estações.
O município encampou o BRT do Rio de Janeiro, que era operado por empresas de ônibus da cidade, em fevereiro de 2022, frente ao estado de degradação de frota e da infraestrutura.
A intenção é conceder novamente a operação a empresas privadas, mas com a cidade sendo dona das garagens e dos veículos.
O coletivo do vídeo é do tipo “superarticulado” com chassis Mercedes-Benz, cuja configuração chega a 23 metros de comprimento com capacidade de ageiros em torno de 210 pessoas entre sentadas e em pé em cada veículo.
Em 10 de julho de 2023, Paes tinha já divulgado as primeiras imagens ainda dentro da fabricante.
Relembre:
/2023/07/10/video-paes-divulga-imagem-do-primeiro-onibus-articulado-euro-6-do-brt-do-rio-de-janeiro/
O ônibus faz parte de um lote total de 561 novos ônibus, adquiridos por meio de licitações, como mostrou o Diário do Transporte.
Parte destes veículos, já em operação, foi entregue desde 2022 e ao longo de 2023 e é de tecnologia anterior de redução de poluentes, Euro 5.
A SMTR (Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro) tem neste ano de 2023, o terceiro maior orçamento do poder público, com R$ 2,9 bilhões, ficando atrás somente de Educação (R$ 8,8 bilhões) e Saúde (R$ 7 bilhões).
A maioria dos recursos para os Transportes em 2023 no Rio de Janeiro vai ser empregada para a compra pela prefeitura de novos ônibus para o sistema de BRT (Bus Rapid Transit), que deve receber cerca de R$ 1,4 bilhão.
A bilhetagem já foi concedida e será implantada inicialmente no BRT para em seguida ser instalada nos ônibus comuns.
EURO 6:
Euro 6 é uma norma internacional de redução de poluentes na qual se baseia a fase 8 do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), denominada de P8. O Proconve é de responsabilidade do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para atualizar os motores às exigências internacionais de menores emissões.
No Brasil, o padrão Euro 6, menos poluente, entrou em vigor em janeiro de 2023, com a possibilidade de compra até março dos chassis ainda Euro 5 fabricados até o fim de dezembro.
Os modelos Euro 6 podem ser até 30% mais caros que os veículos de tecnologia anterior. A versão proporciona uma redução de aproximadamente 75% de em NOx (Óxido de Nitrogênio), 70% de Hidrocarbonetos e 50% de material particulado em relação ao Euro 5.
Em média, a redução de emissões é 75% menor do Euro 6 para o Euro 5.
LINHA DO TEMPO:
23 de março de 2021: A prefeitura do Rio de Janeiro inicia o primeiro período de intervenção no BRT, ainda sob responsabilidade das empresas de ônibus. Segundo a prefeitura, diversos problemas justificaram a medida, como frota sucateada e inoperante, quantidade de ônibus em circulação inferior ao contrato e más condições dos coletivos e das estações e terminais.
17 de fevereiro de 2022: A gestão do prefeito Eduardo Paes, com a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, anuncia que a prefeitura assume as operações, frota e estruturas do BRT do Rio de Janeiro, alegando que as empresas não teriam condições de melhorar o sistema, após as renovações dos períodos da intervenção. A CMTC-RIO (Companhia Municipal de Transportes Coletivos do Rio de Janeiro), com o nome fantasia MOBI-Rio, presidida por Cláudia Secin, que foi criada na época da intervenção, ou a operar o BRT do Rio de Janeiro.
31 de março de 2023: A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou licitação para a concessão à iniciativa privada do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) da cidade, dividindo o sistema em três lotes com valores diferentes de outorga. O objetivo é transferir a manutenção, operação e gestão da frota, garagens, terminais e estações para uma a privada, com projeção de obter uma outorga mínima, ou seja, o valor pago pelo concorrente para assumir o serviço de R$ 407 milhões (R$ 407.338.599,00), considerando os três lotes. Somados, os contratos chegam a R$ 6,59 bilhões.
28 de abril de 2023: A prefeitura do Rio de Janeiro publica em Diário Oficial a suspensão da concorrência por tempo indeterminado
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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