Decreto de Nunes amplia em mais de seis vezes áreas de desapropriação de imóveis particulares para implantação do corredor BRT Aricanduva 6z84a

Documento declara de utilidade pública área de 17 mil metros quadrados nos Distritos de Vila Matilde, Aricanduva, Carrão, São Mateus e Cidade Líder; obras do corredor contam com recursos do Banco Mundial

ALEXANDRE PELEGI/ADAMO BAZANI

Em decreto publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, 13 de julho de 2023, o prefeito Ricardo Nunes declarou de utilidade pública, para desapropriação, mais imóveis particulares situados nos Distritos de Vila Matilde, Aricanduva e São Mateus, necessários à implantação do corredor de ônibus BRT Aricanduva.

O documento altera decreto anterior (nº 60587), publicado em 29 de setembro de 2021, aumentando em mais de  seis vezes o total a ser desapropriado, ando o total das áreas de 2.598,75 para 16.733,33 metros quadrados. (Relembre decreto anterior)

As obras do BRT estavam prometidas para ser entregues em 2016.

Como mostrou o Diário do Transporte, o prefeito Ricardo Nunes, em evento no dia 29 de março de 2022, prometeu que as obras iniciariam naquele ano. (Relembre)

O Corredor BRT Aricanduva tem extensão aproximada de 13,6 km, e seu trajeto tem início na intersecção da Avenida Radial Leste com a Avenida Aricanduva, seguindo pelo traçado do Rio Aricanduva e posteriormente pela Avenida Ragueb Chohfi até o Terminal São Mateus, localizado na Praça Felisberto Fernandes da Silva.

O novo projeto viário voltado para o transporte público e mobilidade urbana realizará uma conexão direta entre a Avenida Alcântara Machado (Radial Leste) e o Terminal São Mateus, mais a Zona Leste.

Desta forma o usuário do transporte público terá nas extremidades do corredor a possibilidade de ar o sistema de ônibus e trólebus intermunicipais da EMTU em São Mateus (Metra) e o sistema sobre trilhos com a Linha 15-Prata de monotrilho, Linha 3-Vermelha de metrô e 11-Coral de trens metropolitanos, uma vez que as estações ficam bem próximas.

A expectativa é de beneficiar de forma direta 290 mil ageiros e promover uma diminuição no tempo de viagem.

Para isso, um novo Centro de Controle Operacional deverá ser construído para fazer o gerenciamento do corredor.

Natural dos sistemas de BRT, o ageiro efetuará o pagamento da tarifa na estação de embarque e não no interior do coletivo, também promovendo um ganho de tempo na viagem.

Atualmente, na cidade de São Paulo há apenas um sistema com características de BRT, o Expresso Tiradentes, com oito quilômetros entre o Terminal Sacomã e a Estação-Terminal Mercado, na região do Parque Dom Pedro II, no centro.

De acordo com a SPObras, o projeto do BRT Aricanduva também prevê a construção de uma ciclovia na sua extensão, criando conexões com outras vias exclusivas de bicicletas presentes nas proximidades das pontas do corredor na Radial Leste e na Avenida Sapopemba, junto ao terminal de São Mateus.

RECURSOS DO BIRD

No final de dezembro de 2022 a SPObras, empresa municipal, contratou empresa especializada para atualizar o relatório de avaliação de impacto social e ambiental – AISA das obras do corredor leste Aricanduva, zona Leste da capital. (Relembre)

O objetivo é garantir que o município atenda às exigências do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), bem como as exigências da SVMA (Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente) para a obtenção da licença ambiental de instalação – LAI. Trata-se da Bonin Engenharia e Consultoria Sócio Ambiental Ltda, que por R$ 96.500,00 terá prazo de 90 dias para apresentar os resultados.

Como mostrou o Diário do Transporte, a prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT), informou em abril de 2020 que o BIRD aprovara o empréstimo para a cidade no valor de US$ 97 milhões destinado para a construção do corredor do BRT Aricanduva. (Relembre)

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O equipamento ligará a região de São Mateus, conectando com o monotrilho da linha 15-Prata até o outro extremo junto à Avenida Radial Leste, possibilitando a chegada ao Metrô Carrão. Desta forma, será feita a integração do sistema de ônibus rápidos com a Linha 3-Vermelha, na zona Leste da capital paulista.

A região atendida atualmente abrange mais de 1,1 milhão de pessoas, sendo que 290 mil utilizam linhas de ônibus que partem em direção a estações do Metrô, ando por bairros no entorno da Av. Aricanduva e na região central no Terminal Parque Dom Pedro.

O empréstimo tem garantia do Governo Federal e prazo de 15 anos de amortização, ou seja, quitação desta dívida com pagamentos periódicos em valores pré-fixados.

Parte do dinheiro será destinada também à modernização do Centro de Controle Operacional (CCO) da SPTrans, permitindo uma melhor análise e controle da operação na cidade.

O BRT-Aricanduva será um corredor com estações (paradas) para embarque e desembarque, contará com 14km e tem previsão para atender 300 mil pessoas por dia.

A SMT informou ao Diário do Transporte que ainda haverá a licitação deste corredor. Não há data oficializada para o início e fim das obras.

Veja a nota divulgada na ocasião:

“A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, informa que o Banco Mundial aprovou um empréstimo de US$ 97 milhões para a construção do BRT Aricanduva. O projeto, que prevê 14km de percurso e deverá atender 300 mil ageiros, ainda será licitado.”

Adamo Bazani e Alexandre Pelegi, jornalistas especializados em transportes

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