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EXCLUSIVO/ÁUDIO: Ônibus elétrico da Volvo tem planta aprovada pela SPTrans 135x6g

Declaração foi feita pelo presidente da Volvo Ônibus América Latina, com exclusividade ao Diário do Transporte 4l491f

ADAMO BAZANI/LUANA COUTINHO

O BZL, ônibus elétrico que a Volvo traz para o mercado brasileiro, já tem a planta de layout aprovada pela SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema de linhas municipais da capital paulista.

A informação foi revelada com exclusividade ao Diário do Transporte pelo presidente da Volvo Ônibus América Latina, André Marques, em evento na sede da fabricante em Curitiba (PR), que ocorreu na sexta-feira, 24 de março de 2023.

De acordo com Marques, agora é preciso aguardar a chegada dos veículos físicos no fim deste mês, para que os testes finais de operações sejam feitos.

O executivo disse ainda que os ônibus elétricos serão encarroçados para que o processo de demonstração seja feito nas cidades de São Paulo e Curitiba. Essa é saída adotada pela empresa, para que o impacto da perda do mercado paulistano pela proibição de compra de ônibus a diesel pelas concessionárias seja minimizado, ouça:

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O Diário do Transporte mostrou e 16 de fevereiro de 2023 que a Volvo vai testar seu modelo de ônibus elétrico na capital paulista ainda no segundo semestre deste ano de 2023.

Já estão ocorrendo os diálogos com empresas de ônibus da cidade de São Paulo, inicialmente pelas companhias que já possuem veículos urbanos da marca.

Relembre:

EXCLUSIVO/ENTREVISTA: Volvo confirma que vai apresentar ônibus elétrico para a capital paulista no segundo semestre de 2023

Com zero emissões, o Volvo BZL pode ser equipado com 3 a 5 baterias de lítio níquel cobalto óxido de alumínio (NCA) de 94kWh cada, dependendo da aplicação a que for destinado. O modelo é destinado para carrocerias até 13,2 metros de comprimento.

MERCADO PAULISTANO:

Em 2022, a Volvo conseguiu vendas significativas no mercado paulistano, mas com ônibus a diesel.

Como mostrou o Diário do Transporte, entretanto, desde 17 de outubro de 2022, a SPTrans não permite mais que sejam comprados ônibus movidos a diesel para as linhas municipais, com exceção de micro-ônibus e ônibus midi (micrão), que ainda possuem poucos modelos disponíveis no mercado brasileiro.

Isso significa perda do maior mercado de ônibus na América Latina para as fabricantes que ainda não têm disponíveis modelos elétricos.

A cidade de São Paulo, inclusive, é a aposta da indústria para que os ônibus menos poluentes deslanchem.

SÃO PAULO:

Em 06 de janeiro de 2023, foram publicados no Diário Oficial da cidade de São Paulo os aditamentos aos contratos firmados entre a prefeitura e as viações já com essa nova obrigação.

Relembre:

Empresas de ônibus de São Paulo terão de apresentar cronograma de compra de modelos menos poluentes até 28 de fevereiro

Em 24 de fevereiro de 2023, o superintendente de Engenharia Veicular e Mobilidade Especial da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora do sistema, Simão Saura Neto, disse que as empresas de ônibus da cidade de São Paulo encomendaram até então, 2152 coletivos elétricos para o sistema municipal de linhas.

Segundo o técnico, deste total, 1480 unidades estão previstas para ser entregues ainda neste ano de 2023, mas o mercado teme ainda a falta de insumos e semicondutores na indústria automotiva em todo o mundo.

Entre estes modelos estão veículos do tipo padron, articulado e superaticulado.

O número é inferior à meta de 2,6 mil ônibus elétricos operando até o fim de 2024 como meta anunciada pela prefeitura, mas novas unidades ainda podem ser encomendadas.

Relembre:

EM PRIMEIRA MÃO: Empresas de ônibus da cidade de São Paulo encomendaram 2152 coletivos elétricos, diz SPTrans

No dia 30 de dezembro de 2022, a SPTrans havia divulgado que empresas de ônibus que atendem a cidade de São Paulo já tinham encomendado 1109 coletivos elétricos a bateria.

Como mostrou o Diário do Transporte, desde 17 de outubro de 2022, por meio de uma circular, a SPTrans proibiu a inclusão de ônibus a diesel no sistema, com exceção de micro-ônibus, pouco disponíveis nesta versão.

Relembre:

Empresas de ônibus já encomendaram 1109 coletivos elétricos, diz SPTrans para a capital paulista

A empresa de transportes urbanos que atua na zona Sul da capital paulista, Transwolff, anunciou nesta quinta-feira, 12 de janeiro de 2023, que vai comprar 304 ônibus elétricos no âmbito de uma parceria com a Enel X.

O anúncio foi feito em primeira mão ao Diário do Transporte por volta de 13h00 desta quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Deste total, 100 vão operar neste ano de 2023 (Veja no link detalhes dos veículos)

Segundo a companhia de transporte, é o primeiro resultado da parceria que tinha sido anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes no dia 08 de novembro de 2022.

Relembre:

EM PRIMEIRA MÃO: Em parceria com a Enel X, Transwolff anuncia compra de 304 ônibus elétricos para linhas da zona Sul de São Paulo

Como mostrou o Diário do Transporte na ocasião, a multinacional já participou da implantação de frota de ônibus elétricos em outras cidades da América Latina, como no Chile.

Relembre:

OUÇA: Prefeitura de São Paulo anuncia financiamento para ônibus elétricos na capital paulista por parceria com a Enel; Meta de troca custará R$ 8 bilhões

O Diário do Transporte, em 2018, havia que a Enel X já demonstrava na ocasião interesse em replicar no Brasil modelo semelhante ao chileno de financiamento.

OUÇA: Prefeitura de São Paulo anuncia financiamento para ônibus elétricos na capital paulista por parceria com a Enel; Meta de troca custará R$ 8 bilhões

CORREDORES:

Como mostrou o Diário do Transporte, em 05 de novembro de 2021, durante anúncio de parceria do Estado de São Paulo e da Prefeitura em investimentos em mobilidade, o prefeito Ricardo Nunes e o então governador João Doria disseram que os novos corredores de ônibus da cidade serão servidos apenas por modelos elétricos.

Relembre:

OUÇA: Novos corredores de ônibus de São Paulo serão operados com ônibus elétricos, diz Doria

O Plano de Mobilidade Urbana da Cidade prevê 27 obras que totalizam mais de R$ 5,5 bilhões, entre a implantação de 11 novos corredores de ônibus, o que representa mais de 95 km de novas vias, 30 km de requalificação de corredores já existentes, além da construção de quatro novos terminais.

Relembre:

Prefeitura de São Paulo anuncia BRTs e corredores de ônibus dentro de pacote de mobilidade que soma R$ 5,5 bilhões

Procurada pelo Diário do Transporte, a SPTrans disse por meio de nota que não é a responsável por homologar ou certificar projetos de veículos, mas sim por avaliar, a pedido dos fabricantes, “(…) se as plantas de seus veículos estão em conformidade com as especificações técnicas necessárias para terem liberação para operar na cidade de São Paulo”. No caso da Volvo, “(…) a SPTrans informou à empresa que a planta está de acordo com as regras veiculares vigentes” no município.

Veja a nota na íntegra:

A SPTrans informa que não é o órgão responsável por homologar ou certificar projetos de veículos no país. No entanto, a gestora do transporte público municipal avalia, a pedido dos fabricantes, se as plantas / desenhos de seus veículos estão em conformidade com as especificações técnicas necessárias para terem liberação para operar na cidade de São Paulo. No caso específico da Volvo, um modelo de ônibus foi apresentado e a SPTrans informou à empresa que a planta está de acordo com as regras veiculares vigentes em São Paulo.

CENÁRIO DA INDÚSTRIA (nacional e de outros países):

Apesar de os veículos elétricos também serem impactados pela falta de insumos e equipamentos, como também ocorre com automóveis a combustão, a demanda pelos modelos não poluentes tem aumentado.

No Brasil, já existem opções de produtos em plena atividade, algumas que apresentarão modelos e outras que estão se estabelecendo (por ordem alfabética):

BYD: Indústria de origem chinesa, com planta em Campinas (SP), que fabrica ônibus elétricos de diversos portes: micros, padrons e articulados, além de rodoviários, produzindo as baterias, tecnologia e chassis. Está entre as maiores produtoras mundiais na área de mobilidade elétrica e produz também no Brasil placas de energia solar. Existem diversas cidades que operam com ônibus BYD no Brasil, inclusive São Paulo.

CaetanoBus: A empresa portuguesa CaetanoBus trouxe para testes no sistema de transportes da cidade de São Paulo o chassi e.CC 100 C5845 E.E, 100% elétrico. O modelo recebeu carroceria Caio, de produção brasileira. O e.CC 100 pode ser receber carrocerias de comprimento mínimo de 9.5 metros e máximo de 12.7metros.

Eletra: Indústria 100% nacional, do Grupo ABC/Next Mobilidade, com planta em São Bernardo do Campo (SP). A empresa foi inaugurada oficialmente no dia 22 de agosto de 2000. Faz toda a integração e tecnologia para ônibus elétricos à bateria, trólebus, híbridos (motores elétricos e à combustão no mesmo veículo), Dual Bus (mais de um tipo de tração elétrica em mesmo ônibus, por exemplo: trólebus+baterias ou baterias+híbridos). Não produz os chassis e baterias. O BRT-ABC, entre São Bernardo do Campo e São Paulo, é uma concessão à Next Mobilidade terá ônibus 100% elétricos de 22 metros cada com tecnologia Eletra, chassis Mercedes-Benz e carroceria Caio. A Eletra anunciou em2022 cinco tipos de ônibus elétricos para carrocerias com 10 m, 12,5 m, 12, 8 m ,15 m e 21,5 m. Ainda em 2022, para o BRT-ABC, a Eletra anunciou também o E-Troll, um veículo de 21,5 metros, com chassi Mercedes-Benz, que em parte do trajeto vai operar como trolébus e em outra parte, como ônibus elétrico a bateria. De acordo com presidente da Eletra, Milena Braga Romano, o corredor terá trechos com rede aérea como a dos trolébus. Enquanto estiver operando nesses trechos, o veículo carrega as baterias. Nos trechos sem a rede aérea, o funcionamento é com o banco de baterias já carregado.

Segundo a diretora comercial da Eletra, Ieda Oliveira, entre as vantagens é que não haverá necessidade de carregamento dos ônibus nas garagens, dispensando as caras estruturas de recarga.

Higer: Empresa de origem chinesa que apresentou um modelo elétrico de ônibus padron em novembro de 2022 na capital paulista. O modelo de 12 metros de comprimento está sendo testado e ou por cidades como São Paulo, Rio de Janeiros, Curitiba e São José dos Campos. Diz que trará ao Brasil também vans, ônibus articulados elétricos. Apresentou também um ônibus de fretamento com baterias. Os modelos são monoblocos (chassi, motores e carroceria formando um bloco só).

Marcopolo: Tradicional fabricante de carrocerias de Caxias do Sul (RS), testou em parceria com a empresa Suzantur, operadora de transportes de Santo André (SP), um ônibus 100% elétrico, projeto integral da Marcopolo. O modelo é padron com piso baixo. O veículo circulou sem ageiros entre o Terminal Vila Luzita (bairro populoso de Santo André) e o terminal principal da cidade no centro (Terminal Santo André Oeste). Já homologado, o modelo está sendo comercializado.

Mercedes-Benz: A gigante alemã lançou em 25 de agosto de 2021 o chassi de ônibus elétricos eO500U, de piso baixo, para carrocerias de até 13,2 metros, justamente os padrões de São Paulo. O modelo será produzido em São Bernardo do Campo (SP) e em 2023 já serão vistas as primeiras unidades. A capital paulista é o maior mercado previsto, mas outras cidades devem ter o modelo.  A empresa planeja lançar em breve ônibus articulados e superarticulados.

Volvo: A gigante sueca produz em Curitiba (PR) um modelo de ônibus elétrico híbrido. O ônibus tem um motor a combustão, que gera energia, e o elétrico que atua na maior parte da tração. A tecnologia é híbrida paralela, quando o ônibus está parado, freia e até 20 km/h a atuação é do motor elétrico. A partir de 20 km/h, entra em operação o motor a combustão. Há unidades em circulação em Curitiba, Foz do Iguaçu e Santo André (Suzantur), por exemplo. Em agosto de 2022, a Volvo apresentou seu primeiro chassi de ônibus totalmente elétrico para exibição no Brasil, o BZL. Com zero emissões, o Volvo BZL pode ser equipado com 3 a 5 baterias de lítio níquel cobalto óxido de alumínio (NCA) de 94kWh cada, dependendo da aplicação a que for destinado. Em primeira mão para o Diário do Transporte, em 16 de fevereiro de 2023, o diretor operações de ônibus na América Latina montadora, André Marques, disse que o modelo 100% elétrico da marca será testado na capital paulista no segundo semestre. O modelo de chassi será o BZL, chassis elétricos para veículos de até 13,2 metros de comprimento.

Scania: Não descarta a produção própria de elétricos, mas investe na tecnologia de ônibus a gás natural e biometano. Em 2023, foram intensificados testes pela Eletra Industrial de sua tecnologia para ônibus elétrico num chassi Scania de três eixos para carrocerias de até 15 metros de comprimento.

Volkswagen: Em 2018, a Volkswagen apresentou um modelo de médio porte elétrico, o e-Flex com um sistema pode aliar diferentes formas de recarga e abastecimento para ônibus elétricos. Um pequeno motor à combustão gera energia para o elétrico, sendo um propulsor 1.4 turbinado flex de 150 cv de potência. Em novembro de 2018, a montadora prometeu que o modelo já estaria nas ruas em seis meses, o que não aconteceu. Um ano antes, em 2017, a Volkswagen anunciou que a partir do chassi do caminhão 100% elétrico e-Delivery, desenvolveria um micro-ônibus de 11 toneladas elétrico, o que ainda não se concretizou.

Iveco: Em agosto de 2022, a Iveco apresentou um modelo a gás natural/biometano, o 17.210G, para carrocerias de até 12 metros. O ônibus possui seis cilindros a gás, 80 litros cada um, que oferece autonomia de 250 quilômetros. Foi mostrado, mas não para o mercado nacional, apenas como conceito, ônibus elétrico Iveco E WAY, de 20 toneladas.

O modelo, é um monobloco de 12 metros, piso baixo total, com oito packs de bateria. A autonomia é de 300 quilômetros, aproximadamente.

O elétrico não será comercializado, inicialmente, no Brasil e a Iveco pretende oferecer para o mercado brasileiro chassi elétrico para encarroçamento de fabricantes locais.

 

Vídeo: Test drive chassi Euro 6 Volvo
Imagens: Diário do Transporte

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes e Luana Coutinho para o Diário do Transporte

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