Ícone do site Diário do Transporte

Após enchente, Ipham determina interrupção das escavações em sítio arqueológico encontrado em futura estação da linha 6-Laranja 4f101s

No local, será a estação 14 Bis, no Bixiga 4m576c

ADAMO BAZANI

Técnicos do Ipham (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo, determinaram a interrupção das escavações nos canteiros de obras da futura estação 14 Bis, da linha 6-Laranja, no Bixiga, região central de São Paulo.

A paralisação ocorreu na sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023, e atende a pedido do grupo Mobiliza Saracura Vai-Vai, que se diz preocupado com a integridade do local por causa das chuvas, onde acredita ser um sítio arqueológico que seria correspondente ao Quilombo da Saracura, formado por uma população quilombola que habitava na região. O mesmo terreno também abrigou por anos a sede da escola de samba Vai-Vai.

Como mostrou o Diário do Transporte, na terça-feira, 07 de fevereiro de 2023, o local foi alagado em decorrência das fortes chuvas.

Relembre:

/2023/02/07/video-obra-da-linha-6-onde-foi-encontrado-sitio-arqueologico-e-tomada-por-enchente-em-sao-paulo/

O movimento ainda ingressou com uma ação para que a 8ª Vara Cível da Justiça Federal determine uma perícia para avaliar se a inundação causou algum prejuízo ao trabalho arqueológico.

O Ipham recomenda que as escavações sejam retomadas após o período de chuvas ar.

DADOS DA LINHA:

 LINHA 6 – LARANJA:

Retomada das obras: 06 de outubro de 2020

Previsão de entrega total: outubro de 2025 (em 26/01/23, o governador Tarcísio de Freitas falou que o prazo seria fim de 2025 e início de 206)

Construção e operação em PPP – Parceira Público Privada: Concessionária “Linha Universidade Participações S.A.”, liderada pelo grupo espanhol Acciona

Antigo Consórcio: Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

Extensão: 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central)

Valor do empreendimento: R$ 15 bilhões

Frota: 22 trens

Demanda diária: 630 mil ageiros

Estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim

Prazo de contrato: 19 anos para manutenção e operação.

Integrações: Sistemas de ônibus e linhas 1-Azul do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi, da TM e 8-Diamante, da ViaMobilidade

No dia 07 de julho de 2020 terminou a última prorrogação do processo do contato de caducidade com o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.

O contrato era do Consórcio MOVE São Paulo, responsável pela construção da linha 6 Laranja do Metrô (Vila Brasilândia/São Joaquim).

O MOVE São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, assumiu o contrato de construção em 2015, mas entregou até a paralisação dos serviços, em 02 de setembro de 2016, apenas 15% das obras.

As obras estão paradas desde setembro de 2016 e assim como a atuação da MOVE SP foi controversa, a entrada da Acciona foi marcada por uma novela com ameaça do grupo espanhol não assumir o contrato, contestando valores e condições, tudo isso mesmo depois do anúncio pelo governador João Doria.

O anúncio de que a Acciona assumiria o contrato foi feito em 07 de fevereiro de 2020 pelo governo paulista. Relembre: Linha 6-Laranja do Metrô terá obras retomadas pela Acciona

A linha 6 é uma PPP – Parceria Público Privada prevê a construção, os trens e a operação da linha.

A Acciona, conglomerado espanhol formado por mais de 100 empresas e com sede em Madri, atua no Brasil desde 1996, onde conta com mais de 1500 profissionais em unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.

Deteve por 10 anos a concessão da chamada Rodovia do Aço (BR-393), além de ter participado das obras do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, além de dois lotes do Rodoanel Norte, em São Paulo.

Venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Sair da versão mobile