História

BBF Campinas: As histórias e vidas por trás dos ônibus 5z2un

Evento reuniu dezenas de veículos de transportes coletivos de diversas épocas, mas muito mais que máquinas, histórias de paixão pela mobilidade

ADAMO BAZANI/WILLIAN MOREIRA

Ocorre neste final de semana, 28 e 29 de agosto de 2022, a BBF (BusBrasil Fest) na Pedreira do Chapadão/Praça Ulisses Guimarães (R. Dr. Alcides Carvalho, S/n – Jardim Chapadão), em Campinas, no interior paulista.

A BBF é uma exposição de ônibus antigos e novos que ocorre em São Paulo desde 2001 e já teve edições em Campinas nos anos de 2007, 2008 e 2009.

Neste ano de 2022, a edição conta com surpresas que mostram que transporte de vidas é saudosismo e paixão, mas também inovação e tecnologia. A previsão é de que sejam expostos nos dois dias de evento, entre 80 e 90 ônibus de diferentes épocas. Alguns veículos exibidos no sábado, não estarão no domingo e, alguns no domingo, não estiveram no sábado. O rodízio deve comtemplar em torno de dez ônibus.

Os modelos mais antigos, alguns das primeiras décadas do século ado quando a ordem era ter ônibus simples, fortes e robustos para ajudar a abrir os caminhos do desenvolvimento; dividem no evento espaço com ônibus elétricos, dotados de várias funções computadorizadas e que oferecem itens de ergonomia e conforto para ageiros e motoristas.

Como ocorre em todos estes eventos, os ônibus são as estrelas que se destacam, mas por trás deles, há vidas, histórias e verdadeiros exemplos de paixão pelos transportes.

Enquanto existem ônibus que fazem parte de acervos históricos de grandes empresas, outros são de proprietários particulares, que se desfizeram de bens, se apertaram financeiramente e conseguiram comprar um modelo antigo e restaurar. E alguns destes proprietários sequer trabalharam com ônibus na vida, mas, mesmo como ageiros, têm um carinho muito grande pelos transportes.

Rogério Soria é um destes exemplos que merecem respeito pela paixão.

O serralheiro de Santo André, no ABC Paulista, é um velho conhecido entre os apaixonados por ônibus antigos. Soria teve uma “jardineira” Chevrolet com carroceria Caio Jaraguá ano 1968, um micro-ônibus Caio Carolina III dos anos 1980, um Caio Apache S-S1 (automático) – este mais novo e um Caio Gabriela anos 70, pelo qual se tornou muito conhecido.

Rogerio Soria se desfez destes veículos com o ar do tempo e, nesta edição da BBF Campinas, trouxe uma das grandes novidades do evento, veículo que chamou muito a atenção: um Nielson Diplomata 330/Mercedes-Benz O-355 com a pintura da empresa São Geraldo, que ficou conhecida nacionalmente.

O colecionador conta que a ideia era transformar o ônibus, que era de um amigo e estava parado por 16 anos, em um Viação Garcia, pelo fato de ter na infância andado muito em veículos desta empresa. Metade da pintura já estava feita com a Garcia.

Mas uma informação mudou os planos:

“Na edição de São Paulo da BBF ano 2021, uma pessoa me falou que conhecia meu ônibus por fotos postadas no site Ônibus Brasil e me provou que este veículo pertenceu inicialmente à São Geraldo. Metade da pintura Garcia estava pronta, começamos tudo de novo. O importante neste caso é o resgate histórico” – contou Soria que diz que já “namora” um Diplomata Scania, este sim, para fazer pintura da Garcia.

Outro colecionador que mostrou um veículo de destaque foi o Carlos Alberto, com seu CMA Scania K113, ano 1994, que, inicialmente, pertenceu à Viação Cometa.

Carlos Alberto decidiu fazer algo diferente com seu ônibus. Em vez de manter as cores tradicionais da empresa de ônibus, algo feito por muitos colecionadores para manter a história, escolheu a cor bordô e transformou a parte interna em algo luxuoso.

O veículo ou a ter dois salões internamente. Na parte da frente, sofisticadas poltronas de couro leito, com detalhes cinza. Na área interna traseira, uma verdadeira sala de estar, com sofás, geladeira, sanitário e outros itens de conveniência. O veículo possui carpete vermelho.

“Quando comprei este ônibus do ‘seu’ Paulo, o veículo era de cor prata. Comecei a fazer pesquisas para tentar fazer algo diferenciado. Este ônibus é excelente, vou com ele para todos os lugares. Na frente são 16 lugares nas poltronas, atrás são sofás que se transformam em cama. Há também três televisores, pia, armários, banheiro reformado. Basicamente ficou uma casa que dá pra ir pra qualquer lugar. O nome Val ao lado é uma homenagem à minha esposa” – disse.

Também marcou presença no evento o monobloco Mercedes-Benz O-371 R de José Osmar Alves, da Josmar Tur.

“Este ônibus está comigo há 20 anos, sou o segundo dono dele. Tudo que tenho devo a este veículo. Tive sete unidades deste modelo. É que pelas normas, não posso rodar mais com ele em transportes, mas este ônibus tem fôlego de sobra ainda” – disse.

Um dos organizadores da BBF, Juverci de Melo, lembrou que a edição deste ano de 2022 é uma homenagem ao empresário Antônio Augusto Gomes dos Santos (in memorian), que por décadas esteve à frente da Viação Caprioli, empresa que foi tradicional na região de Campinas e reuniu um dos acervos mais variados de ônibus antigos.

Parte deste acervo estava no evento.

Juverci disse que os planos é levar a BBF para além do Estado de São Paulo.

“Já estamos em negociação, o próximo local será uma surpresa. Mas a ideia será homenagear sempre um pioneiro do setor. E vamos homenagear um pioneiro que inclusive está vivo. Homenageamos ainda em vida o senhor Antônio Augusto em 2008 e hoje prestamos este tributo in memoriam” – explica.

Veja alguns dos modelos expostos:


Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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Comentários

Comentários 72495v

  1. Osvair Claudinei mauro disse:

    Esses ônibus fizeram história aqui em Campinas quem viveu um dia eando vai lembrar deles.

  2. joao batista de morais disse:

    Parabéns, muito bacana voltar ao ado,fui motorista de turismo hoje não existe mais bate e volta na antiga praia grande kkkkk

  3. Luiz Carlos Ambrozi disse:

    Faltou um dos anos 20 que era da empresa Expresso de Prata e fica na garagem na cidade de Botucatu. O chefe da garagem se chama Sr José Gardim. Fazia linha Botucatu/Bauru e vice-versa.

  4. Nelson Inácio disse:

    Quando vem para São Paulo

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