Prefeitura de SP cria Grupo de Trabalho destinado à compra de ônibus elétricos para o transporte coletivo da capital la2y
Publicado em: 19 de agosto de 2022 1o5o2e

Composto por diferentes secretarias, objetivo é executar Programa de Metas 2021/2024 que determina ao menos 20% de ônibus elétricos na frota que opera na cidade
ALEXANDRE PELEGI
A prefeitura de São Paulo, por meio de portaria do Secretário do Governo Municipal, Rubens Rizek Jr, decidiu instituir um grupo composto por representantes de diversas secretarias para “monitorar o programa de Eletrificação da frota dos ônibus do sistema de transporte coletivo da capital”.
O chamado Grupo de Trabalho Intersecretarial – GTI terá prazo de 45 dias para finalizar e apresentar um relatório sobre o tema.
Sua missão, na prática, será “realizar estudos e discussões com o objetivo de elaborar documentos técnicos, roteiro de providências istrativas, e minutas de atos normativos visando a *aquisição de ônibus elétricos pela Prefeitura*”.
O GTI será composto pelas seguintes representações da máquina istrativa:
I – Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana – SETRAM, a quem foi atribuída a coordenação dos trabalhos;
II – Secretaria Municipal da Fazenda – SF
III – Secretaria Municipal de Relações Internacionais – SMRI;
IV – Secretaria do Governo Municipal – SGM;
V – Secretaria Executiva de Planejamento e Entregas Prioritárias – SEPEP;
VI – Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas – SECLIMA.
Nas considerações da portaria, a prefeitura levou em conta o disposto no “Plano de Ação Climática – PlanClima SP que aponta estratégias de mitigação de emissões de gases de efeito estufa e de adaptação aos impactos da mudança do clima”.
A Portaria cita também que o Município adotou a Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), proposta pela ONU, “tornando-a diretriz obrigatória de todas as políticas públicas do Município de São Paulo”
O texto considera ainda a necessidade de todas as políticas setoriais do Município de São Paulo começarem a internalizar ações de redução expressiva de emissões de gases de efeito estufa, e também ações de adaptação aos impactos da mudança do clima em seu planejamento, operação e quadro normativo.
Por fim, ressalta o Programa de Metas 2021/2024 que exige que ao menos 20% da frota de ônibus seja composta por carros elétricos. Ou seja, até o fim de 2024, devem estar circulando na cidade em torno de 2,6 mil ônibus elétricos.
VENDAS ATÉ AGORA
Na Lat.Bus, importante Feira de transporte público realizada de 09 a 11 de agosto deste ano, a Mercedes-Benz estimou a entrega de 1 mil ônibus elétricos para o transporte público da cidade até 2023.
Trata-se do modelo eO500U, com autonomia de 250 km e alimentado por quatro pacotes de bateria.
De confirmado até o momento, no entanto, está a venda até o início de 2023 de 100 unidades do elétrico eO500U já devem ter sido entregues para o sistema municipal de transportes gerenciado pela SPTrans (São Paulo Transporte).
“Já temos 100 encomendas programadas para entrega entre o final de 2022 e início de 2023. Com o lançamento do ônibus elétrico, a Mercedes-Benz traz uma contribuição muito importante para a qualidade do ar e a preservação do meio ambiente. Esses benefícios serão especialmente notados no transporte urbano de ageiros e nas cidades, que poderão desfrutar de um ar mais limpo”, disse, em nota, o vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Roberto Leoncini.
O Diário do Transporte já havia noticiado a expectativa de venda deste volume inicial com as entregas previstas para a Viação Metrópole Paulista, que opera linhas a partir das zonas Leste e Sul da cidade.
Com essa entrega, finalmente a cidade começa a receber por meio de uma compra de maior volume os veículos menos poluentes que atendem a Lei de Mudanças Climáticas, que prevê reduções de emissões de forma gradativa.
Atualmente, de acordo com os indicadores da SPTrans, a cidade de São Paulo tem uma frota contratada de cerca de 13,5 mil ônibus de diferentes portes.
Apenas 219 não são poluentes na operação, ou seja, menos de 2%; sendo 18 elétricos à bateria, operados pela Transwolff na zona Sul; e 201 trólebus (conectados à rede área), da Ambiental Transportes (Consórcio TransVida), que ligam a zona leste ao centro e parte das zonas Oeste e Sudeste.
Segundo a prefeitura, o programa de metas prevê que 20% da frota seja composta por ônibus elétricos até o fim de 2024, como parte das ações municipais para cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a redução da emissão de gás carbônico fóssil em 50% até 2028 e a erradicação deste tipo de poluente até 2038, quando nenhum ônibus deve emitir gás carbônico.
Ou seja, até o fim de 2024, devem estar circulando na cidade, em torno de 2,6 mil ônibus elétricos.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
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