Proposta faz parte do plano de mobilidade que prevê ainda mais micro-ônibus e um miniterminal municipal para o BRT-ABC; prefeitura quer ônibus de piso-baixo e elétricos
ADAMO BAZANI
Quem anda de ônibus em Santo André deve se preparar para, nos próximos meses, ter uma grande mudança nas linhas municipais.
Durante audiência pública do Plano de Mobilidade, na noite desta quarta-feira, 17 de agosto de 2022, a prefeitura declarou que, em curto prazo, pretende reduzir o trajeto de ao menos 37 linhas. A previsão exata ainda vai ser definida.
A maior parte destas ligações unem diferentes bairros ando pelo centro.
A ideia é que as linhas saiam dos bairros de maior demanda e parem no centro.
Caso o ageiro precise seguir para outro bairro, por meio do Bilhete Único Andreense, deve pegar outro ônibus sem pagamento de tarifa.
Se uma linha bairro a bairro via centro tiver alta demanda nas duas pontas, ela pode ser transformada em duas.
Um exemplo é a linha B11, que hoje liga o Bairro Paraíso à Vila Guiomar. Ela vai ser transformada em duas linhas, uma entre o Paraíso e o Centro e a outra, entre o Centro e a Vila Guiomar.
Já a linha T15, hoje estação Mário Covas até a Estação de Santo André, só vai virar Jardim do Estádio/Centro, reduzindo significativamente sua área de atendimento.
Outras 11 linhas terão pontos iniciais e finais mantidos, mas vão ter os trajetos alterados.
A proposta ainda inclui a criação de duas novas linhas:
– Terminal Vila Luzita/Hospital Mário Covas
– Terminal Vila Luzita/Taioca/Fundação
As linhas também devem sofrer alterações por causa da implantação do BRT ABC (Bus Rapid Transit) e da linha 20-Rosa de Metrô.
Essas alterações serão de médio prazo no caso para o BRT ABC, que é prometido para 2023, e de longo prazo para a linha 20 Rosa, sem uma data definida de fato.
Para o BRT-ABC deve ser criado um miniterminal municipal junto à estação Abraão Ribeiro.
Haverá também mudanças em linhas por causa da construção da estação Pirelli da TM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
De acordo com a apresentação, em curto e médio prazos, em razão de mais linhas menores e da queda de demanda de ageiros, a quantidade de micro-ônibus e micrões deve aumentar.
A prefeitura diz ainda que deve conversar com as empresas de ônibus quanto à necessidade de trocar 40% da frota, que é mais antiga.
Em longo prazo, proposta é exigir nas linhas de maior demanda ônibus de piso-baixo e elétricos.
Veja mais em:
*Prefeitura de Santo André vai propor eliminação de linhas intermunicipais da EMTU que concorrem com ônibus municipais*
_Pela proposta, linhas de Ribeirão Pires e Mauá não iriam mais para o Sacomã e São Caetano do Sul, parando na TM e linhas entre Santo André e São Bernardo do Campo seriam descartadas na cidade_
*ADAMO BAZANI*
As gratuidades da bilhetagem deixarão de ter a tecnologia digital. Hoje, o ageiro precisa colocar o dedo no validador da catraca para a liberação, mas este sistema dá muita falha. A tecnologia facial, ou seja, câmeras para captar o rosto do ageiro é a mais provável.
Outra proposta é aumentar o número de pequenos terminais por causa da necessidade de o ageiro fazer mais integrações.
São também previstos tratamentos viários em 16 rotas para priorizar a circulação dos ônibus, mas não significa que em todos estes pontos haverá corredores.
A prefeitura ainda quer procurar outras fontes de financiamento para bancar os custos dos ônibus revendo os modelos de concessão com mecanismos para que as empresas ampliem a qualidade e, consequentemente, a demanda.
O plano agora vai analisar as sugestões dos moradores para ser finalizado.
Veja algumas das apresentações:
PROMESSA DO PREFEITO GILVAN JÚNIOR
O Diário do Transporte noticiou que o prefeito de Santo André, no ABC Paulista, Gilvan Junior, e o secretário de Mobilidade Urbana do município, Almir Cicote, prometeram que a licitação do sistema tronco-alimentado de Vila Luzita, emperrada desde 2016, será lançada ainda neste primeiro semestre de 2025, bem como, até o fim do ano de 2025, a concretização da Linha da Saúde Bairro Paraíso – Hospital Mário Covas / região da Vila Luzita, via CHSA – Centro Hospitalar de Santo André (Hospital Municipal), Vila Assunção .
Relembre:
LINHA DA SAÚDE, DO EMPREGO E DA CULTURA/EDUCAÇÃO:
A reportagem do Diário Transporte mostrou, inclusive, que houve até um abaixo-assinado de moradores pedindo a ligação entre o Hospital Mário Covas e a região da Vila Luzita, Guarará e Vila Rica, que seria chamada de Linha da Saúde por conectar estabelecimentos de saúde no município, como Hospitais Mário Covas, Brasil, Christóvão da Gama, Policlínica Paraíso e UPAS da Perimetral e Vila Luzita. A região do bairro Paraíso, onde fica o Hospital Mário Covas, também é polo de empregos em Santo André, com o Shopping ABC, academias, clínicas, hipermercados e cultural-educacional, com o Parque do Conhecimento Sabina, universidades privadas e o Parque Central, onde são realizados shows e espetáculos.
Num único itinerário e somente com um ônibus, facilitando o deslocamento, já que os moradores não precisariam ficar trocando de transporte ao longo do caminho, o serviço interligaria alguns dos principais equipamentos de saúde públicos e privados de Santo André, como Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vila Luzita, UPA Perimetral, CHSA – Centro Hospitalar de Santo André (Hospital Municipal), Hospital Christóvão da Gama, Casa da Esperança, Policlínica Municipal Paraíso, Hospital Brasil, Hospital Estadual Mário Covas.
Abaixo-assinado.
PLANO DE MOBILIDADE:
Como mostrou o Diário do Transporte, chamado de linha da Saúde por interligar hospitais públicos e particulares, policlínica e AMEs, o serviço faz parte do projeto de mobilidade de Santo André apresentado em 2022, mas que ainda não saiu do papel.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes