Movimentos querem preservação do local e mudança de nome de estação; Acciona diz que criou “plano de resgate” 42305c
ADAMO BAZANI
Grupos ligados a matrizes africanas e à preservação cultural e histórica fizeram neste sábado, 02 de julho de 2022, uma manifestação em frente às obras da futura estação 14 Bis da linha 6- de metrô de São Paulo.
No local foi descoberto um sítio arqueológico que seria correspondente ao Quilombo da Saracura, formado por uma população quilombola que habitava na região.
Além disso, por décadas, o terreno onde vai funcionar a estação metroviária veio a abrigar a Escola de Samba Vai-Vai, que deixou o local há pouco tempo para o início das obras.
Movimentos como Bixiga é Solo Preto, Ilú Obá De Min, Embaixada do Samba, entre outros, reuniram em torno de 200 pessoas.
Os grupos querem a preservação do sítio arqueológico e a mudança do nome da estação da 14 Bis para estação Saracura/Vai-Vai
O Diário do Transporte mostrou que o sítio arqueológico foi descoberto em abril durante as escavações para a linha metroferroviária.
Relembre:
A Acciona, responsável pelas obras, informou ao Diário do Transporte que o cronograma de entrega da linha não vai atrasar por causa da descoberta e que fará um “plano de resgate” especial no canteiro de obra.
Relembre:
LINHA 6 – LARANJA:
Retomada das obras: 06 de outubro de 2020
Previsão de entrega total: outubro de 2025
Construção e operação em PPP – Parceira Público Privada: Concessionária “Linha Universidade Participações S.A.”, liderada pelo grupo espanhol Acciona
Antigo Consórcio: Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
Extensão: 15,3 km de extensão, entre a Vila Brasilândia (zona Noroeste) a Estação São Joaquim (região central)
Valor do empreendimento: R$ 15 bilhões
Frota: 22 trens
Demanda diária: 630 mil ageiros
Estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompeia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica, Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim
Ônibus: Haverá conexões com ônibus municipais (SPTrans) e metropolitanos (EMTU)
Prazo de contrato: 19 anos para manutenção e operação.
Tempo de percurso em toda a linha: 23 minutos
Integrações: Sistemas de ônibus e linhas 1-Azul do Metrô, 4-Amarela operada pela concessionária ViaQuatro e 7-Rubi e 8-Diamante, ambas da TM
No dia 07 de julho de 2020 terminou a última prorrogação do processo do contato de caducidade com o Consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC.
O contrato era do Consórcio MOVE São Paulo, responsável pela construção da linha 6 Laranja do Metrô (Vila Brasilândia/São Joaquim).
O MOVE São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, assumiu o contrato de construção em 2015, mas entregou até a paralisação dos serviços, em 02 de setembro de 2016, apenas 15% das obras.
As obras estão paradas desde setembro de 2016 e assim como a atuação da MOVE SP foi controversa, a entrada da Acciona foi marcada por uma novela com ameaça do grupo espanhol não assumir o contrato, contestando valores e condições, tudo isso mesmo depois do anúncio pelo governador João Doria.
O anúncio de que a Acciona assumiria o contrato foi feito em 07 de fevereiro de 2020 pelo governo paulista. Relembre: Linha 6-Laranja do Metrô terá obras retomadas pela Acciona
A linha 6 é uma PPP – Parceria Público Privada prevê a construção, os trens e a operação da linha.
A Acciona, conglomerado espanhol formado por mais de 100 empresas e com sede em Madri, atua no Brasil desde 1996, onde conta com mais de 1500 profissionais em unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco.
Deteve por 10 anos a concessão da chamada Rodovia do Aço (BR-393), além de ter participado das obras do Porto do Açu, no Rio de Janeiro, além de dois lotes do Rodoanel Norte, em São Paulo.
Venceu licitações para a construção de linhas e estações de metrô em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes