Setor Metroferroviário registra pequenos avanços em 2021 6d602e

Publicado em: 24 de fevereiro de 2022 2b3r71

Balanço divulgado nesta quinta (24) pela ANPTrilhos mostra que demanda de ageiros cresceu apenas 4,8%

ALEXANDRE PELEGI

Os sistemas de metrô, trem urbano e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do país registraram avanços modestos em 2021 quando os resultados são comparados ao ano anterior.

A ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de ageiros sobre Trilhos) divulgou nesta quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022, o Balanço do Setor Metroferroviário Brasileiro 2021-2022.

Pelo relatório, que faz um apanhado dos principais resultados dos modos de transporte metroferroviários brasileiros, pode-se ver que 2021 ainda se ressentiu dos efeitos do impacto da pandemia de Covid-19.

A demanda de ageiros, por exemplo, cresceu apenas 4,8% em relação ao ano anterior. Na expansão do sistema, foram inaugurados somente 2 km de via e 2 novas estações (João Dias e Mendes-Vila-Natal, na Linha 9-Esmeralda do trem metropolitano de São Paulo).

Metrô, trem urbano e VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos) transportaram juntos 1,8 bilhões de ageiros no ano ado, volume -44,1% menor do que era transportado antes da pandemia.

Para a Diretora Executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi, o ano de 2021 foi um ano de muita apreensão e incerteza para setor metroferroviário brasileiro, que segundo ela permanece fortemente impactado com a crise gerada pela Covid-19. “Infelizmente, o cenário ainda é instável e não há expectativa de retomada neste ano da demanda de ageiros que registrávamos antes da pandemia”, disse Marchesi.

Por outro lado, os índices dos sistemas de transporte sobre trilhos apresentaram performance positiva das operações: 99,9% de confiabilidade e 97,6% de regularidade na prestação de serviços em 2021.

Marchesi ressalta que o transporte público sobre trilhos apresenta os melhores indicadores de mobilidade do Brasil, tanto em termos de viagens programadas realizadas, quanto de cumprimento de horários previstos. “No ano ado, o setor proporcionou a redução de 1 bilhão de horas em deslocamentos, o que representa para o ageiro uma economia média de 33,4 minutos por deslocamento realizado”, explica a Diretora-Executiva da ANPTrilhos.

Do ponto vista socioambiental viajar sobre trilhos é positivo para a sociedade. O Balanço estima em R$ 8 bilhões a economia com a retirada de veículos das ruas, com a redução de 1,6 milhões de toneladas na emissão de poluentes na atmosfera.

Outra economia substantiva é quanto aos custos dos acidentes, de R$ 296 milhões. Com menos trânsito nas ruas das cidades, melhor o trânsito.

Como a maioria do transporte metroferroviário é movida por eletricidade, o país deixa de gastar 847 milhões de litros de combustível fóssil.

Para o cidadão, a estimativa é que o transporte sobre trilhos promove redução de 1 bilhão de horas em deslocamentos.

PERSPECTIVAS

Com 1.105 km de extensão, 47 Linhas, 619 estações e 5.196 carros de ageiros, o setor de transporte de ageiros sobre trilhos estima acrescer mais 124 km na rede de atendimento à população, com as 12 obras em andamento nos Estados de São Paulo, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte.

Como destaque, estão previstos 7,2 km e 5 novas estações de acréscimo à rede metroferroviária brasileira em 2022, com as entregas previstas do Ramal Aeroporto do VLT Parangaba-Mucuripe, em Fortaleza (CE); da Linha 9 – Esmeralda, em São Paulo (SP); e da Linha Branca, em Natal (RN).

“Os projetos continuam avançando e o setor está otimista, principalmente, com as Parcerias Público-Privadas (PPP), que, através dos investimentos previstos, trarão um novo fôlego para a indústria nacional, contribuindo para a expansão e qualificação dos serviços atualmente prestados”, explica a Diretora da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.

AGEIRO

De acordo com o Balanço da ANPTrilhos a maioria dos ageiros que utilizam os sistemas em todo o Brasil o faz para o ao trabalho. Trocando em miúdos, são 71,3% do total.

Nesse universo, ainda de acordo com o Balanço, 50,4% são mulheres e 49,6% homens.

Cerca de 40% dos ageiros têm idade entre 25 e 34 anos, e 44% têm Ensino Médio Completo.

Todos os dados sobre o transporte de ageiros sobre trilhos estão disponíveis no Balanço do Setor Metroferroviário Brasileiro 2021-2022.

e neste link o documento completo.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes