Com agravamento da poluição do ar, OMS revê diretrizes globais de Qualidade do Ar 12p6z

Publicado em: 23 de setembro de 2021 1d3k3o

Novos parâmetros trazem limites mais rígidos para os principais poluentes atmosféricos, responsáveis por 7 milhões de mortes prematuras por ano principalmente nos países pobres

ALEXANDRE PELEGI

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu nessa terça-feira, Dia Mundial sem Carro – 22 de setembro de 2021 –, novas Diretrizes Globais de Qualidade do Ar (AQG, na sigla em inglês).

Trata-se da primeira atualização das diretrizes da OMS para a qualidade do ar desde 2005.

O motivo é que a poluição atmosférica se tornou nos últimos tempos uma das maiores ameaças ambientais à saúde humana, juntamente com a mudança do clima.

Melhorar a qualidade do ar pode ajudar os esforços de mitigação da mudança do clima, enquanto a redução das emissões, por sua vez, melhorará a qualidade do ar.

As novas diretrizes trazem limites mais rígidos para os principais poluentes atmosféricos, como partículas transportadas pelo ar, responsáveis por 7 milhões de mortes prematuras por ano, principalmente nos países pobres.

Elas fornecem evidências claras dos danos que a poluição do ar impõe à saúde humana, em concentrações ainda mais baixas do que se acreditava.

Em suma, as diretrizes recomendam novos valores-guia de qualidade do ar para proteger a saúde das populações, através da redução dos níveis dos principais poluentes atmosféricos, alguns dos quais também contribuem para a mudança do clima.

Desde a última atualização global, realizada em 2005, detectou-se um crescimento acentuado das evidências que mostram como a poluição do ar afeta diferentes aspectos da saúde.

Para combater esse estado de coisas, a OMS ajustou para baixo quase todos os valores-guia de qualidade do ar, com um alerta de que aderir a estes novos níveis de qualidade do ar poderá salvar milhões de vidas.

A carga de doenças atribuíveis à poluição do ar se coloca hoje no mesmo nível de outros grandes riscos globais à saúde, como dieta inadequada e tabagismo.

Nas novas diretrizes da OMS, são recomendados níveis de qualidade do ar para 6 poluentes, os chamados clássicos: partículas inaláveis ou material particulado fino (MP), ozônio (O₃), dióxido de nitrogênio (NO₂), dióxido de enxofre (SO₂) e monóxido de carbono (CO).

Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a poluição do ar é uma ameaça à saúde em todos os países, “mas atinge com mais força as pessoas em países de renda baixa e média”.

“As novas Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS são uma ferramenta prática e baseada em evidências para melhorar a qualidade do ar do qual toda a vida depende. Chamo todos os países e todos aqueles que lutam para proteger nosso meio ambiente a colocá-las em prática para diminuir o sofrimento e salvar vidas”, disse o diretor-geral da OMS.

O objetivo da diretriz é que todos os países atinjam os níveis de qualidade do ar recomendados.

Para facilitar a tarefa para muitos países e regiões que enfrentam níveis elevados de poluição do ar, a OMS propôs metas intermediárias para facilitar a melhoria gradual da qualidade do ar e, assim, obter benefícios graduais, porém significativos para a saúde da população.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes