Milhares de pessoas protestam na Alemanha contra o Salão Internacional do Automóvel (IAA) e pedem prioridade ao transporte público, pedestres e bicicletas 592l6v
Publicado em: 11 de setembro de 2021 1t63t

Ambientalistas expressaram rejeição à política de mobilidade dominada por carros, e denunciaram a indústria de falsear a defesa do meio ambiente e não lutar contra as mudanças climáticas
ALEXANDRE PELEGI
Um grupo de cerca de 25 mil pessoas protestou neste sábado, 11 de setembro de 2021, em Munique, sul da Alemanha, contra o Salão Internacional do Automóvel (IAA).
Com o nome IAA Mobility, é considerado o maior evento mundial na área. Grandes montadoras alemãs como BMW, Daimler e Volkswagen estão exibindo novos modelos, mas scooters elétricas e veículos autônomos também estão em exibição.
O protesto, em forma de marcha, foi realizado por organizações ambientais como Greenpeace e outras, além da Associação Alemã de Ciclismo (ADFC).
O mote da mobilização foi a rejeição à “política de mobilidade urbana dominada por carros”. As pessoas portavam cartazes pedindo mais atenção das políticas públicas para pedestres, ciclistas e transporte público.
A manifestação transcorreu sem incidentes neste sábado, apesar da forte presença policial. Isso porque ontem (10) houve tumultos em protesto semelhante diante do principal evento da indústria automotiva alemã e mundial, desta vez realizado fora de sua sede oficial, a cidade de Frankfurt, onde é tradicionalmente organizado.
Com um foco mais forte em mobilidade e eletrificação, o evento reúne desde 07 de setembro as principais montadoras mundiais, que trazem suas novidades para o mercado local e global.
Para os ambientalistas, no entanto, o apelo por eletrificação é uma falsa política de marketing da indústria automotiva, que não estaria fazendo o suficiente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Os manifestantes carregavam cartazes retratando incêndios florestais e inundações e frases como “A crise climática começa aqui”.
Várias estradas ao redor de Munique foram bloqueadas por protestos.
Pedindo cidades sem carros, um sistema de transporte público gratuito e bem desenvolvido e a paralisação de todos os projetos de novas rodovias, os protestos chamaram a atenção da mídia mundial.
A presidente da VDA (Verband der Automobilindustrie, sigla em alemão para União das Indústrias Automotivas), Hildegard Müller, rejeitou as críticas dos manifestantes.
Para ela, a IAA “mostra o caminho para uma mobilidade neutra para o clima”.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
Com agências internacionais