Ícone do site Diário do Transporte

Operação Pascal no Rio de Janeiro aborda 129 ônibus e apreende 38 por transporte irregular no Feriado de Finados 6p3l4y

Maioria das apreensões realizada pela ANTT foi de veículos que operavam por aplicativo 166b1k

ALEXANDRE PELEGI

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) divulgou há pouco um balanço da Operação Pascal realizada no estado do Rio de Janeiro durante o feriado de Finados.

A Operação, de fiscalização e combate ao transporte interestadual não autorizado de ageiros, começou na noite de sexta-feira, 31 de outubro de 2020, e seguiu até a madrugada desta segunda, dia de Finados, 02 de novembro de 2020.

Como acompanhou o Diário do Transporte, a operação no feriado prolongado aconteceu nas regiões de Resende (RJ) e Itatiaia (RJ).

No total dos três dias, 129 veículos foramm fiscalizados, e 59 autos foram lavrados pela fiscalização.

Ao final do feriado, o saldo da apreensão foi de 38 veículos, o que afetou diretamente 1.140 ageiros, que foram retirados dos ônibus e encaminhados para o transporte regular.

Veja o balanço dia a dia:


Dia 30 para 31/10:

49 veículos fiscalizados

23 autos lavrados

16 veículos apreendidos

Dia 31/10 para 01/11:

42 veículos fiscalizados

14 autos lavrados

09 veículos apreendidos

Dia 01 para 02/11

38 veículos fiscalizados

22 autos lavrados

13 apreensões

Total:

129 veículos fiscalizados

59 autos lavrados

38 veículos apreendidos

1.140 ageiros retirados do transporte clandestino para o transporte regular. (Fonte: ANTT)


Segundo a equipe de fiscalização que atuou no local, a maior parte dos veículos apreendidos foi de ônibus de empresas de fretamento (turismo), que realizavam serviço semelhante ao de linha regular (viagem somente em um sentido com o grupo de ageiros) por meio de aplicativo.

Nos três dias, imagens enviadas de ônibus apreendidos apresentavam coletivos com a logomarca da B.

A empresa de aplicativo enviou ao Diário do Transporte uma nota a respeito da atuação da ANTT:

O QUE DIZ A B:

A B e suas parceiras denunciarão todos os envolvidos nas apreensões ilegais. O Poder Judiciário será acionado para que os prejuízos causados sejam restituidos. Ministério Público e Polícia Federal serão comunicados do crime de desobediencia, pelo desrespeito de decisões judiciais. As imagens e os áudios das apreensões serão analisados pelo corpo jurídico e o desrespeito a Lei do Abuso de Autoridade serão igualmente denunciados.

O QUE DIZ A ANTT

A fiscalização da ANTT tem reiterado em notas ao Diário do Transporte que apenas cumpre o que é determinado pela legislação.

Segundo os fiscais, as empresas infratoras costumam emitir Licenças de Viagem, que é o documento que autoriza uma viagem de turismo com circuito fechado (ida e volta do mesmo grupo de ageiros, com origem, destino e itinerário previamente definidos).

O chamado circuito aberto, que é quando os ageiros na ida não são os mesmos da volta, não é autorizado pela legislação para ônibus fretados, sendo possível esta modalidade somente para as linhas regulares.

De acordo com a ANTT, essa prática é ilegal e verificada durante as fiscalizações e, quando se  constata que o serviço executado pela infratora é de linha (viagem somente de ida), e que as informações constantes na Licença de Viagem apresentadas são ideologicamente falsas, os fiscais realizam a apreensão do veículo, pois o transporte é considerado clandestino (Resolução ANTT nº 4.287/2014).

Os ageiros dos veículos apreendidos foram conduzidos a ônibus de empresas regulares, com os custos das agens sendo assumidos pela empresa de aplicativo que havia contratado os serviços.

A ANTT reitera ainda que não fiscaliza aplicativos, e sim “apenas a execução, oferecimento, e/ou comercialização de serviço de transporte interestadual clandestino de ageiros, não entrando no mérito da forma de como o serviço é contratado”.

Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

Sair da versão mobile