Regras dos novos contratos dos ônibus, cortes de linhas e perda de ageiros estão entre os desafios de novo presidente
ADAMO BAZANI
Paulo Cézar Shingai não é mais presidente da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora dos ônibus, faixas de ônibus e táxis na capital paulista.
No lugar dele entra Levi dos Santos Oliveira, que o até então estava no cargo diretor de Planejamento de Transporte .
Para o cargo de planejamento foi nomeado Valdemar Gomes de Melo.
A gestão Bruno Covas confirmou a troca em nota ao Diário do Transporte
A SPTrans informa que Levi dos Santos Oliveira é o novo presidente da companhia. Ingressou na empresa em 1991 por meio de Seleção Pública, onde fez a sua carreira na área de planejamento e chegou a diretor de Planejamento de Transporte da empresa em janeiro de 2017.
Graduado em Ciências da Computação e pós-graduado em Planejamento de Mobilidade Urbana, Oliveira assume a presidência da empresa com o objetivo de manter os principais valores de conduta tendo como missão assegurar a universalização do transporte público sustentável para proporcionar deslocamentos com regularidade, confiabilidade, ibilidade, conforto, segurança e modicidade, visando a excelência na gestão do transporte público.
Paulo Cézar Shingai e o então diretor de planejamento da SPTrans, Levi dos Santos Oliveira, em evento realizado em empresa de ônibus da cidade.
Paulo Cézar Shingai assumiu o maior cargo da gerenciadora dos transportes em 22 de março de 2018, ainda na gestão de João Doria, frente à prefeitura. Depois de 15 meses como prefeito, João Doria deixou o cargo em 06 de abril de 2018 para disputar as eleições ao governo do Estado.
Shingai é funcionário do setor desde 1984, época da CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos, que foi privatizada na gestão Paulo Maluf entre 1993 e 1994.
RELEMBRE AQUI:
O novo presidente da gestora terá alguns desafios, como os cortes das linhas da cidade já de acordo com os novos contratos com as empresas de ônibus assinados pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, em 06 de setembro de 2019.
Com o novo sistema de linhas, que segundo a SMT deve ser implantado a partir de setembro de 2020 indo até 2022, as principais alterações serão as seguintes:
– 190 linhas devem ser unificadas ou extintas;
– 753 linhas vão ser mantidas;
– 253 linhas serão seccionadas (cortadas em um determinado ponto) ou terão o trajeto alterado;
– 51 itinerários serão criados;
– As atuais 150 linhas da madrugada não vão ser alteradas.
Pela proposta da nova rede, a cidade terá 1.207 linhas. Atualmente são 1.336 linhas de acordo com os indicadores da SPTrans.
Além das mudanças de linhas, Levi de Oliveira vai ter de estar à frente do novo método de remuneração das viações, pelo qual fatores como reclamações e descumprimento de horários poderão reduzir a remuneração das empresas, e também acompanhar o cumprimento da meta de inclusão de ônibus menos poluentes na cidade.
Outro desafio é a perda de ageiros pelos ônibus principalmente para o transporte individual, tanto particular como por aplicativo.
Nomes da área do transporte e trânsito na cidade de São Paulo – Histórico Recente: 443t
Por Adamo Bazani, jornalista especializado, editor do Diário do Transporte 6x5x5w
2018:
A gestão do então prefeito João Doria realizou mudanças na estrutura da SPTrans (São Paulo Transporte), que gerencia os serviços de ônibus, o Atende (para pessoas com deficiência) e táxis na cidade. Em 22 de março de 2028, Doria anunciou que José Carlos Martinelli deixava a presidência da SPTrans e ia para a Assessoria Especial e Coordenação das Concessões e PPPs (Parcerias Público Privadas) da Secretaria de Mobilidade e Transportes “em sintonia com a Secretaria de Desestatização e Parcerias.”
No lugar de Martinelli assumiu a presidência da SPTrans, Paulo Cézar Shingai, funcionário de carreira da área de transportes da cidade de São Paulo desde 1984, quando ingressou na CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), antiga empresa pública operadora e gestora dos ônibus da capital paulista.
Relembre:
2020:
Em 20 de janeiro de 2020, o então prefeito Bruno Covas, nomeou Levi dos Santos Oliveira como presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora dos ônibus, faixas de ônibus e táxis na capital paulista. Até então, Levi estava no cargo diretor de Planejamento de Transporte e ou, na ocasião, a substituir Paulo Cézar Shingai.
Levi Oliveira é formado em Ciências da Computação e pós-graduado em Planejamento e Mobilidade Urbana. Ingressou na CMTC-SPTrans por seleção pública em 1991, onde fez carreira na área de planejamento e programação operacional do sistema de transporte público, segundo nota da prefeitura.
Relembre:
/2020/01/20/shingai-deixa-a-presidencia-da-sptrans-levi-oliveira-assume-cargo/
2020/2021:
Levi Oliveira atuou na São Paulo Transporte SPTrans como gerente de planejamento, diretor de planejamento e foi presidente da empresa até dezembro de 2020, quando foi nomeado Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo. Em agosto de 2021, assumiu a recém criada Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana – SETRAM, sendo nomeado pelo então prefeito Bruno Covas, como mostrou o Diário do Transporte na ocasião.
Relembre:
/2020/12/24/bruno-covas-define-levi-oliveira-como-novo-secretario-de-mobilidade-e-transportes/
2022:
Levi dos Santos Oliveira assumiu a mais recente gestão da presidência da SPTrans (São Paulo Transporte) em fevereiro de 2022.
Até então, ocupava o cargo de Secretário Executivo de Transporte e Mobilidade Urbana – SETRAM, que integra Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito.
Na ocasião, como mostrou o Diário do Transporte em 16 de fevereiro de 2022, foi substituído pelo então procurador do município, Gilmar Pereira Miranda.
2024:
Em 18 de novembro de 2024, Gilmar Pereira Miranda foi nomeado Secretário de Mobilidade e Trânsito da capital paulista, ando a estar sobre a SPTrans e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Relembre:
Em 23 de dezembro de 2024, o prefeito Ricardo Nunes oficializou a permanência de Gilmar Miranda frente a Secretaria de Mobilidade e Trânsito para a gestão iniciada em janeiro de 2025, como mostrou o Diário do Transporte.
Relembre:
2024/2025:
Em 26 de dezembro de 2024, mesmo dia que anunciou o aumento da tarifa de ônibus de R$ 4,40 para R$ 5, em 06 de janeiro de 2025, o prefeito Ricardo Nunes apresentou o economista Celso Jorge Caldeira como novo secretário de transportes a partir de 1º de janeiro de 2025.
Assim, Gilmar Pereira Miranda ficou como secretário de Mobilidade e Trânsito, acima de CET; e Celso Jorge Caldeira como secretário de Mobilidade e Transportes, acima da SPTrans.
Relembre:
Em 03 de fevereiro de 2025, o Diário do Transporte noticiou a nomeação de um novo presidente da SPTrans (São Paulo Transporte): Victor Hugo Borges, delegado licenciado da Polícia Civil, que entre as últimas ocupações, atuava na delegacia Seccional de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
O policial assumiu em meio à retirada de duas empresas de ônibus do sistema da capital paulista, oriundas de cooperativas formadas por “perueiros”, a Transwolff, da zona Sul, e a UPBus, da zona Leste, cujas diretorias são suspeitas de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em nota ao Diário do Transporte, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) confirmou e informou um perfil de Victor Hugo Borges
A Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) informa que Victor Hugo Borges é o novo presidente da SPTrans, empresa vinculada à Pasta. Victor é formado em Direito e reconhecido estudioso na área jurídica, tendo sido professor na área de cursos preparatórios para concurso público. Com experiência na gestão de pessoas, Victor atuou como delegado de polícia do Estado de São Paulo.
Relembre:
Em 04 de fevereiro de 2025, em primeira mão, o Diário do Transporte informou a aprovação pelo Comap (Conselho Municipal de istração Pública) do nome do novo diretor de planejamento e transporte: Caio Vinicius de Moura Luz. O cargo é considerado, no setor, como linha de frente, “a mão na massa” para o funcionamento e gestão do universo de 13 mil ônibus das concessionárias que transportam por dia cerca de sete milhões de pessoas num sistema que custa em torno de R$ 12,5 bilhões por ano para ser mantido. Luz é filiado ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro), mesmo partido do prefeito Ricardo Nunes, e se candidatou vereador, teve 0,29% dos votos válidos, mas não foi eleito. No total, Caio Luz recebeu 16.718 votos de eleitores da cidade. O aliado de Nunes atuou na área de planejamento da TM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e foi subprefeito do Ipiranga em 2019 e da Lapa, em 2021.
Caio Luz assumiu o cargo que até então era de titularidade de Valdemar Gomes de Melo, que, desde 09 de abril de 2024, se manteve à frente da intervenção sobre a Transwolff, empresa cujo prefeito Ricardo Nunes determinou a retirada do sistema após investigação do Ministério Público de São Paulo sobre suposto envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Por causa da intervenção, a diretoria de planejamento era acumulada pelo diretor de Gestão da Receita e Remuneração, George William Gidali.
Relembre:
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou em 06 de fevereiro de 2025, o engenheiro Milton Persoli como novo presidente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Persoli tinha atuado mais recentemente como diretor-geral da Artesp, a agência que regula contratos de transportes como de rodovias e ônibus rodoviários e que a a assumir as atribuições de gerenciar os ônibus metropolitanos, função até então da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e as linhas concedidas de trens e metrô, como as operadas pela ViaMobilidade e ViaQuatro.
Relembre:
/2025/02/06/milton-persoli-e-anunciado-como-novo-presidente-da-cet-pelo-prefeito-ricardo-nunes/
A nomeação foi vista como a presença ainda da influência da linha política ligada ao ex-presidente da Câmara, Milton Leite, na mobilidade da cidade.
Milton Persoli já havia assumido a presidência da companhia em abril de 2018 pelo então prefeito Bruno Covas, mas em janeiro de 2019, foi chamado pelo então governador de São Paulo, João Doria, para presidir a Dersa, até então responsável por obras em rodovias do Estado.
Na época, a indicação de Persoli foi lida como indicação do ex-presidente da Câmara Municipal Milton Leite, que era aliado de Doria e do mesmo partido do então do vice-governador Rodrigo Garcia.
Persoli iniciou como funcionário de carreira da prefeitura em 1978.
É formado em Engenharia de Produção e em Tecnologia em Processamento de Dados pelo Mackenzie e pós-graduado em Trânsito e Transporte pela Universidade de São Paulo (USP), além de perito avaliador pelo Instituto de Avaliações e Perícia (IBAP).
Até ser nomeado pela primeira vez, em 2018, era secretário-adjunto das Prefeituras Regionais (SMPR). Já atuou também como Diretor Operacional da CET, foi coordenador da Defesa Civil entre 2014 e 2016, ocupou cargos na Verde e Meio Ambiente (SVMA), foi secretário-adjunto de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), além de Prefeito Regional nas regiões de Santo Amaro, São Miguel Paulista, Ipiranga, Pirituba e Freguesia do Ó.
Já o novo presidente da SPTrans, o delegado de polícia Victor Hugo Borges, no entanto, foi visto como a sinalização que há mais influências políticas no transporte.
O Diário do Transporte noticiou a aprovação do nome em primeira mão.
Relembre:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes