Já atual proprietário disse à Polícia que não autorizou viagem
ADAMO BAZANI
A empresa de fretamento Transportes Grandino negou que era proprietária do ônibus que tombou no km 157 da rodovia Rio-Santos (SP-55), em São Sebastião, no litoral paulista, apesar do nome na lataria.
No acidente, que ocorreu no início da manhã deste sábado, 30 de novembro de 2019, a adolescente Lays Prado Luz, de 13 anos morreu.
O ônibus transportava as vítimas para um torneio de rúgbi e tinha partido de Itanhaém e seguiria para Ilhabela, também no litoral. Ao todo, havia 42 ageiros. Dois jovens estão em estado grave.
O veículo, segundo a Grandino não integra a frota desde dezembro de 2015 (veja a nota abaixo).
A dona atual do ônibus é a RTK Transportes, que segundo a Artesp, agência que regula os transportes no Estado de São Paulo, não tem autorização para operar este tipo de serviço de fretamento.
De acordo com a SSP – Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, um dos sócios da RTK, Kleison Leandro Leite, disse que o ônibus foi retirado da garagem sem autorização da empresa.
O condutor é tio de um prestador de serviços de mecânica e eletricidade da empresa.
O motorista foi preso em flagrante, ainda segundo informações da SSP de São Paulo.
Ele afirmou que não sabia que a retirada do ônibus da garagem não foi autorizada pelos donos, já que seu sobrinho teria dito que a viagem poderia ser feita.
O condutor disse ainda que o ônibus perdeu os freios no trecho de curva. O motorista receberia R$ 200 pelo serviço.
A SSP informou que o ônibus será periciado no início da semana.
Em nota, a Grandino disse que vai tomar as medidas cabíveis contra a RTK por não ter retirado o nome da lataria e que lamenta o acidente.
A empresa Transportes Grandino vem por via desta dizer que lamenta profundamente o acidente ocorrido com um ônibus onde 42 jovens esportistas de um time de rúgbi de Itanhaém tombou na rodovia Rio-Santos (SP-55), na altura do município de São Sebastião, no Litoral Norte, na manhã deste sábado (30). Vem em nota esclarecer que muito embora o ônibus tenha estampado em sua pintura o nome “Grandino”, o mesmo NÃO pertence mais a frota da empresa desde 14 de Dezembro de 2015, quando foi vendido para empresa RTK Transportes. A Transportes Grandino esclarece ainda que está tomando todas as medidas cabíveis sobre o lamentável fato de a empresa RTK não ter retirado seu nome do veículo. Termina dizendo que está profundamente entristecida e solidária aos acontecimentos e familiares.
O Diário do Transporte não conseguiu contato com representantes da RTK.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes