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Empresas de fretamento querem usar mais faixas de ônibus urbanos em São Paulo 5yt3i

Micro-ônibus fretado. Empresas dizem que transportam 600 mil pessoas por dia. Foto: Adamo Bazani/Arquivo - Imagem Meramente Ilustrativa 39a6v

Para o diretor-executivo do Transfretur, Jorge Miguel dos Santos, liberação seria nas periferias, onde as pessoas precisam embarcar nos fretados.

ADAMO BAZANI

As empresas de fretamento da capital paulista e da região metropolitana querem ampliar a utilização das faixas de ônibus urbanos na cidade de São Paulo e esperam uma sinalização do poder público.

De acordo com o diretor-executivo do Transfretur, entidade que reúne as empresas do setor, Jorge Miguel dos Santos, desde a gestão do prefeito Fernando Haddad (2013/2016), quando em torno de 10% das faixas existentes na cidade, o que totaliza cerca de 50 km, foram liberados para este tipo de serviço, não houve avanços.

“É muito pouco para uma atividade que transporta cerca de 600 mil pessoas por dia. A gente precisa de um o maior a estas faixas para atender ao público. O táxi é liberado em todas as faixas e cada veículo transporta até quatro ageiros. Num ônibus fretado são mais de 40 pessoas. Hoje o Uber e os automóveis atrapalham muito mais as faixas” – disse.

Jorge Miguel disse ainda que o objetivo não é utilizar todas as faixas e nem o dia inteiro. Para o executivo, uma das propostas é liberar os espaços nas periferias onde há menor concentração de linhas urbanas em uma única aérea. É nas regiões mais afastadas que os ageiros de fretados têm mais dificuldade para embarcar, segundo o dirigente.

A gente entende que a faixa é para dinamizar o transporte urbano, mas ela afeta a gente nas periferias, onde temos de parar o ônibus para pegar ageiro. Isso atrapalha muito nossa operação. Seria de bom tom a gente fazer uma reanálise do uso destas faixas e compartilhar um pouquinho mais com o fretamento. Temos horários específicos na manhã e na tarde. Quando o ônibus fretado enche na periferia, ele não precisa parar em mais lugar nenhum, então não faz sentido circular na faixa no centro da cidade. Na periferia é mais importante. No centro, a gente arranja um jeito de desembarcar” – explicou

PERDA DE AGEIROS:

Segundo Jorge Miguel, nos últimos três anos a diminuição da quantidade de ageiros foi de 30%.

Para o executivo, os números são explicados pelo baixo crescimento da economia, já que o segmento é atrelado ao desempenho de indústrias e de grandes estabelecimentos de comércio e serviço, e pela falta de facilidade de circulação dos fretados.

“As viagens estão se tornando mais demoradas e isso gera um desinteresse. Ocorre que o ageiro de fretado não migra para o transporte público, a maioria volta para o carro e isso é muito ruim para a mobilidade.” – explicou.

As declarações foram feitas na 20ª edição do Encontro das Empresas de Transportes de ageiros de Turismo e o Brasil Fret 2019, em que ocorreu entre os dias 08 e 10 de novembro, no Resort Tauá, em Atibaia, interior de São Paulo, com cobertura do Diário do Transporte.

Ouça a entrevista:

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Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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