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BRT no lugar da linha 18-Bronze custaria quatro vezes menos só que demanda seria três vezes menor, de acordo com projeção da STM em apresentação 3y411u

Monotrilho deveria ter sido entregue entre 2015 e 2016. Imagem - Projeção VEM-ABC, clique para ampliar 4e541d

Definição do meio de transporte deve ser divulgada ate o final de maio

ADAMO BAZANI

Um sistema de ônibus rápidos em corredores (BRT) no lugar de monotrilho para a linha 18-Bronze, entre parte do ABC e a Estação Tamanduateí, na capital paulista vai custar em torno de quatro vezes menos, mas terá uma capacidade de demanda aproximadamente três vezes menor.

É o que revela uma apresentação de investimentos da STM – Secretaria de Transportes Metropolitanos à qual o Diário do Transporte teve o.

A apresentação mostra uma estimativa de investimentos na TM, Metrô de São Paulo, rede de ônibus da EMTU e corredores de R$ 43,9 bilhões entre 2019 e 2022. Deste valor, R$ 29,1 bilhões serão recursos diretos do Governo do Estado de São Paulo e R$ 14,8 bilhões pela iniciativa privada, em especial por meio de PPPs – Parcerias Públicos Privadas e também, concessões.

Entre as previsões de investimentos está a linha 18-Bronze, prevista inicialmente para ser monotrilho em 15,7 km ligando São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e a estação Tamanduateí, do Metrô.

A apresentação, que traz uma estimativa de benefícios à população a partir de 2022 pela linha, já leva em conta um BRT como alternativa ao monotrilho.

A projeção prevê que um monotrilho para a ligação custe R$ 5,3 bilhões, quase quatro vezes mais caro que se no trajeto fosse feito um sistema de corredores de ônibus, que ainda pelos cálculos da Secretaria de Transportes Metropolitanos, custaria R$ 1,38 bilhão.

Entretanto, de acordo com a apresentação, a demanda que o BRT poderia atender, seria quase três vezes menor que do monotrilho, 342 mil ageiros por dia ante 115 mil ageiros.

A apresentação mostra ainda que o BRT pode ter duas alternativas de traçado.

Na alternativa A, a partir de São Caetano do Sul, o BRT seguiria para o Terminal Sacomã. Já na alternativa B, seguiria o mesmo trajeto proposto para o monotrilho, na direção da estação Tamanduateí do Metrô e da TM.

A apresentação só leva em conta os modais BRT e monotrilho, não cogitando Metrô e nem VLT – Veículo Leve sobre Trilhos.

Em evento de entrega de ônibus novos para o corredor ABD, na semana ada, com cobertura do Diário do Transporte, o governador de São Paulo, João Doria, disse que em 90 dias a equipe da Secretaria de Transportes Metropolitanos definiria o modal para a ligação.

Ainda não há uma decisão firmada a esse respeito. O que há é um grupo de estudo coordenado pelo secretário Baldy e outros secretários também, incluindo o vice-governador Rodrigo Garcia, que é nosso secretário de governo, com vista a análise do melhor modal, aquele que pode ser implantado no menor tempo possível, oferecendo funcionalidade, eficiência, velocidade, capacidade de transporte, segurança e conforto. A decisão que for estabelecida por esse grupo de trabalho, levando em conta estes aspectos, é a orientação do governador e será adotada”, disse o governador que ainda acrescentou que o foco dos estudos das alternativas serão maneiras de reduzir desapropriações por causa da valorização imobiliária no ABC.

“O custo do metro quadrado cresceu nesta região e representa um custo bastante pesado nesta implantação. Na verdade, o maior custo desta implantação. Não são os trilhos, monotrilho ou outro tipo de trilho e sim o custo da desapropriação, por isso estamos revendo o modal e é por isso que essa decisão é em 60 ou no limite 90 dias, será anunciada publicamente.”

Relembre:

/2019/03/20/definicao-de-modal-para-linha-18-bronze-sai-em-ate-90-dias-diz-doria/

No final de fevereiro, o Diário do Transporte esteve com a direção do Consórcio Vem ABC, responsável pela implantação do monotrilho, que disse já ter adiantado investimentos na ordem de R$ 5 milhões para o início da viabilização da linha.

Relembre: /2019/02/26/consorcio-vemabc-ja-gastou-mais-de-r-5-milhoes-em-linha-18-e-diz-que-pode-entregar-monotrilho-seis-meses-antes-do-projeto-original/

Oficialmente, em nota, a STM diz que não reconhece o relatório, e que ainda não definiu as prioridades dos investimentos

A Secretaria de Transportes Metropolitanos desconhece o relatório divulgado sobre investimentos da pasta. Projetos e obras da Secretaria estão em fase de reconhecimento pela nova gestão para a definição de prioridades.”

O Diário do Transporte confirmou a existência do documento de intenções junto a fontes ligadas à pasta, que reiteraram que as estimativas são levadas em consideração, mas que não se tratam da versão final dos projetos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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