Em novo remanejamento de recursos da gestão Covas, corredores de ônibus recebem R$ 9,8 milhões e terminais perdem R$ 2,5 milhões 5n386l
Publicado em: 14 de dezembro de 2018 10h1q

Intenção da prefeitura é de, no ano que vem, concluir as concessões dos terminas à iniciativa privada. Licitação do Terminal Princesa Isabel deve ter receber propostas em 28 de janeiro
ADAMO BAZANI
Em mais um novo remanejamento de recursos, a gestão do prefeito Bruno Covas destinou para projetos de obras e reformas de corredores de ônibus, R$ 9,89 milhões, dos quais, R$ 4,97 milhões para obras e instalações e R$ 4,92 milhões para aquisição de imóveis que devem ser desapropriados.
Os recursos fazem parte da abertura de um crédito adicional publicada nesta sexta-feira, 14 de dezembro de 2018, de R$ 21,16 milhões (R$ 21.161.067,55) que será coberto por verbas incialmente previstas para ações como Construção de Unidades Habitacionais – Aquisição de Imóveis e agens e Despesas com Locomoção de funcionários públicos.
Em outra abertura de crédito adicional, no valor de R$ 20,96 milhões (R$ 20.961.560,90), a prefeitura vai retirar R$ 2,54 milhões (R$ 2.543.036,10) de intervenções voltadas a ibilidade, Ampliação, Reforma e Requalificação de Terminais de Ônibus.
As áreas que vão receber as maiores parcelas deste remanejamento são Serviços de Engenharia de Tráfego, com R$ 11,84 milhões (R$ 11.843.250,68) e Construção de Hospitais, com quase R$ 5 milhões (R$ 4.945.006,13).
Como mostrou o Diário do Transporte, a gestão Bruno Covas começa a dar tratamentos diferentes para corredores de ônibus e terminais.
No caso dos corredores, a ordem é correr contra o tempo perdido.
A gestão, iniciada com o hoje governador eleito João Doria, instituiu no plano plurianual da prefeitura, a meta de construir e reformar 72 quilômetros de corredores de ônibus.
Assim, levando em consideração a informação da própria prefeitura de São Paulo de que foram entregues 3,3 quilômetros do corredor Berrini, na zona Sul, e que estão em obras mais 14 quilômetros de extensão do corredor Itaquera, trechos 1 e 2, na zona Leste, falta muito para cumprir o plano.
Isso sem contar que nos dois primeiros anos, os corredores foram fontes de recursos para diversas ações da prefeitura.
Desde o início da gestão João Doria/Bruno Covas, em janeiro de 2017, a prefeitura remanejou em torno de R$ 900 milhões de verbas que deveriam ser para os espaços exclusivos de ônibus, mas que foram para outras áreas.
Relembre:
/2018/11/05/bruno-covas-retira-mais-r-16-milhoes-de-corredores-e-terminais-de-onibus/
Também como mostrou o Diário Transporte, Bruno Covas começou a seguir movimento inverso de João Doria e está destinando de volta recursos para as pistas de ônibus.
No último dia 30 de novembro, foram R$ 17 milhões.
Relembre:
/2018/11/30/prefeitura-de-sao-paulo-remaneja-r-17-milhoes-para-corredores-de-onibus/
Deste total de R$ 17 milhões, R$ 2,64 milhões vieram dos terminais de ônibus.
Como a intenção da prefeitura é de, no ano que vem, concluir a concessão à iniciativa privada dos terminais, a expectativa é que os maiores investimentos em reformas e ibilidade devam ficar a cargo das empresas ou consórcios que assumirem os espaços.
O primeiro equipamento que deve ser concedido é o terminal Princesa Isabel, no centro, com a esperança de revitalização da área que ficou conhecida como “cracolândia” por causa da concentração de usuários e traficantes de drogas.
Depois de dois adiamentos de datas, as propostas devem ser entregues no dia 28 de janeiro de 2019.
A concessão do terminal deve ser de 35 anos, com contrato de R$ 132,5 milhões.
Assim como nos outros terminais que devem ser concedidos, a empresa, consórcio ou mesmo fundo de investimento que assumirem o espaço vão poder construir na área empreendimentos imobiliários, como shoppings, escolas, faculdades, escritórios e até residências.
Em troca, a iniciativa privada deve promover requalificações, como na sinalização, asfalto, jardinagem e iluminação, num raio de 600 metros de cada terminal.
Relembre:
A prefeitura também prepara a concessão de um segundo lote formado pelos terminais Cidade Tiradentes, Pirituba, Santo Amaro e Vila Nova Cachoeirinha.
No início deste mês de dezembro, terminou o prazo de envio de sugestões na consulta pública.
No caso dos terminais Cidade Tiradentes, Pirituba, Santo Amaro e Vila Nova Cachoeirinha, de acordo com a minuta de edital, o prazo de contrato será de 35 anos e o valor estimado é de R$ 718,3 milhões, sendo que apenas R$ 89,6 milhões serão para obras.
Segundo a prefeitura, a conta dos terminais no atual modelo de operação e gestão não fecha, gerando prejuízos para a cidade. Por ano, os terminais geram, em média, receitas de R$ 7,1 milhões, mas custam aos cofres públicos, R$ 130 milhões, ainda de acordo com o poder público.
A cidade de São Paulo possui 27 terminais municipais de ônibus: Amaral Gurgel, Antônio Estêvão de Carvalho, Aricanduva, Bandeira, Campo Limpo, Capelinha, Casa Verde, Cidade Tiradentes, Grajaú, Guarapiranga, Jardim Ângela, João Dias, Lapa, Mercado, Parelheiros, Parque Dom Pedro II, Penha, Pinheiros, Pirituba, Princesa Isabel, Sacomã, São Miguel, Santo Amaro, Sapopemba, Varginha, Vila Carrão, Vila Nova Cachoeirinha.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes