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Doria tira R$ 192 milhões de corredores de ônibus para asfaltar ruas e avenidas de trânsito comum 1g5v1y

No único BRT da cidade, ônibus de grande porte são obrigados a desviar de afundamento da pista. CLIQUE NA FOTO PARA AMPLIAR 6t867

Para reforma de corredores e faixas de ônibus serão R$ 25 milhões

ADAMO BAZANI

A prefeitura de São Paulo anunciou em 8 de fevereiro a nova etapa do programa Asfalto Novo, com investimentos em torno de R$ 200 milhões para recuperar 147 quilômetros de vias para trânsito comum de carros, motos, caminhões e ônibus. O programa tem sido divulgado pelo poder público por meio de propagandas em redes de TV aberta.

Na edição desta sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018, do Diário Oficial da Cidade, o decreto 58.101, que abre crédito suplementar para “Pavimentação e Recapeamento de Vias”, mostra que grande parte dos recursos para as vias de trânsito comum sairá de investimentos que deveriam ser para o transporte coletivo de ageiros.

A pavimentação e o recapeamento de ruas e avenidas para quem também vai de carro e moto contarão com R$ 192 milhões (R$ 192.227.832,59) que seriam destinados para facilitar a vida de quem se desloca de ônibus na cidade. Isso porque, este valor vai sair orçamento que era previsto originalmente para a construção de novos corredores de ônibus.

A cidade de São Paulo possui apenas 130 quilômetros de corredores de ônibus, que são insuficientes para os 14,4 mil coletivos que transportam aproximadamente 9 milhões de pessoas por dia, contanto com as integrações realizadas entre Metrô e TM e as linhas municipais da SPTrans. Destes 130 quilômetros, apenas oito quilômetros são de BRT – Bus Rapid Transit, o Expresso Tiradentes, que desde 5 de fevereiro está com um trecho de 300 metros interditado, entre a rua Dona Ana Néri e o Terminal Parque Dom Pedro II, devido ao afundamento da pista. – Relembre: /2018/02/06/trecho-do-expresso-tiradentes-afunda-e-prefeitura-interdita-300-metros/

Para recuperação do pavimento de faixas e corredores de ônibus a prefeitura anunciou R$ 25 milhões, valor bem inferior aos R$ 192 milhões que seriam para corredores novos.

Relembre:

/2018/02/15/sptrans-confirma-recapeamento-de-faixas-e-corredores-vai-receber-mais-r-25-milhoes-em-2018/

No dia da apresentação do Programa Asfalto Novo, a prefeitura anunciou que iria buscar junto ao BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, um financiamento de R$ 450 milhões para revitalizar sete eixos de corredores de ônibus, faixas e áreas para pedestres.

No entanto, ainda não há certeza se este dinheiro será liberado pelo banco nacional de fomento.

/2018/02/08/prefeitura-de-sao-paulo-busca-r-450-milhoes-para-corredores-de-onibus-e-anuncia-verbas-para-asfaltamento/

Na apresentação do Programa Asfalto Novo, a prefeitura havia anunciado que dos R$ 200 milhões para recapeamento, R$ 45 milhões sairiam do Tesouro Municipal, R$ 100 milhões do fundo de multas, R$ 25 milhões da SPTrans (São Paulo Transporte) e R$ 30 milhões financiados pelo banco Santander.

DEMORA DOS ÔNIBUS:

No início desta semana, a SPTrans – São Paulo Transporte, que gerencia o sistema de ônibus, informou que, em 2017, a demora entre os coletivos foi a principal queixa dos ageiros do sistema da cidade, com 9.285 reclamações, de um total de 35.428 contatos feitos pelos usuários com apontamentos negativos.

Em parte, este número sobre a demora nos pontos é explicada pelo fato de não haver na cidade estrutura suficiente para que os ônibus possam cumprir as viagens nos horários e com os intervalos programados. Apesar de transportarem muito mais gente, os ônibus ficam presos no trânsito como qualquer outro veículo.

Juntamente com a expansão da rede de trilhos, a construção de novos corredores de ônibus é apontada como uma das soluções para melhorar a eficiência e a qualidade dos deslocamentos de transportes públicos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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